Ismael Lacerda Brasileiro e Michell Alves de Almeida Ricarte


TRABALHANDO O IMPERIALISMO E A EXPLORAÇÃO NA AMÉRICA LATINA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA PÚBLICA DE CAMPINA GRANDE-PB

O presente trabalho busca relatar a experiência de ensino de História em uma escola periférica na cidade de Campina Grande - PB, em duas turmas de terceiro ano do ensino médio. Como graduandos(as) vinculados(as) ao Programa de Educação Tutorial (PET), buscou-se levar temas recorrentes ao ENEM na área de História, no intuito também de realizar não um ensino metódico ou decorativo da disciplina, mas um ensino crítico, questionador e, que levaria os alunos e alunas a compreender a situação política, econômica e social no qual a América latina está situada desde sua colonização aos dias de hoje. Somando a isto, buscamos relatar um pouco sobre os desafios que se encontram no ensino de História hoje, no ensino médio e como o graduando em experiência acadêmica pode ao mesmo tempo que oferecer um retorno de conhecimento para esses alunos (as) como também preencher essa carência tanto material como referente ao próprio ensino de História nas escolas públicas de ensino.        


Introdução
Cadernos Didáticos/ENEM é um projeto vinculado ao Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Ele tem por objetivo levar a alunos e alunas de escolas públicas e periféricas, aulas com temáticas que possam contribuir para uma melhor preparação para o Exame Nacional de Ensino Médio, de forma em que os alunos possam ter acesso a parte do conhecimento acadêmico produzido nas universidades como uma forma de retorno ao que aquelas famílias contribuem com seus impostos para que programas como estes sejam formados.

Desde o início da atual gestão do PET História/UFCG, as temáticas que são abordadas em sala de aula têm sempre sido selecionados levando em consideração tanto assuntos que são passíveis de serem cobrados no exame, mas que busquem também uma formação crítica dos estudantes, pretendendo um tipo de ensino de História que quebre com as práticas de ensino tradicionais. Vê-se que isto é importante, visto que desde muito tempo a disciplina histórica foi, por muitos, associada a um certa maneira de prática de ensino que levava em consideração mais o famoso “decoreba”, que enfatizava a memorização de datas, nomes, fatos e grandes eventos em geral do que mesmo a aprendizagem real dos alunos.

Foi escrito um módulo didático com várias temáticas, intitulado “Módulo ENEM PET História”. Falaremos do que foi escrito no quarto capítulo onde foi pensado o  imperialismo na região latino-americana e sua exploração. Sobre isto foram nossas duas aulas e cada uma das duas turmas de 3º ano da EEEFM Dom Luiz Gonzaga Fernandes, no bairro das Malvinas em Campina Grande/PB.

Bem na linha do que escreveu Paulo Freire, em “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa” (2007), em nossa experiência nós quisemos fazer uma atuação que levasse os alunos a compreenderem de forma crítica a sua história e realidade, neste caso a realidade latino-americana que foi muito influenciada pela atuação do imperialismo e pela exploração causada por potências externas. Temos por objetivo neste artigo, relatar a nossa atuação no desenvolvimento da temática a respeito da exploração que sofre e sofreu a América Latina, levando em consideração a sua história posição na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) e o imperialismo na região. A escolha dessa temática partiu da compreensão de que é um assunto muito pouco tratado nas aulas do Ensino Médio e de que  perceber a atuação do imperialismo na região tem muito a ver com o próprio entendimento da nossa própria realidade.

Lugar de atuação e o nosso aporte teórico   
Como foi argumentado, um dos principais objetivos do presente trabalho é sair um pouco do campo teórico e relatar como foi a experiência prática de ensino em uma escola periférica de ensino público, sendo uma escola pertencente a tal categoria, o professor, ou no caso o graduando que vai exercer experiência de ensino na escola, irá com a ideia em mente que poderá contar com poucos recursos, sendo assim terá que desenvolver práticas de ensino em que a aula torne-se atrativa, desperte curiosidade nos alunos, faça com que eles tornem-se questionadores e absorvam o conteúdo, mesmo que ele possa ter um linguajar ainda um tanto acadêmico.     
                      
Sendo assim, um dos primeiros passos dados foi o de compreender o conhecimento básico que eles tinham acerca do tema que seria discutido ali, dessa forma, o conhecimento prévio dos alunos(as) foi testado, antes de se iniciar a aula, foi importante saber o que eles entendiam sobre América Latina, imperialismo, sobre a política nacional e internacional  e etc, mesmo que os alunos tenham aquelas respostas simplificadas ou até ingênuas, não deixa de ser um conhecimento, sendo que cabe ao professor a partir daí analisar esse conhecimento prévio e ir nos pontos onde acha que os alunos precisam melhorar e compreender melhor.                                                                                                                                                
Seguindo uma linha Freiriana de ensino, o educador aponta que “...desde os começos dos processos, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferente entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado” (FREIRE, 1996). Sendo assim, o ensino de História pode ser visto como uma via de mão dupla, onde professor e aluno fazem parte de um mesmo processo, ao passo que o primeiro não pode levar consigo a forma de ensino de História positivista onde o saber histórico consiste em decorar datas, nomes e grandes feitos e o aluno torna-se um simplesmente alguém a receber e absorver conteúdo, Em contrapartida, o segundo, no caso do aluno, deve ter sua autonomia respeitada.
                                 
O aluno de uma escola pública de ensino médio, como muitos no qual nos deparamos, principalmente quando a escola situa-se na área periférica da cidade, certamente fora daquele local de ensino ele(a) terá uma vida não tão apegada aos livros, pode considerar a escola um ambiente enfadonho, que não valoriza suas habilidades pessoais, se tratando da disciplina de História, pode ser vista como algo com não muita utilidade em seu cotidiano, por ser considerado uma ciência presa ao passado. Com a aula, buscamos romper um pouco com esses estereótipos que fazem parte da vida e cotidiano dos alunos, ao trabalhar o tema que foi proposto, buscamos ensinar uma História crítica, analítica, buscando as raízes da história da América latina para explicar sua formação econômica, social e política no decorrer dos séculos, mas também focando no presente, mostrando qual a utilidade de entender esses aspectos do continente no qual estamos todos situados.  
 
Durante a aula, tentamos levar em meio a explicação, um aporte teórico que é comum no campo acadêmico, mas que geralmente não se vê muito no ensino médio em escolas públicas, porém, todo o conteúdo foi passado com uma certa preocupação em facilitar o entendimento, seria impossível  lecionar com uso de conceitos históricos complexos que só são debatidos na academia, por isso, no intuito de uma melhor compreensão a aula foi realizada em uma linguagem que seria facilmente absorvida pelos alunos, sem tantos termos complexos e acadêmicos.    
                           
O ensino além dos muros da universidade sempre foi visto por nós graduandos como algo de extrema importância, por dois fatos, têm contribuído para que o graduando tenha em contato a prática de ensino, tendo uma formação mais completa desde cedo tendo em mãos seu futuro local de atuação, como oferece aqueles alunos e alunas de escola pública um retorno, visto que a universidade pública se mantém com impostos que suas famílias também pagam, dessa forma o mínimo que podem receber é um retorno, na nossa área, de saber histórico para que sintam-se conhecedores do seu local de pertencimento e com um senso crítico de aprendizagem.                                                                                                        
Somando a isto, muitos daqueles alunos de escola pública tem interesse em um dia ingressarem em um curso no ensino superior, porém, obviamente uma escola de ensino público não prepara o aluno para vestibular ou Exame nacional de ensino médio (ENEM), sendo assim o ensino de extensão oferece outro retorno neste aspecto, trabalhar com temas recorrentes nos módulos do Enem para que os alunos durante aquelas aulas que foram lecionadas durante um período de tempo sirva como o início de um estudo mais aprofundado e uma melhor preparação para que aqueles alunos também concorram a vagas no ensino superior.

Uma outra preocupação acerca do local de atuação do professor ou graduando em História é a singularidade de cada indivíduo que ali se encontra, numa escola como a que  atuamos, em uma turma de terceiro ano existem pessoas de diferentes idades, diferentes ritmos de aprendizagem, que tem uma vida e uma rotina além dos muros da escola, desta forma, o papel do professor de história torna-se importante para que aqueles alunos(as) compreendam cada vez mais seu local social e a realidade no qual cada um está inserida, é uma disciplina formadora, que quando lecionada de forma correta pode respeitar a  religiosidade, cultura e pensamento político de cada um. E, sobretudo indo além do âmbito material, como aponta SAVIANI (2008)                                       

“(...) No entanto, nós sabemos que a ação que é desenvolvida pela educação é uma ação que tem visibilidade, é uma ação que só se exerce com base em um suporte material. (...) Nesse sentido, um livro é material, mas o que ele contém são ideias, são teorias, portanto algo imaterial”. (SAVIANI, 1997, p. 90) _           
                                                                          
Sendo assim,   a atuação do professor ou graduando na rede pública de ensino tem seus desafios, principalmente quando diz respeito aos recursos que serão utilizados, de uma forma que a ausência desses não sirva como algo desestimulante no processo do ensino, retomando, e que mesmo que tais recursos materiais sejam escassos que o saber histórico adquirido academicamente possa influenciar a vida dos alunos. Retomando  os dizeres de Paulo Freire 

‘Um dos piores males que o poder público vem fazendo a nós, no Brasil, desde que a sociedade brasileira foi criada, é o de fazer muitos de nós correr o risco de, a custo de tanto descaso pela educação pública, existencialmente cansados, cair no indiferentismo fatalistamente cínico que leva ao cruzamento dos braço’ (FREIRE, Paulo,1996 p. 67).

O ensino de História, portanto, realizado em uma extensão como foi o caso, pode contribuir com os dois lados na  formação educativa, seja do graduando como dos alunos no geral ao ser lecionada com um viés crítico, mas sem deixar de ser didático e atrativo aos alunos e que, contribuirá para a formação  individual como um ser social.

Nossa metodologia e conteúdos
A metodologia que abordamos nas aulas procurou seguir alguns passos que consideramos fundamentais. Consideramos muito importante o que escreveu Paulo Freire (1996) em relação ao respeito que o professor tem que dar ao conhecimento dos alunos e, nesse sentido, iniciamos as aulas sempre com perguntas aos estudantes, para que pudessem nos dar uma visão geral do que eles já sabiam a respeito da temática da América Latina em si (de que se trata, quais países fazem parte delas, o que elas acham que é o imperialismo, etc).

Essas questões iniciais, que foram feitas em tom de conversa com os estudantes das turmas, foram de extrema importância para o desenvolver-se das aulas na medida em que pudemos nos orientar melhor em relação a saber melhor selecionar em que se deve focar ou não. Buscamos fazer com que os alunos pudessem compreender que eles também fazem parte desta realidade latino-americana que viveu (e para muitos ainda vive) sérios problemas causados pela atuação de forças externas. Nesse sentido, é importante o aluno

“assumir-se como ser social e histórico como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a ‘outredade’ do ‘não eu’, ou do tu, que me faz assumir a radicalidade de meu eu” (FREIRE, 1996, p. 41).

Assim, também se buscou fazer com que os alunos pensassem também a sua identidade latino-americana e se entendessem enquanto atores sociais incluídos no processo histórico, capazes de operar mudanças reais enquanto agentes construtores de história. Outra questão metodológica importante foi a exibição de imagens e vídeos que ilustrassem melhor aquilo que estávamos querendo dizer.

Entre as imagens destacaram-se as charges (pois prendem mais a atenção dos estudantes) e algumas tabelas, para que o processo ensino-aprendizagem fosse melhorado, tendo em vista que nas tabelas as informações estavam mais organizadas e possibilitaram algumas comparações. Um exemplo dessas tabelas dizia respeito a uma exploração temporal das fases da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), com a qual pudemos apresentar aos alunos certas especificidades de cada uma destas fases. Concordamos em certa medida com o que escreveu Eduardo Galeano no seu clássico “As veias abertas da América Latina”, quando ele diz:

“É a América Latina, a região das veias abertas. Do descobrimento aos nossos dias, tudo sempre se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos”. (GALEANO, 2017, p. 18).

Nossa ideia foi mostrar que, mesmo depois das independências políticas dos países da região, a exploração continuou. Citamos as invasões de muitos países da região pelos Estados Unidos da América, mostramos casos em que eles estiveram por trás de golpes de estados na região (como aquele que aconteceu em 1964 e a deposição do presidente João Goulart no Brasil).

Outro recurso didático interessante que utilizamos foi a música. Buscamos falar um pouco da letra da canção “Latinoamérica”, cantada pela banda musical Calle 13 (de Porto Rico, região latina ainda atualmente sob o comando dos EUA). A canção foi importante pois, a medida em que fala da identidade latino-americana, fala de nossa gente, da nossa geografia e, principalmente, denuncia a exploração que a região sofreu e sofre ainda hoje. “Sou uma fábrica de fumo”, diz a letra fazendo referência à especialização econômica latino-americana na exportação de commodities. A velha ideia: vende produtos baratos e compra produtos caros.

Quisemos mostrar, nestas aulas, que esta dominação de outros países sob a América Latina continua até os dias atuais. Discorremos um pouco, por exemplo, a respeito da atuação dos Estados Unidos para que golpes de estado fossem dados na região, falamos de sua exploração da região, etc. Mas, não ficamos apenas nisto. Nós também mostramos aos alunos que a região é dependente de países centrais. Isto ocorre dentro da lógica de Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

Sobre esta dependência dos países da região aos chamados “países centrais”, discorrerem muitos estudiosos. Entre eles está o trabalho do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, que escreveu a tão conhecida obra “Dependência e desenvolvimento na América Latina” junto com o chileno Enzo Faletto, publicado pela primeira vez no ano de 1969. Para os autores, a América Latina pode se desenvolver dentro da dependência, através do desenvolvimento dos investimentos do capital estrangeiro na região. Mas, nas nossas aulas, nós usamos uma outra ideia de dependência, aquela desenvolvida por Ruy Mauro Marini em seus estudos. Ele pensou a dependência a partir de um ponto de vista marxista. Para Marini, o século XIX é muito importante de ser entendido a respeito disto, pois:

“É a partir desse momento que as relações da América Latina com os centros capitalistas europeus se inserem em uma estrutura definida: a divisão internacional do trabalho, que determinará o sentido do desenvolvimento posterior da região: em outros termos, é a partir de então que se configura a dependência, entendida como uma relação de subordinação entre ações formalmente independentes, em cujo marco as relações de produção das nações subordinadas são modificadas ou recriadas para assegurar a reprodução ampliada”. (MARINI, 2005, p. 141).

Para este autor, na América Latina há o que ele chama de superexploração da força de trabalho, para que haja compensação do que têm que gastar com os produtos que têm que importar dos países centrais, pois não podem produzi-los aqui. Desde muito tempo a ordem global não permite que os países da América Latina desenvolvam-se mais industrialmente e tecnologicamente, pois são especializados em exportação de bens primários.

Mas, alguns países latino-americanos podem ser entendidos como “industrializados”. São eles: Brasil, México e Argentina, principalmente. Em relação a isto, nossa ideia foi mostrar aos alunos que, se por um lado as empresas multinacionais que se instalam nestes países e criam empregos, por outro esta mão de obra não é tão valorizada como em outros países e geralmente o que é produzido neles são produtos mais “fáceis” de serem feitos. O que queremos dizer é que continuamos comprando computadores em alta tecnologia e exportando soja, carne e café mesmo que haja instalações de grandes montadoras de carros (por exemplo) nestes países. Montadoras de empresas multinacionais que enviam seus lucros para as sedes que ficam em seus respectivos países.

Considerações finais
Ao longo de nossas aulas nestas turmas de 3º ano do Ensino Médio, procuramos levar aos alunos discussões a respeito de questões que consideramos importantes para a formação crítica dos jovens brasileiros, inseridos numa realidade fruto dos processos históricos trabalhados nas aulas. Reflexões como estas não são feitas no sentido de pensar todos os problemas atuais da América Latina enquanto sendo frutos duma longa histórica de exploração, já que entendemos que o subdesenvolvimento da nossa região também foi causado por problemas internos que têm que ver com má gestão dos recursos públicos e decisões erradas por parte daqueles que cometeram as nações latino-americanas. Dito isto, é importante saber que, por mais que a exploração da América Latina não seja a única razão de seu subdesenvolvimento, tal processo a causou sérios danos, entre os quais falamos de alguns o decorrer deste artigo. É importante destacar também que este é um assunto bem complexo e nossa opção teórico-metodológica não pretende ser entendida como “a verdade”, mas teve ambição de provocar o debate a respeito do tema.  

Referências:
Michell Ricarte é graduando da UFCG e faz parte do PET História
Ismael Lacerda é graduando da UFCG e faz parte do PET História

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa/Paulo Freira. - São Paulo: Paz e Terra, 1996

SAVIANI, Dermeval, 1944 - Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações/Dermeval Saviani- 11.ed.rev. - Campinas, SP: Autores Associados, 2011        

MARINI, Ruy Mauro. I. Dialética da dependência, 1973. In: TRANSPADINI, Roberta; STEDILE, João Pedro (orgs.). Ruy Mauro Marini: vida e obra. - 1. ed. - São Paulo: Expressão Popular, 2005, p. 137-194.

CARDOSO, F.H.; FALETTO, Enzo. “II Análise integrada do desenvolvimento”. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo (org.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. - Porto Alegre, RS: L&PM, 2017.


6 comentários:

  1. Muito interessante a preocupação de vocês em relação a metodologia, e a entender a realidade social dos alunos. Quais meios foram usados para driblar a falta de recursos na escola e prender a atenção dos alunos? E quais foram os resultados obtidos com a atividade?
    Analiana Rodrigues da Silva

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    1. Michell Alves de Almeida Ricarte10 de abril de 2019 às 17:13

      Olá Analiana. Obrigado. Em relação aos recursos, entendendo que a escola não ofereceria algumas coisas, como por exemplo o projetor de imagens (o que ajudou muito como dissemos no artigo), nós levamos alguns materiais que são do programa ao qual somos vinculados para usarmos nas aulas. Creio que os resultados obtidos vão mais no sentido de ter feito com que os alunos pudessem refletir sobre a sua própria identidade enquanto latino-americanos e tê-los feito compreender um pouco mais de nossa história que, malgrado todos os erros políticos de nossos governantes, também sempre foi explorada de certa forma, desde a época da colonização. Michell Alves de Almeida Ricarte

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  2. Bom dia aos autores que relataram esta experiência desde já meus parabéns pela iniciativa.
    Esta situação de praticar o ensino em áreas com pouca infraestrutura e marginalizadas socialmente realmente deve ser algo impactante na carreira do docente .
    Pensando nesta situação, minha pergunta aos autores é a seguinte,no ambiente escolar a classe social dos alunos tem interferência na metodologia de ensino? Esses mesmos conteúdos IMPERIALISMO E A EXPLORAÇÃO NA AMÉRICA LATINA seriam ensinados com a mesma abordagem em uma escola particular por exemplo onde os alunos geralmente vem de famílias mais abastadas financeiramente.
    Aguardo a resposta,desde já obrigado.

    Marcos Vinicius Rodrigues Ferreira

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    1. Boa noite, Marcos.
      Agradecemos o elogio. Respondendo sua pergunta, eu acredito que em partes sim, embora o programa que fazemos parte (PET História) é voltado para as escolas de periferia da cidade, do campo e dos quilombos e nunca chegamos a atuar na rede privada de ensino, mas acredito que mesmo sendo lecionada em uma escola particular a abordagem mudaria só alguns pontos, sendo que o objetivo principal era fazer com que os alunos compreendessem a situação Histórica, política e econômica da América Latina, mas por exemplo, na escola pública tivemos mais uma certa autonomia e podemos mostrar uma História critica, analítica, na rede privada talvez teríamos que ser mais factuais, nos prender a narrativa e mostrar mais uma História presa ao passado.
      Ismael Lacerda Brasileiro

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  3. Boa noite, belo trabalho! Com relação a dinâmica da aula houve alguma dificuldade dos alunos se perceberem enquanto latinos, digo isso porque o Brasil é um irmão meio diferente e a parte dos nossos vizinhos. Acho que muitos alunos sentem dificuldade em se sentir latinos. Agradeço a atenção Marlon Barcelos Ferreira

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    1. Boa noite. Uma pergunta interessante.
      Como foi relatado, antes de lecionarmos o conteúdo, fizemos algumas perguntas aos alunos como: O que é América Latina, Por que ela recebe esse nome e etc, alguns alunos souberam descrever até bem, mas nota-se realmente que nós perdemos um pouco essa identidade do que é ser Latino Americano, comparado aos nossos vizinhos. Era possível notar nas aulas que eles viam alguns acontecimentos envolvendo a História como algo meio distante da nossa realidade, sendo assim tentamos aproximar um pouco citando fatos do passado e trazendo para o presente, principalmente utilizando como exemplo maior essa conjuntura que estamos vivenciando.
      Ismael Lacerda Brasileiro

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