Mateus Delalibera e Aline Petri Mantovani


REVOLUÇÃO RUSSA E TEATRO NO ENSINO DE HISTÓRIA


Introdução
A escola dos Annales, criada no século XX a partir de uma revista universitária francesa, promoveu uma ampliação das fontes historiográficas o que contribuiu de maneira significativa para a História Cultural. Essa vertente também foi responsável por alterar a relação do historiador com o seu objeto de estudo, dando a ele uma possibilidade de compreensão através da interdisciplinaridade. Dessa forma, a antropologia, a psicologia, e no caso dessa pesquisa, as linguagens artísticas, podem ser utilizadas como elementos fundamentais para análise de determinado período.
Nesse sentido, entre as inúmeras linguagens artísticas criadas pela humanidade desde tempos muito remotos, o teatro é uma das principais. Ele é tido como uma arte milenar, de abrangência universal visto que possui como pressuposto a representação de questões ligadas a realidade. Posto isso, é interessante analisar como essa expressão, não sendo neutra, possui características intrínsecas à sociedade que “...possibilitará olhar para o passado ou questionar o presente a partir daquilo que é posto em cena. ” (VASCONSELOS, 2011).
A partir disso, pode-se pensar na aplicação do teatro para uso no ensino de História, considerando-o como um documento histórico e estudando-o como tal. Em contraposição ao ensino tradicional, por vezes visto como monótono, a inserção de uma metodologia alternativa dentro da sala de aula pode aproximar os alunos do conteúdo abordado. Assim, os leva a um processo de aprendizagem mais interativo e dinâmico. Isso não se resume apenas no âmbito da consciência histórica individual, mas também contribui para uma reflexão crítica sobre a vida e sua possível transformação.
Prosseguindo com essa ideia de construção de novas pontes de comunicação em sala de aula (professor – aluno), é possível refletir a respeito da utilização do corpo e dos sentidos como contribuintes para o processo de aprendizagem. Ademais, o teatro mostra-se uma interessante alternativa para a constituição de uma nova filosofia para a educação e o ensino de História em si. A vista disso, utilizar essa expressão para a prática pedagógica é “...conduzir o aluno ao processo de autonomia na construção do conhecimento e principalmente, construí-lo de forma prazerosa...” (VASCONSELOS, 2011).
Portanto, o presente artigo visará levantar considerações a respeito de como a linguagem artística teatral, descrita anteriormente, pode ser uma fonte para a pesquisa histórica, bem como para a prática pedagógica do professor de História. Sendo assim, a Revolução Russa, a historiografia decorrente dessa e as duas peças do artista Maiakóvski (‘Mistério – Bufo’ e ‘O Percevejo’) serão temas abordados para reflexão referente as possibilidades de metodologia inseridas no contexto educacional.
Revolução Russa, por Mauricio Tragtenberg
De antemão, antes de falar propriamente da obra ‘A Revolução Russa’, é necessário que se faça uma breve contextualização sobre o autor, para, portanto, compreender os interesses e concepções desse ao escrever tal livro. Assim, o autor Mauricio Tragtenberg nasceu na cidade de Erexim no Rio Grande do Sul em 1929, porém com pouca idade já havia se mudado com a família para São Paulo. Tendo influente contato com intelectuais e espaços dedicados para a discussão das ciências humanas e sociais, como centros e bibliotecas, chegou a compor o corpo de colunistas do jornal Notícias Populares e ter efetiva participação no Partido Comunista Brasileiro. Com dedicação para as pesquisas, escreveu inúmeros livros, como ‘Planificação: desafio do século XX’, monografia desse na USP, ‘Burocracia e ideologia’, entre outros que sobressaia entre as temáticas: burocracia, capitalismo, classes, socialismo e etc.
No livro ‘A Revolução Russa’, escrito em 2007, Tragtenberg buscou fazer uma análise diferente da tradicional, que aborda a visão distorcida dos vencedores diante dos vencidos. Para tanto, o autor seguindo uma concepção, no qual o proletariado possui uma carga considerável no processo, iniciou seu livro, destacando nos dois primeiros capítulos o contexto em que vivia a Rússia. “A Rússia imperial” e “A sociedade russa pré-revolucionária”, possuíam como características principais, a tradição militar e religiosa diante da sociedade que possuía alto grau de analfabetismo. A base econômica era marcada fundamentalmente pela agricultura, sendo como forma de trabalho a servidão até o seu fim em 1861, mesmo que após isso, ainda persistisse a miséria e a fome entre a população (maioria camponesa), enquanto que uma rica elite continuava com seus privilégios. O controle Estatal na figura do czar Nicolau II e sua família (Romanov) governou a Rússia por centena de anos.
A Rússia possuía uma população descontente com aumento de impostos, uma vez que os recursos eram poucos e a maioria estava na condição de miséria. Assim, em 1905, o Domingo Sangrento se mostrou como uma revolta contra a situação do pais (czarismo) e da participação desse na Primeira Guerra Mundial. O fim dos Romanov na política e a tomada do poder por Lenin culminou conflitos entre trabalhadores e patrões. Nesse sentido, havia grande instabilidade tanto no plano interno quanto externo. No plano interno haviam problemas das organizações dos trabalhadores nas fabricas e nos campos e sabotagem dos antigos técnicos. Enquanto isso, no plano externo ocorria a invasão da Rússia por tropas alemãs e tchecas, em um movimento contrarrevolucionário que desejava a volta do czarismo.
Em 1917, houve a tomada do poder pelos bolcheviques, esta não se deu de maneira integral no mesmo ano. Foi somente no ano de 1920 que o Sul do território russo houve tomada de consciência da nova política. No mesmo ano de 1917, Makhno, em março, junto com anarquistas e socialistas fundou a União dos Camponeses de Guliai-Pole contra Kerenski. A partir dessa união ocorreu o desarmamento da burguesia e a força da Rada Ucraniana se reuniu contra os bolcheviques. Para Makhno, os bolcheviques agiam de maneira hipócrita, em nome da igualdade, mas com privilégios entre si.
Sequentemente, Lenin no poder, fez uma aliança com Trotsky no processo revolucionário, no qual ambos aceitaram a teoria de organização do partido leninista e a teoria da revolução permanente. Após a tomada de poder pelos bolcheviques, iniciou, então, um período de guerra civil. A Revolução de 1917 pôs fim à supremacia política da burguesia, porém sem forças para alterar as relações de produção autoritárias e com a introdução das técnicas de trabalho tayloristas. Formou-se ainda, uma Oposição Operária por trabalhadores que participaram das revoluções de 1905 e 1917.
Ademais, a Revolta de Kronstadt iniciou-se em 3 de março de 1921 e teve fim em 16 de março do mesmo ano. Ela se deu devido a situação do proletariado de Petrogrado e teve como consequência uma ação do governo, promovendo medidas militares para combater a revolta e instaurando o estado de sítio. Por conta de um inverno severo em 1920/1921, houve grande falta de alimentos e um estado catastrófico dos meios de transporte, ocasionando uma crise de abastecimento. Com relação a questão sindical, o autor pontua que essas organizações cumpriam funções estatais e sustentavam a ditadura do proletariado. Nesse sentido, os sovietes surgem como um órgão revolucionário representante das classes proletárias que busca uma transformação estrutural da sociedade.
Retomando ainda o ano de 1917, Lenin dissolveu a Assembleia Constituinte e em 1918 foi criada uma outra que realizava o que o líder desejava em 1905, ou seja, que a maioria dos representantes fosse composta por proletários. Além disso, o autor destaca a importância de se pensar no âmbito nacional do período, visto que nos quadros do antigo império russo ocorreu uma autodeterminação com a alteração do czarismo para URSS.  Para Tragtenberg, a Revolução Russa representou a esperança de uma nova sociedade, entretanto possuiu uma contradição, isto é, os Bolcheviques em nome da classe trabalhadora, colocaram nas mãos do Estado, empresas e explorações. Dessa forma, “O socialismo de dirigentes e dirigidos não é socialismo, mas autoritarismo burocrático” (TRAGTENBERG, 2007, p. 130). Para concluir, o autor declara que:
“É bem verdade que o caminho da revolução nessa direção não foi linear. Logo após a tomada do poder, o partido introduzira o regime do comunismo de guerra, da militarização do trabalho e da subordinação dos sovietes e sindicatos ao Estado. ” (TRAGTENBERG, 2007, p. 133).
Além disso, como um leitor de Marx, Tragtenberg finaliza seu texto comentado a respeito da visão desagradável que o sociólogo alemão teria a partir dos acontecimentos da Revolução Russa:
“Felizmente Marx morreu a tempo. Assim não pôde assistir a repressão aos operários de Berlim Oriental, Hungria, Checoslováquia e Polônia; caso contrário, iria denunciá-la ao proletariado mundial como fizera com a repressão a Comuna de Paris em sua obra “A Guerra Civil na França”. Disso temos certeza. Ele não é responsável pelo que os autonomeados “marxistas” fazem em seu nome. ” (TRAGTENBERG, 2007, p.136)
Historiografia
A base historiográfica sobre a Revolução Russa já passou por inúmeras modificações em decorrência de ser um processo recente com uma quantidade de fontes muito díspares.  Nas primeiras décadas após a Revolução, notava-se a presença forte de partidarismo, visto que a maior parte dos escritores eram ex-participantes do período revolucionário.  Assim, as décadas que se sucederam:

“...tanto da Guerra Fria, como do Pós-Guerra Fria, as principais posições e tendências historiográficas refletiam o contexto da situação em que foram escritas. Isso vale para os escritores soviéticos, para os autores ocidentais cold warriors, para os revisionistas dos "rebeldes" anos 1960, e os que escrevem neste mundo pós-Guerra Fria e Pós-União Soviética. ” (SEGRILLO, 2010)
Após o fim da URSS e da queda do muro de Berlim, ocorreu uma chamada “virada linguística”, a qual tornou-se um desafio pós-moderno. Nesse sentido, muito dos fatos que eram considerados como “verdades” ou “certezas” começaram a ser questionados pela historiografia contemporânea. Por conseguinte, os números de estudos tiveram um aumento relevante no que concerne a questões de cultura e linguagem, como um meio para análise sociopolítica do processo revolucionário. 
‘Mistério-Bufo’ e ‘O Percevejo’, de Maiakóvski       
Maiakovski nasceu no século XIX, em 1893, na Geórgia (território russo). De vida boêmia, é considerado “o poeta da Revolução”, contudo, não somente se dedicou ao oficio de poeta, mas também se inseriu no mundo das artes, sendo dramaturgo e desenhista. Com forte participação como militante do Partido Comunista, tornou-se um entusiasta da Revolução, visto que a tinha com bons olhos. Ligado ao movimento cubofuturista, utilizava frequentemente de ironia para introduzir uma crítica social. Sua morte precoce por suicídio deixou um vasto legado para reflexão e crítica a respeito do período e da arte.
Assim, entre as inúmeras obras, as peças teatrais, ‘O Mistério-Bufo’ e o ‘O Percevejo’ são marcos para compreensão da vida do autor e contexto histórico. O desejo do poeta era que ocorresse uma revisão das artes na Rússia, e ele se mostrava como principal expoente desse movimento. Sua intenção era aproximar o teatro do público, de forma que a Revolução pudesse alcançar todos os âmbitos da vida, em contraposição aos clássicos Tolstói, Dostoiévski e Gogol. Diferentemente do palco italiano e do teatro czarista, o Outubro Teatral (1917) veio em um sentido de renovação, na qual a praça pública se tornou palco para reflexão. Fizeram parte dele, Maiakovski e Meyerhold.
Dessa forma, a peça ‘O Mistério-Bufo’, publicada entre o ano de 1917 e 1918, tem como propósito exaltar a Revolução, e caracteriza a fase mais esperançosa de Maiakovski. Sua estrutura narrativa é baseada nas parábolas bíblicas (textos curtos e carregados de forte caráter moralista), isso pois, a religião cristã ortodoxa era um elemento central na vida dos russos. Assim, representou uma forma de aproximação e diálogo com o povo, sendo influenciado pela cultura do circo e com o propósito de construção de um “homem novo”. Por conta disso, foi bem recebida pela população em geral. Vale ressaltar, que o título faz referência ao fenômeno que leva a alienação em massa e, portanto, um “mistério” e a figura do homem soviético, considerado “bufo”.
Como um leitor assíduo de Karl Marx, Maiakovski acabou se utilizando da divisão de classes marxiana, na qual existe uma constante luta entre a burguesia e o proletariado. Nesse sentido, o dramaturgo dividiu sua peça em personagens puros e impuros, fazendo um paralelo, respectivamente, com os intelectuais e os trabalhadores manuais. Em linhas gerais, a peça trata de um dilúvio propiciado por Deus em um momento de arrependimento da criação da humanidade. Em contraposição com a bíblia, o dilúvio de Maiakovski não tinha como objetivo acabar com todos, mas apenas com os puros. A partir disso, tem-se a arca, que busca conduzir sobreviventes para um mundo novo, onde se consolidou a revolução comunista. Na arca foram colocados sete pares de impuros (explorados), visto que os sete pares de puros (exploradores) morreram. Nessa arca não havia harmonia, já que era pelo conflito que o autor considerava possível o surgimento de uma consciência de classe.
Outra peça importante para análise, é ‘O Percevejo’. Ela foi publicada em 1927 em decorrência de uma proposta de homenagem aos dez anos da Revolução Russa, a pedido do governo de Stalin. A peça caracteriza uma desesperança do autor diante desse governo e do processo revolucionário. O assunto geral da ficção gira em torno primeiramente de Prissipkin (membro do partido e com privilégios, fazia parte de uma nova casta social e tinha casamento marcado com uma dona de salão cabelereiro) e seu consecutivo casamento. Durante o evento, o prédio pegou fogo e todos morreram, menos o personagem central, que acabou sendo congelado juntamente com um percevejo. Daí o título da obra.
Na segunda parte o autor criou um tempo futuro, no qual havia um mundo distópico da Rússia comunista. Nele, ocorreu uma Assembleia com o objetivo de decidir pelo descongelamento ou não de Prissipkin. A primeira alternativa foi a mais votada e os médicos deram início ao processo. Quando perceberam que havia junto um percevejo, esse causou grande alvoroço. Ao entrar em contato com essa nova sociedade cientificista, o personagem sentiu grande falta de “coisas que palpitassem o coração”. Não havia mais humanidade, amor, vida nem arte. Sua vida terminou preso em um zoológico para exposição, como uma espécie de animal irracional, considerando o grande medo pela revolução que causou ao voltar a vida.
Essa crítica de Maiakovski busca retratar uma sociedade gerada a partir das consequências da Revolução. Nela, a razão, a ciência e as máquinas se sobressairiam em relação a emoção, as artes e a humanidade. Por conseguinte, ambas as peças podem ser utilizadas como fonte histórica para atividades, tanto para a prática corporal (jogos que envolvem a teatralidade e representação), quanto para pesquisa (como ricas fontes históricas), em sala de aula.
Propostas
Considerando os aspectos trabalhados anteriormente, pode-se materializar tal reflexão na aplicação de propostas que possibilitem, de forma eficiente e concomitante, a abordagem do teatro como fonte de linguagem e o ensino-aprendizagem de História, podendo haver – ou não - a partir de então, uma interdisplinariedade com a disciplina de Artes ou Língua Portuguesa, o que enriqueceria a atividade de forma exitosa. Pensando nisso, as propostas a seguir objetivaram um plano de atividade para que o professor possa desenvolver com os estudantes.
A partir de uma experiência, a professora-historiadora, Cláudia Pereira Vasconcelos, autora do texto ‘O teatro como linguagem e fonte no Ensino de História|’, apresentou uma proposta de oficina para aplicação em sala de aula. Nesse texto, a autora pontua a importância de colocar acordos iniciais e assim desenvolver trabalhos corporais em conjunto: “...foram realizados alongamentos, esquentamentos, exercícios de respiração e de voz, jogos e brincadeiras que possibilitam descontração, confiança, concentração, interação e funcionam como uma sensibilização...” (VASCONCELOS, 2011). Buscando com isso uma discussão que relacione arte e a memória da infância, também cabe ao professor fazer uma breve contextualização da história do teatro desde os gregos. Assim, nessa atividade poderia haver uma apresentação de trechos da peça (para outras turmas ou pais), ou a tentativa de uma interpretação/paródia sobre uma das obras de Maiakovski.
No segundo artigo selecionado, do autor Rodrigo Seidl (professor de história e teatro), intitulado ‘O teatro como fonte histórica no ensino e na pesquisa’, a proposta feita para aplicação no ensino básico visa, diferente do anterior, abordar uma esfera mais historiográfica do que corporal. Segundo ele, que possui uma concentração de pesquisa em teatro britânico, as peças teatrais servem como uma rica fonte para pesquisa histórica. Devido a esse pressuposto, o professor procurou criar um clima e uma pesquisa, no qual o estudante teria a responsabilidade de estar no papel de historiador, tendo sua devida importância para geração de investigação e descobertas para sua própria aprendizagem. Esse clima pode promover uma maior interação entre os estudantes e levar alguns, inclusive, a seguir adiante e cursar uma graduação em História.
Conclusão
Em resumo o que este artigo teve como propósito foi o trabalho com o teatro, que é uma fonte historiográfica rica em informações para análise, porém pouco utilizada no contexto escolar como uma metodologia alternativa. Assim, abordar “A Revolução Russa” como sendo um dos eventos mais significativos do século XX e ensinar-aprender a partir de peças teatrais pode promover um interesse maior dos estudantes pela temática e pela disciplina de História. Contudo, a realidade escolar deve ser pensada com cautela, pois não são todas as instituições que possuem recursos necessários, seja para uma pesquisa, seja para organização de uma peça. É preciso haver elementos como disponibilidade de espaço, possível adaptação pelo professor e tempo no cronograma letivo para desenvolvimento de tal atividade.
Essa incorporação de diferentes linguagens artísticas, no caso, o teatro, para o Ensino de História procura ampliar a visão tradicional e a busca por conhecimento. Instigando a sensibilização, essa prática propicia um fenômeno duplo, individual e coletivo. Tanto o estudante quanto o professor, estabelecem uma troca de experiência mutua. Ademais, é necessário fazer uma reflexão de como a teoria no ensino básico deve ser trabalhada de forma conjunta com a prática. O ofício do historiador, então, seria revelado mostrando ao estudante que mesmo havendo uma subjetividade, são necessárias metodologias cientificas para plena análise do objeto em si. Dessa forma:
“A proposta didática pode contribuir para uma melhor consciência por parte dos alunos quanto à análise de cada processo social, como o teatro, por parte do historiador e ao uso que fazemos desses processos para construir um melhor entendimento da sociedade humana ao longo do tempo. ” (SEIDL, 2016)

Referencias
Mateus Delalibera: Discente do curso de licenciatura em História (3º período) pela UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro). Membro do grupo de extensão JADEH (Jogos de Aprendizagem Dinâmica no Ensino de História), bolsista pelo PIBID e voluntário de IC.

Aline Petri Mantovani: Discente do curso de licenciatura em História (3º período) pela UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro). Voluntária de IC.
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Mistério-Bufo. Tradução de Arlete Cavaliere. São Paulo: Ed. 34, 2012.
MAIAKÓVSKI, Vladímir. O Percevejo. Tradução de Luís Antonio Martinez Corrêa. São Paulo: Ed. 34, 2009
SEIDL, Rodrigo. O teatro como fonte histórica no ensino e na pesquisa. In: XXIII ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA, São Paulo, 2016. Anais eletrônicos. São Paulo: UNESP, 2016. Disponível em: <http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/anais/48/1467768283_ARQUIVO_Artigo-ANPUH-2016-RodrigoSeidl.pdf. Acesso em: 04 de dez. 2018.
SEGRILLO, Angelo. HISTORIOGRAFIA DA REVOLUÇÃO RUSSA: ANTIGAS E NOVAS ABORDAGENS. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, [S.l.], v. 41, ago. 2011. ISSN 2176-2767. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/6535/4734>. Acesso em: 04 dez. 2018.
TRAGTENBERG, Maurício. A Revolução Russa. São Paulo: Editora Unesp, 2007.
VASCONSELOS, Cláudia Pereira. O teatro como linguagem e fonte no Ensino de História. In: XXVI Simpósio Nacional de História, São Paulo, 2011. Anais eletrônicos. São Paulo: julho 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300851800_ARQUIVO_TextoANPUH2011.pdf. Acesso em: 04 de dezembro de 2018.


6 comentários:

  1. Muito interessante o texto, parabéns. A relação história e arte é algo riquíssimo e essencial para que o aluno seja impactado pelo conteúdo com uma experiência sensível. Gostaria de saber, se além do teatro você já pensou em outras formas artísticas envolvendo a história e como relacionar a forma artística com dado objeto histórico.

    Camila dos Santos da Costa

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    1. A gente agradece!
      Então, eu, Aline, já tive contato com sitcom, trabalhando especificamente com "Rick and Morty" e o materialismo histórico dialético, e comecei estudos de iniciação científica sobre história e música, relacionado a Elis Regina e a ideia de progresso sobre 1964.
      Eu, Mateus, abordando também a temática artística, já realizei um trabalho com a produção fotojornalista brasileira, inglesa e francesa e ainda, iniciei leituras para uma iniciação científica a respeito de Tarsila e Portinari, uma possível comparação entre ambos e o período republicano.
      Nós acreditamos que é preciso ter bastante cuidado ao interpretar as fontes artísticas, levando sempre em consideração as novas interpretações historiográficas a respeito da obra e do tema em questão, realizando uma contextualização e pensando sobre dinâmicas exequíveis. Assim, é possível pensar em propostas didático-lúdicas.
      *Essa comunicação foi realizada após uma proposta de trabalho de conclusão de disciplina (História Contemporânea) no curso de licenciatura em História da UFTM.

      Mateus Delalibera
      Aline Mantovani Petri

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  2. Boa noite Mateus e Aline Petri, muito boa a reflexão sobre o tema.
    Acho muitos interessante a questão de conectar o ensino das artes, e principalmente o teatro que é uma forma de expressão artística muito rica e cheia de possibilidades, porém que muitas pessoas não tem acesso. Já vivi a experiência de assistir um peça teatral que encenava um fator histórico importante, porém de uma forma cômica e que usava linguagens muito atuais e até digitais, o que fugia um pouco da "realidade" da época que o fato acontecia. O questionamento que trago aqui é o seguinte: já que queremos ensinar História de uma forma diferenciada usando o teatro, mas ao mesmo tempo precisamos situar os alunos do conceito histórico trabalhado (sociedade, linguagem, necessidades, cultura, etc), usar a comédia, ou outras formas de encenação, que modifiquem esses conceitos, podem atrapalhar ou acabam auxiliando mais ainda a compreensão dos estudantes?

    Ana Beatriz dos Santos Silva.

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    1. A gente agradece a pergunta!
      Acreditamos que seja importante aproximar a linguagem utilizada nas peças teatrais da realidade do aluno para que este consiga compreender o sentido da proposta e da própria História. A comédia, por sua vez, na nossa concepção pode ser um gênero teatral que cria vínculo e faz a(o) estudante se interessar pela disciplina. Entretanto, no ensino de História, esse gênero precisa ser utilizado com bastante cautela, visto que a linha para o erro é muito tênue e determinados conceitos precisam ser compreendidos na sua complexidade. Dessa forma, cabe ao professor realizar uma ponte entre o que está sendo apresentado e o conhecimento histórico e artístico.

      Mateus Delalibera
      Aline Mantovani Petri

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  3. A gente agradece a pergunta!
    Acreditamos que seja importante aproximar a linguagem utilizada nas peças teatrais da realidade do aluno para que este consiga compreender o sentido da proposta e da própria História. A comédia, por sua vez, na nossa concepção pode ser um gênero teatral que cria vínculo e faz a(o) estudante se interessar pela disciplina. Entretanto, no ensino de História, esse gênero precisa ser utilizado com bastante cautela, visto que a linha para o erro é muito tênue e determinados conceitos precisam ser compreendidos na sua complexidade. Dessa forma, cabe ao professor realizar uma ponte entre o que está sendo apresentado e o conhecimento histórico e artístico.

    Mateus Delalibera
    Aline Mantovani Petri

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