REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE O SABER HISTÓRICO EXPERIMENTADO NA GRADUAÇÃO E O SABER HISTÓRICO ESCOLAR VIVENCIADO NO ESTÁGIO
Será
que a prática se diverge tanto assim da teoria? Como podemos instituir essa
união? Até que ponto podemos utilizar os métodos ensinados na graduação no
espaço escolar? Esses questionamentos são recorrentes no campo educacional,
pois o debate entre teoria e prática nos remete a uma discussão complexa frente
às problemáticas vivenciadas no cotidiano escolar.
“Nas
últimas décadas, percebe-se o crescente aumento da preocupação de professores e
outros especialistas em educação no sentido de questionar e analisar mais
criticamente a relação existente entre o saber histórico acadêmico e - como se
tornou comum denominar - o saber histórico escolar” (WANDERLEY, 2002, p.36).
Nessa
discussão há uma concordância, não é nada fácil introduzir aspectos teóricos
dentro de uma sala de aula, porém não podemos deixar de exercer a nossa função
como educadores e colocar em prática todo o processo discutido, teorizado, processado
durante a graduação. Devemos ter em mente que a prática realmente é divergente
da teoria, pois dentro do ensino secundário as turmas são diferentes, cada
aluno tem sua particularidade e isso nos coloca em posicionamentos diversos.
Apesar
das dificuldades, temos a possibilidade de compartilhar com nossos alunos aquilo
que nos propomos a fazer quando estamos na universidade, quando discutimos os
textos pedagógicos. Portanto, é viável unir o “saber histórico acadêmico” do “saber
histórico escolar”. Salientando, através de Sonia Maria Leite Nikitiuk que: “aquilo
que é definido como conhecimento ou conhecimento escolar, na verdade, constitui
uma relação particular e arbitrária de um universo muito mais amplo de
possibilidades”. (1996, p.15). Portanto, as possibilidades de
ensino-aprendizagem são diversificadas, cabendo a cada docente buscar essa
ampliação. Consideramos que uma dessas maneiras estaria relacionada com uma maior
aproximação entre escola e universidade. Mesmo que não se busque transformar os
alunos em pequenos historiadores, é necessário, como aponta Schmidt:
“[...]
a realização na sala de aula da própria atividade do historiador, a articulação
entre elementos constitutivos do fazer histórico e do fazer pedagógico. (...)
Fazer com que o conhecimento histórico seja ensinado de tal forma que dê ao
aluno condições de participar do processo do fazer, do construir a História.
Que o aluno possa entender que a apropriação do conhecimento é uma atividade em
que se retorna ao próprio processo de elaboração do conhecimento.” (1998, p.54-56).
O
professor deve ter a preocupação primordial em desenvolver instrumentos que
possibilitem a autonomia intelectual dos alunos, desenvolva habilidades
cognitivas através da produção de conhecimento histórico. Como nos relata Wanderley:
“Classificar,
descobrir critérios contidos em classificações, comparar, relacionar, levantar
hipóteses, etc. são algumas das atividades mentais que podem caminhar juntas
com o ensino de História” (2002, p.2).
Nesse
caso, é preciso ter em mente, uma visão perceptível de quais temas vamos
trabalhar, como trabalhar, por que trabalhar, que metodologia e recursos
utilizaremos e afirmamos que para isso é preciso buscar aquele conhecimento
acadêmico, aquelas discussões acercar dessas perspectivas.
É
preciso romper com a ideia de que conhecimento acadêmico e conhecimento escolar
caminham por trajetos díspares, que não se pode uni-los, que não se pode fazer
uma ponte. Até mesmo porque o professor de História é um pesquisador e não
apenas receptor das informações trazidas do meio acadêmico. Portanto, teoria e
prática não devem ser dissociadas, mas andar de mãos dadas para que assim o
ensino ocorra de maneira proveitosa, desenvolvendo a capacidade cognitiva dos
alunos, buscando que estes tenham autonomia na descoberta do conhecimento.
A
reflexão que estamos levantando esta relacionada à “arte de fazer” colocado por
Michel de Certeau (2002), que contribui para a contextualização das relações sociais
e suas operacionalidades, que caracterizam o indivíduo. Isso consistiu na
prática de levar o diferencial para turmas que fazem parte dessa geração do
“click”. Pois precisamos ter a consciência da teoria levada para prática como
forma de melhorar o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Sendo que o método de
conduzir o conteúdo histórico deva ser levado de forma a ajudá-los na
assimilação dos assuntos, tendo em vista que, como o processo de
ensino-aprendizagem é divergente dentro do campo escolar, devemos levar em
consideração o espaço físico, geográfico, cultural e social do aluno e da
escola para que, deste modo, possamos desenvolver um planejamento adequado a
cada realidade. Assim, “no espaço da educação escolarizada (...) precisamos
desenvolver estratégias políticas alternativas, dentre as quais a de planejar o
ensino em outra direção e com outras significações.” (CORAZZA, 1997, p. 107).
Uso de recursos didáticos pedagógicos
na motivação da aprendizagem
O
uso de diferentes linguagens no ensino é entendido pelos PCN’S como um lugar
que contribuirá para desenvolver as competências e habilidades dos alunos:
“Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa,
reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos diferentes agentes sociais
e dos diferentes contextos envolvidos em sua produção”. (2008.p.28). E nesse
contexto o professor terá papel imprescindível nas novas inovações
metodológicas. Como destaca Maria Auxiliadora Schmidt:
“Ele
é o responsável por ensinar ao aluno como captar e valorizar as diversidades
das fontes e dos pontos de vista históricos, o levando a reconstruir, por
adução. O percurso da narrativa histórica. Ao professor cabe ensinar ao aluno a
levantar problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas e
problemáticas em narrativas históricas” (1998, p.30).
Conforme
esse discurso, ao se buscar inovar em sala de aula, estaremos desmistificando
cada vez mais a ideia que permeia a imagem do professor enquanto uma verdadeira
“enciclopédia”, sendo este detentor do poder. Ao invés desta imagem, o
professor será associado ao “professor construtor” que auxiliará o aluno na
construção do saber.
As
inovações metodológicas no ensino de história podem ser um valioso instrumento no
processo de ensino-aprendizagem, desde que, de maneira adequada. Mas, é
necessário salientar que não existe uma receita infalível, para a utilização de
qualquer recurso didático. Existem vários aspectos que contribuem para um
melhor resultado de sua utilização, seja o desempenho do professor, seja a
receptividade da turma em relação ao recurso. O que muitas vezes funciona em
determinada turma, não pressupõe que funcionará em outra.
Podemos
então configurar a prática da regência com a teoria da graduação, quando em
sala de aula contextualizamos os fatos através das fotografias, dos filmes, dos
mapas, que são recursos utilizados para atrair a atenção do aluno “atribuir
sentido e significado aos temas e aos assuntos no âmbito da vida em sociedade.”
(PCN’s, 2008, p. 69). Tendo em vista que, esses recursos, são fontes históricas
e que precisam ser contextualizados, provocando um despertar no interesse sobre
a matéria, como também ajudar a fixar o conteúdo de forma leve, dinâmica,
criando um espaço de incorporação à história.
Esses
novos recursos de linguagem dentro do ensino de história surgiu com a escola
dos Annales em 1929, no qual os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre, introduziram
uma nova temática de ensino, em que a utilização das fontes é mais abrangente, mostrando
que as histórias não estão presentes apenas nos escritos oficiais e sim nas
iconografias, fotografias, na tradição oral, nas produções cinematográficas,
dentre outras fontes, que proporciona novas concepções de estudos, colocando em
evidência as diferentes visões sobre os acontecimentos, fatos históricos e as
experiências de vida. Revelando que esses elementos didáticos são testemunhas
de uma sociedade.
Dentro
desses recursos, utilizamos em nossas aulas, o cinema e o mapa como fonte histórica,
visando mostrar na prática a teoria existente em filmes. Desta forma, buscamos
“desenvolver a percepção para se entender como a história é construída na
narrativa fílmica.” (ABUD, 2010, p. 166). Atribuindo as características
existentes na composição dos filmes, da construção das narrativas, no
comportamento e nas peculiaridades que a crítica e a linguagem, da produção, querem
deixar para os seus telespectadores.
Devemos
discutir a produção fílmica como uma fonte histórica que traz consigo subjetividades,
proporcionando aos alunos um exercício de análise crítica frente aos fatos
históricos abordados nos filmes. Deste modo, trata-se de inserir o uso da
imagem fílmica no ensino, como forma de aguçar a conscientização dos alunos
sobre as diferenças de objetos e métodos. Apresentá-los como uma discussão
junto à historiografia, colocando os contrapontos existentes e a subjetividade
de sua produção. Pois, como bem coloca a autora Abud (2010), o filme não
carrega uma verdade absoluta, assim como a história, isso porque, são frutos de
escolhas e interpretações. Por isso é importante contextualizá-lo como fonte de
pesquisa associado ao conhecimento histórico, no qual são produzidos por
pesquisas a fim de relacioná-los, mostrando as diferentes visões de interpretação
do mesmo fato e suas diferentes causas para as mudanças históricas. Conforme
nos chama atenção o autor Catelli.
“Desde
que a produção cinematográfica passou a ser encarada como um testemunho da sua
sociedade, como um reflexo das ideologias, dos costumes e das mentalidades
coletivas que a produziram, podemos ver um filme tanto como documento
historiográfico quanto como um discurso sobre a história.” (2009, p. 53).
Cabe
ao professor levantar problemáticas dentro da narrativa histórica apresentada
no filme, para despertar o senso crítico do aluno e assim identificar qual a
proposta do autor e quais seus interesses ao abordar tal tema. É preciso perceber o filme em sua
complexidade e não apenas como algo que possa confirmar ou negar a tradição
escrita, e sim como uma fonte de auxílio na construção do conhecimento,
extraindo dessa arte a sua função didática, proporcionando o desenvolvimento do
aluno em “analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa,
reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos diferentes agentes sociais
e dos diferentes contextos envolvidos em sua produção.” (CATELLI, 2009, p. 55).
Tratando a produção cinematográfica como uma fonte que elenca seus
significados, interpretações, apresentando novas vertentes sobre os fatos
históricos e não apenas como um passo ilustrativo de uma aula de história.
Seguindo
essa temática de recursos didáticos temos o uso do mapa como fonte de
interdicisplinaridade no ensino de história, trazendo elementos geográficos
para ampliar o construto do conhecimento.
É
importante o uso desse recurso didático para que o aluno possa se localizar
dentro dos acontecimentos históricos, uma estratégia de ensino que ajuda ao
discente no entendimento sobre as espacialidades dentro da historiografia.
Dessa forma, o professor pode usar desse método para dar visibilidade a um
contexto histórico, como por exemplo, a explicação das expedições marítimas,
que com o auxilio do mapa, essa análise se torna mais completa dando
oportunidade ao aluno de ampliar sua visão de mundo, dentro de uma
contextualização sobre a trajetória percorrida entre os países.
Outra
colocação interessante é a apresentação do mapa como fonte de paisagem, como
explica Abud.
“A
paisagem é organizada pela ação humana, a qual é composta por processos de
mudanças e permanências. Esses podem ser compreendidos por meio de mapas,
instrumentos que fornecem aos alunos informações de natureza visual, mas cuja
elaboração passa por um processo de representação espacial que exige reflexão”.
(2010, p. 96).
Assim,
mostrar ao aluno as mudanças percorridas ao longo do processo histórico e o que
ela acarretou na configuração de uma determinada área é um mecanismo que engrandece
o processo de ensino-aprendizagem.
Dentro
desse contexto o mapa consistiu em uma junção visual com a contextualização
escrita que auxilia no entendimento de determinados assuntos, como o período da
colonização espanhola, no qual podemos discutir as diferentes abordagens da presença
dos espanhóis dentro do continente da América Latina. As configurações
administrativas que refletiam em marcações de fronteiras, os contatos entre os
colonizadores e os nativos existentes nessa área, as formas de subdivisões para
auxiliar na extração das riquezas, dentre outros aspectos que o mapa pode trazer
para melhor compreensão dentro do ensino de história.
Conduto,
esses recursos foram de extrema importância para proporcionar aos alunos uma
melhor assimilidade dos fatos, apresentando-os como características para situá-los
dentro do tempo; do espaço; das temáticas ministradas; no construto do entendimento
entre o lugar social; das diferentes interpretações dos fatos históricos; na
visualização das áreas e suas marcações; localizando o aluno dentro da dimensão
territorial para assim produzir uma “[...] compreensão das mudanças e
permanências históricas operadas pelas sociedades nos espaços que ocupam e
vivem.” (ABUD, 2010, p. 102). Desta maneira, podemos contribuir para que os
alunos reconheçam os significados, símbolos e estruturas do tempo passado e presente.
Esse
planejamento de ensino é constituído para um desenvolvimento de “[...]
estratégias politicas alternativas, dentre quais a de planejar o ensino em
outra direção e com outras significações.” (CORAZZA, 1997, p.107) Pois, a
seleção dos conteúdos formula o direcionamento no saber, e de acordo com os
PCN’s (2008, p. 86) é “nesse sentido que os conteúdos ocupam papel central no
processo ensino-aprendizagem [...]”, constituindo na prática pedagógica a
junção entre a prática vivenciada dentro da sala de aula com a teoria apresentada
na graduação, como elementos que compõem na abordagem dos conteúdos
selecionados, possibilitando o construir de um novo aparato dentro do ensino de
história.
REFERÊNCIAS
Geilza
da Silva Santos é doutoranda em História pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco - UFRPE.
Ellen
Cristine Alves S. Canuto é mestre em História pela Universidade Federal da
Paraíba - UFPB.
ABUD,
Kátia Maria. Ensino de História. In:
Capitulo 6 : Mudanças e permanências: estudo por meio de mapas. Capítulo 10: O
cinema no ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010, p. 93-103; p.
165-177.
CATELLI
JUNIOR, Roberto, Temas e linguagens da
história: ferramentas para sala de aula no ensino médio. In: Elementos para
a construção de um programa de História para o ensino médio. São Paulo:
Scipione, 2009, p 7-72.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1 – artes de
fazer. Tradução
de Ephraim Ferreira Alves 8. ed. Petropólis: Vozes, 2002.
CORAZZA,
Sandra Mara. Planejamento de ensino como estratégia de política cultural. In:
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Currículo:
Questões Atuais. São Paulo: Papirus, 1997, p. 103-141.
MORETTO,
Vasco Pedro. Prova – um momento
privilegiado de estudo – não um acero de contas. In: Capítulo 9: Avaliar com
eficácia e eficiência. 3 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.93-122.
NIKITIUK,
Sonia Maria Leite. “Ensino de História: Algumas Reflexões sobre a apropriação
do saber”. In. __________Repensando o ensino de História. Sonia Maria Leite
Nikitiuk (org). Cortez editora, São Paulo, 1996, p. 7-24.
PCN’S.
Orientações Curriculares para o Ensino
Médio: Ciências Humanas e suas tecnologias/ Secretaria da Educação Básica.
Brasília. Ministério da Educação. Secretária da Educação. 2008, p. 65-97.
SCHMIDT,
Maria Auxiliadora. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de
aula. In: BITTENCOURT, Circe (org.). O
saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998, pp. 54-66.
WANDERLEY, Sonia. Repensando o ensino da história,
produzindo conhecimento Artigo publicado no Caderno de Graduação Ensino e formação de
professores na perspectiva das licenciaturas em Ciências Humanas. Rio de
Janeiro: UERJ, Departamento de Ensino de Graduação, 2002, v.4, p.36-43.
Parabéns pelo excelente trabalho. Vocês recorreram muito aos PCNs de história em suas discussões. Gostaria de saber se ao ver de vocês a Base Comum Curricular Nacional (BNCC) de história para ensino fundamental anos inicias e finais trouxe ou incorporou avanços nas discussões acerca da transposição didática entre saber histórico acadêmico e saber histórico escolar.
ResponderExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto.
Olá Gabrielle!Agradecemos pela pergunta. Nosso aproveitamento foi muito satisfatório, os alunos interagiram durante as aulas mostrando uma maior atenção ao conteúdo ministrado, o que refletiu nas avaliações uma melhor assimilação sobre o assunto.
ExcluirAtt,
Ellen Cristine A.S.Canuto e Geilza da S.Santos
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Cláudio!Ficamos gratas pelo elogio e agradecemos também pela pergunta muito pertinente. Bem, no cenário em que vivemos hoje, tudo esta se tornando um desafio. As condições dos professores nunca foram as melhores, e vemos com preocupação o futuro da educação. No contexto geral a base comum curricular é apresentada como um recurso de apoio para o planejamento pedagógico, para as diretrizes na composição do currículo escolar, nesse caso, esse seria um ponto positivo, pois podem ajudar na reflexão sobre os assuntos, temas, aspectos que tem por base as abordagens que aguçam o senso crítico do aluno. Nesse quesito, acreditamos que devemos ampliar os olhares dos discentes para que possam ter esse embasamento crítico, para que possam desenvolver capacidades de interpretar, compreender, entre outros fatores, de forma ativa as interpretações sobre o mundo, sobre os homens. É importante frisar que devemos enfatizar o estudo sobre o contexto histórico regional, introduzindo no currículo os fatores, características, influências, experiências, construções, que viabiliza o entendimento sobre as identidades que compõem o espaço escolar, o mundo de vivência de cada região. Por isso,é preciso dá relevância aos assuntos regionais, que aproximam os aspectos históricos do cotidiano de cada comunidade escolar.
ExcluirAtt,
Ellen Cristine A. S. Canuto e Geilza da Silva Santos
Parabéns pelo trabalho. Gostaria de saber se notaram uma melhora e uma maior interação dos alunos quando utilizaram os recursos didáticos nas aulas, se teve resistência por parte dos estudates ou se tiveram um alto aproveitamento diante do método
ResponderExcluirGABRIELLE LEGNAGHI DE ALMEIDA
Desculpem o erro, as respostas acabaram ficando juntas.
ResponderExcluir