Cartografando
as percepções temporais na educação de jovens e adultos
Nosso objetivo é investigar as
percepções temporais sobre os direitos trabalhistas dos(as) estudantes da EJA
das turmas do 5º período do Ensino Fundamental II, Escola Estadual Professor
João Tibúrcio, em Natal, Rio Grande do Norte. Entender o processo de alteração
das percepções é importante pois a teoria ruseniana compreende que só é
possível afirmar que há aprendizado histórico quando há a produção da ampliação
da experiência do passado humano e a partir dela o sujeito é capaz de inserir e
utilizar interpretações históricas na tomada de decisões. Para isto partimos de
alguns pressuposto da teoria elaborada por Rüsen. Primeiro pressuposto: “o
superávit (intencional do agir humano) inclui uma relação do homem com seu
tempo, na qual se enraízam as operações práticas da consciência histórica que
são pesquisadas” que ficam mais nítidas diante de momentos de mudanças que
obriga o ser humano a recorrer a esquemas explicativos para interpretar as
experiências passadas de maneira a orientar a sua ação de agir na mudança e por
causa dela (RÜSEN, 2001:58). Segundo pressuposto: todo esquema explicativo
elaborado pelos sujeitos é atrelado à experiência e à orientação e aparecem
como modo de ver, na maioria das vezes de forma inconsciente. Terceiro
pressuposto: estes esquemas explicativos no decorrer do processo de
aprendizagem se modificam de maneira qualitativa movimentando-se em direção a
arranjos mais complexos através de choques cognitivos provocados pelo confronto
entre a experiência do tempo e o modelo explicativo inicial do(a) estudante
(RÜSEN, 2010:114-115). A partir destes pressupostos nossa metodologia será
apresentar uma situação de mudança que possibilite verificar a configuração da
consciência histórica naquele momento sob certas condições de maneira que os
pesquisados serão expostos a um saber histórico tematizado.
O momento de mudança escolhido para
o grupo da EJA foi a Reforma Trabalhista. Está opção foi feita por entendermos
que o trabalho é uma experiência comum aos estudantes desta modalidade
(ALMEIDA,2016: 141), seja por já estarem inseridos no mercado de trabalho ou
pelo desejo de se inserirem nele, além de todos já se encontrarem dentro do
mundo do trabalho. Compreendemos ainda
que o ensino de história para as classes trabalhadoras deve tornar os(as) estudantes
cientes das condições de exploração do homem pelo homem, revelar a apropriação
privada do poder e evidenciar os contrastes das relações de poder entre
trabalhadores e patrões (ALMEIDA,2016: 144). Além de permitir a elaboração de
uma estrutura útil de história com conteúdo histórico de fácil operação para os
trabalhadores em suas lutas cotidianas para superar a subalternidade e a
exclusão (LEE, 2006:143; ALMEIDA, 2016:144).
O texto selecionado para que os
pesquisados entrassem em contato com o saber histórico cientifico foi “Uma
breve história dos direitos trabalhistas”, elaborado pelo historiador Rodolfo
Turolla para o sítio eletrônico “Guia do estudante”. Antes da leitura do texto
foi feita uma exposição sobre a história do trabalho, seguida pela leitura
coletiva e comentada do texto. Ao final os participantes deveriam a partir da
leitura escolher uma das alternativas que sintetizava uma conclusão sobre a
nova Reforma Trabalhista a luz da história dos direitos trabalhistas.
A atividade demonstrou que uma parte
dos(as) estudantes em questão (45%) possuem uma visão que naturaliza os
direitos trabalhistas enquanto algo que existe desde sempre e que portanto não
se modifica. Outra parcela (45%) compreende que a experiência histórica permite
cogitar que caso seja necessário se reverta a Reforma Trabalhista contando com
a força política dos trabalhadores. Além destas duas percepções uma terceira se
apresenta com elementos explicativos mais complexos como a presença de atores
sociais como governo, setor privado e trabalhadores, além de compreender que os
distintos contextos sócio histórico interferem neste processo. É interessante notar que as escolhas dos(as)
participantes tem intima relação com seus perfis sócio etário, uma vez que
foram os mais velhos e já inseridos no mercado de trabalho, e que possuem uma
experiência de classe, que apresentaram a compreensão que a força trabalhista
poderia rever o quadro quando preciso. E foram justamente os mais jovens os que
naturalização os direitos trabalhistas enquanto “imutáveis”. A experiência
ativa no mercado de trabalho e envolvimento direto no cotidiano da luta de
classe produziu percepções distintas. A sociabilização em distintos grupos
sociais também influi, vide que a participante que selecionou o item com
elementos mais complexos é a mesma que indicou fazer parte de grupos da igreja
e de futebol, o que a possibilita ter uma visão que engloba a coletividade e
sua complexidade.
A partir dos dados desta primeira
atividade foi elaborado o primeiro círculo de potência. O conceito de círculo
de potência foi desenvolvido por Jacques Rancière ao analisar a experiência do
professor de francês e monarquista Joseph Jacotot durante o seu exilio nos
Países Baixos em 1789 e se aplica a uma didática que tenta repetir o processo
de aprendizagem do cotidiano onde aprendemos sem que ninguém nos explique, mas
por esforço próprio percebemos e construímos conhecimento. Nesta metodologia o
professor é responsável por construir um ambiente educacional com atividades
que estimule o aluno a por meio de sua inteligência superar desafios e produzir
conhecimento, conjunto o qual chamamos de círculo de potência. A atividade do
primeiro círculo propõe aos estudantes uma determina ação, que problematiza a
naturalização dos direitos trabalhistas. Os alunos tinham uma linha do tempo e
uma lista de direitos conquistados e deveriam ordena-los na sequência que
achavam verdadeira. Antes eram questionados sobre: se os direitos eram
conquistados aos poucos ou de uma vez? E por que? Qual seria o primeiro direito
conquistado, quando e por que? Depois eles comparavam a linha que fizeram com a
linha da chave de resposta. Em seguida respondia o que mudou de uma pra outra e
por que? O que chamou a atenção na linha? Por que o direito das domésticas foi
o último a ser conquistado? Qual direito falta os trabalhadores conquistarem e
quanto tempo levaria para isso?
Na sala dos alunos mais velhos a
atividade foi bem sucedida. A turma após breve discussão afirmou que os
direitos trabalhistas foram conquistados aos poucos devido as lutas dos
trabalhadores. A hipótese inicial deles é que o primeiro direito conquistado
foi o direito a greve, por esta ser a maior arma dos trabalhadores e que
possivelmente isto teria ocorrido na década de 1930, contudo não conseguiram
dizer o porquê de tal periodização. Após formularem sua linha e compararem com
a chave de resposta o que chamou a atenção deles foi do direito a 8h de
trabalho ser tão recente. Em relação ao direito trabalhista das domésticas a
hipótese que formularam foi que elas conquistaram por último por serem
mulheres. A turma chegou à conclusão que os direitos que ainda querem
conquistarem são a redução do tempo de espera pra férias de 12 meses para 6
meses e a redução da jornada de trabalho para 6h, estimam que levará entre
10-20 anos para alcançarem. Ao longo das discussões que ocorreram durante o
processo de elaboração da respectiva linha do tempo da turma foi demonstrado o
interesses por história do trabalho feminino e dos jovens aprendizes.
Na sala do perfil jovem houve
resistência a atividade. Na opinião da turma a conquista foi progressiva, mas
não justificaram o motivo de tal conclusão. A turma acreditava que os primeiros
direitos conquistados foram o 13° e carteira assinada em “1900 e poucos”. A
própria expressão usada para indicar a periodicidade aponta para uma noção de
um evento mais recuado no tempo e é coerente com a ideia de uma origem quase
mítica dos direitos trabalhistas apresentada em questionário anterior. Depois
de compararem as linhas do tempo o que lhes chamou a atenção foi o fato da greve
ser um dos primeiros na cronologia. Ao serem questionados acerca do motivo das
empregadas domésticas terem sido uma das últimas a adquirirem direitos
trabalhistas a justificativa dada foi similar à do perfil clássico. Em relação
aos direitos que almejam são a
igualdade salarial de profissões e gênero, mas não creem que algum dia possam
ser concretizado. Na discussão para elegerem qual direito falta os
trabalhadores conquistarem e quanto tempo levaria para isso ocorre floresceu o
interesse por história das trabalhadoras e o questionamento sobre a
desigualdade salarial.
Novamente as características sócio
etárias se destacam, uma vez que é possível relacionar o lugar social do
indivíduo e a forma como hierarquizou a linha do tempo. Os primeiros eventos de
cada linha são justamente os direitos que ocupam o maior status na hierarquia
dos direitos daquele grupo, a experiência de classe na luta cotidiana dos que
já há algum tempo estão inseridos no mercado de trabalho fazem com que o perfil
mais velho escolha o sindicalismo e a greve como os primeiros a serem citados.
Lógica similar pode ser empregada aos juvenilizados que sofrem com o desemprego
e tem apreço pelo lazer elencarem o seguro desemprego e o direito as férias
como os iniciais.
O segundo círculo de potência
consistia em uma atividade de observar uma exposição fotográfica intitulada
"direitos trabalhistas: uma história de lutas e conquistas das
trabalhadoras e dos trabalhadores", selecionar e justificar as que mais
gostou ou chamou atenção. Depois elencar o que mudou e o que permaneceu ao
longo do tempo (1843-2015) e por fim sugerir o que incluir. Para todos os
grupos de ambos os perfis o que chamou mais atenção foi o trabalho infantil ter
uma longa duração temporal. Uma parte apontou a quase erradicação do trabalho
infantil como ruptura, outra parcela afirmou não haver mudanças significativas
e uma terceira defendeu a retomada do trabalho infantil como forma de diminuir
a violência. As turmas defenderam que
deveria haver a inclusão de mais mulheres na exposição fotográfica.
O terceiro círculo de potência tem o
objetivo de problematizarem as novas demandas trabalhistas da modernidade. Para
lograr êxito foi selecionado o curta metragem “Bom Dia, meu nome é Sheila”
(2009) de Angelo Defanti que é a dramatização do texto homônimo de Vanessa
Barbara (2006) publicado na Revista Piauí de jornalismo literário falando das
condições precárias de trabalho dos operadores de telemarketing e as suas
demandas trabalhistas. Os (as) alunos foram levados para a sala de multimeios
da escola, segundo eles, pela primeira vez. Inicialmente foi apresentado a
sinopse e a ficha técnica do curta e o contexto de produção do texto. Depois
assistiram o curta metragem e na sequencia responderam a duas questões: 1.O que
te chamou mais a atenção em “Bom Dia, meu nome é Sheila”? Justifique; 2. Há
alguma relação entre “Bom Dia, meu nome é Sheila” e a história dos direitos
trabalhistas estudados até o momento? Justifique. A atividade foi finalizada uma breve roda de
conversa sobre o filme e os círculos de potências anteriores. A estratégia de
roda de conversa foi usada para superar a dificuldade de escrita dos
estudantes, que embora tenham problemas ao escrever são hábeis leitores. É
importante que os educadores e pesquisadores da EJA sempre considerem que o
ausência do domínio técnico da escrita não implica diretamente na dificuldade
de leitura e interpretação, tendo em vista que o processo de leitura ultrapassa
o escrito e inclui o mundo que nos cerca. Muitas vezes as experiência de vida
dos alunos os dota de uma leiturabilidade do mundo que deve ser aproveitada,
como foi o caso desta pesquisa onde os participantes mostraram um alto nível de
interpretação de suas realidades sociais e dos textos a ela ligados. A discussão colocada pelos (as) participantes
durante a roda de conversa girou muito entorno dos comportamentos de dois
personagens que chamaram a atenção do grupo pela identificação que causaram. O
primeiro personagem que o público se identificou foi por Fagner que é
apresentado como trabalhador esforçado descrito da seguinte forma:
“Fagner, cujo sobrenome é Queiroz
Rocha, tem 21 anos. Ele fez cursos de datilógrafo e padeiro antes de se
inscrever nas aulas de telemarketing. “Tenho que ganhar dinheiro”, explica. Foi
feirante, frentista, forneiro, garçom e recepcionista. Conhece o ambiente
profissional dos frigoríficos, já fechou caixa, trabalhou em padaria e efetuou,
como diz, “auxílio e apoio a força de vendas”. Tradução: panfletagem em
cruzamentos. Sua mais recente experiência no mundo do trabalho foi como lavador
de carros num centro automotivo, onde conseguiu ser promovido a frentista
depois de três dias de trabalho. Fagner, que pretende terminar o supletivo em
meados do próximo ano, inscreveu-se no curso do professor Isaac Martins porque
sentia dificuldade em vender pelo telefone. Realista, também sabe que a escola
indica alunos para empresas”. (BARBARA, 2006)
O grupo mais velho se identificou
por ter tido a experiência de trabalhar em vários ofícios e empregos tal como o
personagem. O grupo juvenilizado se reconheceu na perseverança de Fagner em
melhor de vida por meio dos cursos profissionalizantes.
Ambos os grupos se compadeceram da
personagem Sheila que enfrenta colegas de sala insuportáveis e zombeteiros, que
ao final do curso “está pronto para ser insultado pelas pessoas para as quais
telefona [...] perder parte da personalidade, ou da voz, ou da sanidade, em
troca de um salário anual médio de R$10 mil e de um vale-coxinha de R$3.” A
paciência da personagem para suportar tais desventuras foi elogiadíssima, com a
admiração de quem constantemente tem que engolir sapos para sobreviver.
Estes dois heróis eleitos pelo grupo
coadunam com um imaginário social onde o emprego é signo distintivo entre o
pobre e delinquente e a felicidade é sobreviver honestamente do suor de seus
rostos (MACIEL; GRILLO, 2009:248). Este conjunto de signos, valores e práticas
são parte de um aprendizado de classe que valoriza uma ideia de meritocracia
que oculta a estrutura social dominante. A ideologia meritocrática atribui aos
vitoriosos o fato de terem cumprido o acordo de valorização dos
estudos/trabalhos, omitindo como conseguiram fazer isso (MACIEL; GRILLO,
2009:257).
A maioria dos participantes (80%)
conseguiram estabelecer a relação entre o conteúdo do material audiovisual
assinalando em especial o caso da personagem Estefânia que devido ao ambiente
precário de trabalho acabou afônica com uma disfonia funcional–provocada por
uso excessivo da fala trabalhando como teleoperadora. Ao retornar do afastamento
médico a personagem foi demitida e entra na justiça reivindicando seus
direitos. Os grupos apontaram que apesar dos profissionais de telemarketing
sejam recentes no cenário trabalhista brasileiro, o histórico de lutas por
garantias de direitos ao trabalhador já é uma questão mais recuada no tempo. E
o mais importante, eles verbalizaram que a conquista dos direitos trabalhistas
é um processo que se dá ao longo da história rompendo com a visão inicial que
naturaliza os direitos trabalhistas enquanto algo que sempre existiu e
inalterável. Demonstrando assim que em contato com novos saberes históricos
sobre determinado conteúdo a percepção se altera de maneira a inclui-lo em seu
repertório explicativo.
Conclusões
Os experimentos utilizados na
pesquisa conseguiram estabelecer uma relação clara entre os esquemas
explicativos que os alunos usavam para justificar suas respostas as atividades
e os perfis sócio etários do mesmos. A experiência de classe marca o
entendimento destes sujeitos sobre a história.
Ao mesmo tempo nossa pesquisa
mostrou como a interação com o saber histórico cientifico altera as percepção
temporal e passa a integrar o quadro explicativo dos (as) estudantes. Os (as)
estudantes ampliaram as suas experiências com passado humano via ciência
histórica e os sujeitos demonstraram terem inseridos e utilizados as
interpretações históricas na tomada de decisões, ou seja, se produziu
aprendizado histórico.
Referências
Cláudio Correia de Oliveira Neto é
historiador especialista em EJA e mestre em História;
ALMEIDA, Adriana de. EJA: uma
educação para o trabalho ou para a classe trabalhadora? Revista Brasileira de
Educação de Jovens e Adultos, vol. 4, n. 8, 2016.
BARBARA, Vanessa. “Bom dia, meu nome
é Sheila” - Como trabalhar em telemarketing e ganhar um vale-coxinha. Revista
Piauí. Edição 01. Outubro de 2016. Disponível em http://piaui.folha.uol.com.br/materia/bom-dia-meu-nome-e-sheila/ > Acesso em 23 jun. 2017.
BOM Dia,
meu nome é Sheila. Direção: Angelo Defanti.
Rio de Janeiro: Cavideos Produções, 2009. HDV (17 min.), Colorido.
Disponível em < http://portacurtas.org.br/filme/?name=bom_dia_meu_nome_e_sheila >
Acesso em 23 jun.2017.
LEE, P. Em direção a um conceito de
literacia histórica. Educar, Curitiba, Especial, p. 131-150, 2006.
MACIEL, Fabrício; GRILLO, André. O
trabalho que (In)Dignifica o homem. . In: SOUZA, Jessé. Ralé brasileira: quem é
e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante - cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte : Autêntica, 2002.
RÜSEN, Jörn. História Viva: teoria
da história: formas e funções do conhecimento histórico. Brasília: Editora UnB,
2007.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria
da história: fundamentos da ciência histórica. 1ª reimpressão. Brasília:
Editora UNB, 2010.
Excelente texto!
ResponderExcluirPergunta: Você pode me explicar melhor o segundo pressuposto discutido por Jörn Rüsen? Por fim, você sentiu alguma dificuldade ao desenvolver essa pesquisa com as turmas de EJA?
Cordialmente,
Maiara Silva Araújo!
Obrigado pela participação.
ExcluirO PRESSUPOSTO 2
O segundo pressuposto diz que cada um de nós tem a sua própria versão de história da humanidade e que esta versão é um reflexo do nosso lugar social e história de vida. Assim um sujeito negro, por exemplo, tem uma narrativa histórica diferente de um sujeito branco porque ambos tem biografias e vivências distintas. Na pesquisa em questão os mais jovens tinham uma narrativa da história dos direitos trabalhista como uma conquista natural e espontânea, já os mais velhos tinham uma narrativa de luta progressiva dos direitos. Esta diferença ocorreu justamente porque os jovens ainda não tiveram experiências de trabalhos, enquanto os mais velhos já participaram de greves, lutas judicias contra patrões e etc. Cada grupo construiu sua narrativa a partir de suas experiência temporais. Este pressuposto é valioso uma vez que muitas vezes os historiadores e as historiadoras acham que só eles produzem história,porém todos os humanos para construir os seus sentidos de vida obrigatoriamente produzem narrativas históricas. Compreender isso é essencial para avançar nas discussões de didática da história.
Outro fato importante é que pesquisas desenvolvidas por Luis Cerri e Rafael Saddi apontam que a maioria das pessoas recorrem mais as narrativas históricas produzidas pelas igrejas e família do que as produzidas por nós da história.
PESQUISA NA EJA
Há uma série de dificuldades, inclusive metodológicas ao lhe dar com a EJA. A principal foi a da regularidade na participação. Na EJA a frequência as aulas é muito irregular o que dificulta você ter um grupo regular de pesquisa e que possa observar claramente a progressão da aprendizagem. Tive sorte de ter 11 participantes assíduos para conseguir coletar os dados.
Espero ter esclarecido.
Boa noite Cláudio!
ResponderExcluirEstou encantada com a tua narrativa e com a sensibilidade na condução e planejamento dessas aulas. Parabéns!
A minha questão é: como tu avaliaria a contribuição da diferença geracional em sala de aula? E, Como é conduzir aulas com grupos tão distintos?
Atenciosamente,
Stela Schenato.
Obrigado pela participação Stela.
ExcluirNa maioria das escolas que oferecem a EJA geralmente dividem as turmas em adultos e idoso separado dos jovens. Sou contra esta política, pois creio que o intercâmbio geracional é extremamente produtivo. Acredito que os jovens e os mais velhos tem muito a ensinar um ao outro. E esta diversidade etária é valiosíssima para a disciplina de História. Quando tenho turmas diversificadas assim sempre elaboro rotinas de tutoria revesada, tem atividades que os mais velhos conduzem e tem atividades que os mais jovens conduzem. Ex: Uso os mais velhos como fonte histórica para que os jovens trabalhem história oral e passem a valorizar os colegas mais velhos. E proponho atividades com novas tecnologias onde são os jovens que ajudam os mais velhos, e então os mais velhos possam também valorizar os mais jovens. Conduzir as aulas é trabalhoso no inicio, mas depois da primeira unidade a rotina já esta estabelecida e fica muito mais fácil. Conhecer os alunos e planejar as atividades de acordo com o perfil é o que vem funcionando para mim. Mas os jovens ainda são um grande desafio para EJA e ainda estou engatilhando nos estudos com este novo perfil. Mas a persistência é a chave do sucesso.
Cláudio Correia de Oliveira Neto