Introdução
No prefácio de História, da Coleção “A reflexão e a prática no ensino” (2012, p.10),
Oliveira, Almeida e Fonseca apresentam os avanços da História enquanto ciência
e componente curricular nos últimos trinta anos, atrelados a diversos fatores,
sobretudo pelas mudanças na sociedade no final do século passado e pelas duas
décadas deste século.
Dentre essas mudanças podemos associar os
avanços tecnológicos e transformações políticas deste período que
possibilitaram uma ressiginificação do espaço escolar. O forte avanço de mídias
construíram uma ponte para uma escola que, no universo de computadores e
internet via celular, ainda mescla antigas práticas com metodologias
inovadoras.
Ao longo deste estudo, pensado a fim de
provocar uma reflexão sobre o ensino de História, nos questionamos: o que
esperar de nossos alunos? Tal indagação reside numa inquietação que parte de
nossa experiência docente.
O que
esperar... Algumas reflexões
Para uma educação de qualidade se faz
necessário que se estabeleçam caminhos dos quais os estudantes percorrerão a
fim de atingir as metas estabelecidas no final desse processo. Didaticamente
denominamos este percurso de currículo e se faz como meio a qual a educação se
estabelece. Contudo, muitas vezes cabe a reflexão de quem pensa esse caminho?
Qual a relevância deles para a formação do cidadão crítico e reflexivo?
Se nos pautarmos na legislação educacional,
a Lei de Diretrizes e Base (LDBEN nº9394/1996), a educação além de configurar
direito de todos e atribuir a sua responsabilidade, também preceitua os
objetivos desta e dá outros direcionamentos. Na lei, embora não haja
detalhamento das diretrizes de cada área do conhecimento, lhes dá atribuições
gerais, enquanto que as específicas compõe outros documentos como os Parâmetros
Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular que, apesar de duras
críticas, fora aprovada – na versão do Ensino Fundamental, tendo o Ensino Médio
ainda em processo.
Assim, alvo de duras críticas, a BNCC foi
posta à sociedade sob a lógica de que houvera debates e que estes construíram o
documento, uma base comum. Contudo, se considerarmos que só o fato de se
constituir uma base comum num país de dimensões continentais e de cultura e
realidades sociais múltiplas, já se constituía um desafio, a Base – que passou
por “debates” e após três versões – já evidenciava a própria ausência de
diálogos e norte na sua elaboração.
Um fato é que, se observarmos atentamente
os livros de História que atendem a alunos do Norte ao Sul do País, tende-se a
preconizar uma História europeia, além de uma historiografia local que
centraliza os fatos políticos e econômicos a uma dada região do País. Neste sentido,
nos voltamos ao norte deste estudo para responder a questão: O que esperar dos
nossos alunos?
Em meio a todo esse frenesi, devemos pensar
a educação como um projeto para a sociedade. Enquanto pensarmos que é a
educação que se molda sozinha às gerações, tão pouco progrediremos. É preciso
um pensamento coletivo, massivo, uno e solidário para promover a transformação
que a educação brasileira.
No que tange o ensino de História os
documentos oficiais trazem esta com um objetivo particular a área da qual se
insere: formar para o exercício pleno da
cidadania. Talvez a partir daqui faça sentido, para nós professores, se
perceber a essência de alguns conteúdos, tais como Iluminismo e Revolução
Francesa, contudo para os alunos, talvez não faça tanto sentido. E, mais uma
vez, questionamos: o que esperar dos nossos alunos?
Desta maneira, o que é mais fácil para um
aluno, perguntar ao professor a resposta para todos esses “dilemas” ou busca-la
e partir para o diálogo? Na hipótese mais romântica, seria a segunda alternativa.
Contudo, nossos alunos compõe de uma geração que necessita de respostas e, por
vezes tende a esperar, no professor, a solução de uma problemática desenvolvida
em aula.
A solução para esta e todas as questões que
envolve a sala de aula poderia se resumir na própria atuação do professor – e
não que este seja o único responsável pelo sucesso ou fracasso dos alunos, pois
se assim o fosse se perpetuaria a lógica tradicional do docente como centro do
processo de ensino e aprendizagem, quando este é apenas um mediador.
Em História compreendemos os fatos a ela
relacionados como um conjunto de ações humanas que, sobretudo no campo
político, pode apresentar efeitos nocivos ou não à sociedade. Porém, dentro de
uma sala de aula, a História como componente curricular pode ser considerada, a
vista dos alunos, como um manual para entender os “porquês” de hoje e, para
alguns, formular questionamentos para épocas vindouras. Desta maneira é fácil –
e até corriqueiro – se escutar dos alunos um “e se...” ou “será que pode
haver...”.
Esta máxima apontada revela também o
potencial leitor, pesquisador. Nossos alunos têm muito disso. Por vezes não se
revelam por não se sentirem incentivados. E aí onde entra a figura do professor
e a essência da questão que motivou este estudo. Se a resposta vem pronta e
acabada, as chances de exploração daquela matéria-prima do conhecimento se
esvai. Para tanto, o docente enquanto mediador, uma vez problematizando e
instigando os alunos a buscarem aquele saber, consegue a melhor das
possibilidades.
O estudante requer muitas informações e
traz consigo, também, muitas delas. Pedagogicamente, o professor é aquele que
fará aquele indivíduo transformar a informação em conhecimento. O professor é,
portanto, a chave nesse processo e não a única porta. Leandro Karnal (2016), em
Conversas com um Jovem Professor, aponta:
“Do ponto de vista prático, uma boa aula é
um cruzamento de quatro linhas de força. A primeira diz respeito a você
[professor]. A segunda é o conteúdo em si. A terceira está nas condições
externas (ambiente, barulho externo, iluminação, calor, conforto da sala etc.).
A quarta e mais importante diz respeito aos alunos” (KARNAL, 2016, p.18)
O que nos aponta Karnal é o puro exemplo do
que diferem as escolas privadas e públicas. Logicamente há muita coisa boa
sendo feita nas escolas públicas, contudo, nos exames externos são ainda os
alunos de escolas privadas que levam os melhores resultados.
No tocante aos nossos alunos, é importante
se observar que, sempre quando de posse de uma nova informação, este procura o
professor para poder manter o diálogo necessário. Em História tais informações
são sempre como “luvas” na condução das aulas, visto que, sempre quando um dado
conteúdo os interessa, a participação se torna mais efetiva. Karnal (idem,
p.22) nos traz que:
“O aluno é para o professor, o que o
paciente é para o médico. É o objetivo da sua existência profissional. [...]
Acho que a coisa mais óbvia de todas eu levei muitos anos para entender.
Existem fichas de avaliação, padrões, tabelas e até notas para se dar ao
professor. A mais importante sempre esteve bem diante de mim: o olha dos
alunos. Eles dizem, com absoluta naturalidade, sobre o andamento de tudo.”
(Idem, 2016, p.22).
Esta fala corrobora no que vimos defendendo
ao longo do nosso texto: a escola é um espaço colaborativo e a relação
professor e aluno é essencial para o bom andamento da aula, do currículo e de
tudo o que envolve o processo de ensino e aprendizagem.
Isto nos põe a pensar mais uma vez o
currículo como um fio condutor ao conhecimento exigido dos nossos alunos para a
sua formação cidadã. Quando expusemos outrora que um dado conhecimento pode,
para nós docentes, fazer sentido, também pode fazer o efeito inverso nos alunos
e isso os leva ao tédio.
Não somente por isso, mas como uma
consequência direta, o tédio e muitas lacuna não respondidas em sala por falta
dos conectivos necessários, deixam nos alunos questionamentos brutais quanto à
essência da História, perpetuando velhos paradigmas de que a disciplina é
puramente decorativa.
Na atual conjuntura política que nosso país
vive, momento este em que a própria educação se “refaz” a contragosto, o ensino
de História tende a sofrer ainda mais duros golpes. A bem da verdade, a escola
é um lugar aberto para a discussão, não podendo se limitar apenas a conteúdos,
dados e conceitos. Como dissemos, ela tem uma função social importante e
atentar contra isso é negligenciar essa condição natural. O professor deve
esperar, do seu aluno, saberes prévios e este de, do professor, esperar o
conhecimento que lhe será mediado. Essa é a essência do ensino e aprendizagem.
Aliado a essa premissa, os avanços no campo
da historiografia também promoveu uma ressiginificação no olhar da História na
sala de aula, ou seja, os materiais didáticos e a própria concepção da
disciplina remodelaram, inclusive, as práticas na sala de aula.
Ao trabalhar com novas fontes, com a
perspectiva de uma História vista de baixo, deu a esta ciência novos olhares e
novas interpretações. Desta maneira, é válido ressaltar que a historiografia é
de suma importância na concepção desta como componente no currículo da educação
básica.
De acordo com os documentos oficiais que
regem a educação nacional, o ensino – não apenas o de História – deve versar
pela autonomia e formação para a cidadania. No campo das ciências humanas esta
é um dos pontos basilares do currículo. Ponto que teima em ser modelado para
atender uma ideologia que combate outras ideologias.
A Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional (LDBEN, lei nº9394/1996) em diversos momentos deste dispositivo afirma
essa prerrogativa que ora mencionamos. O mais incisivo deles encontra-se no
artigo 27 da lei:
“Art. 27. Os conteúdos curriculares da
educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de
valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos,
de respeito ao bem comum e à ordem democrática;” (BRASIL, s.n.)
O documento, somatizado à Base Nacional
Comum Curricular e aos Parâmetros Curriculares Nacionais dão, como dissemos, os
direcionamentos para a condução desses princípios expressos na lei. No tocante
ao ensino de História, todas essas questões se esbarram no debate que deve
nortear as análises do passado. Se, por vezes, a aula expositiva insiste em
aparecer – o que não é de um tudo falha – se faz necessário, para o professor,
voltar-se aos seus alunos e buscar dialogar, visto que, se a História é feita
por homens, deve, pelos seres humanos, ser debatida e não apenas repassada.
Desta maneira, deve-se considerar o ponto
de vista, como defende Oliveira, Almeida e Fonseca (2012): “Quando falamos em
ponto de vista, estamos nos referindo a um lugar a partir do qual determinado
sujeito observa. Assim, há dois aspectos importantes: o lugar e o sujeito.”
(ALMEIDA; OLIVEIRA; FONSECA, 2012, p.119).
Considerar o ponto de vista do aluno é
esperar dele uma possibilidade para um novo debate, um novo questionamento. Na
verdade, por vezes nos perguntamos, o que
esperar dos nossos alunos?, quando, na verdade, devemos nos perguntar: o que
os alunos devem esperar de nós?
Considerações
Finais
Sabemos que as escolas apresentam
dificuldades e públicos diversos. Realidades, talvez, muito semelhantes, porém
muito individuais. O ensino de
História em nossos dias vai além de datações, acontecimentos e personagens
ilustres, ele está no dia a dia do aluno, da sociedade em geral e da comunidade
em que esse jovem se enquadra.
Sobre isso,
Simone Selbach, em História e Didática (2010) afirma:
“O bom ensino de
História não é apenas situar acontecimentos históricos e localizá-los em uma
multiplicidade de tempos, mas compreender que as histórias pessoais são partes
integrantes de histórias coletivas e que conhecer modos de vida de diferentes
grupos em diversos tempos e espaços, e reconhecer semelhanças e diferenças é a
melhor maneira de respeitá-los. É importante que se ensine História para que os
alunos possam questionar a realidade, identificamos seus problemas e
descobrindo formas [...] que possam ajudar a resolvê-los.” (SELBACH, 2010,
p.37-38)
Ao se debruçar na História, podemos
mergulhar na essência do comportamento humano, nas relações sociais
empreendidas no passado. Com esses dados podemos fazer um balanço global do
nosso presente, compreendendo melhor alguns questionamentos que incomodam os
mais curiosos dos pesquisadores.
Lutar para que a escola seja um espaço de
socialização e participação coletiva é um dever de todos os que fazem parte de
seu dia-a-dia, neste sentido cremos que seja correto afirmar que existe a
necessidade de um debate amplo e objetivo, com a participação de todos os
segmentos da sociedade civil, sob a iminente necessidade de se buscar
alternativas práticas e eficientes que possam, se não sanar, amenizar os
principais males que acometem nosso setor educacional, além de exigirmos juntos
aos órgãos e pessoas responsáveis a elaboração e efetivação de políticas
públicas que visem a melhora e reestruturação da educação pública em nosso
país. Contudo, para que estas reivindicações aconteçam é necessário uma
sociedade ciente de seus direitos e motivada a lutar pela justiça e igualdade
social, e tais iniciativas dependem de um senso crítico aguçado por parte
daqueles que compõem o corpo civil. E este é o papel da escola atual.
Referências
Professor da Educação Básica. Graduado em
História pela Universidade Federal de Campina Grande; Especialista em
Geopolítica e História pelas Faculdades Integradas de Patos; Especialista em
Atendimento Educacional Especializado pela Universidade Federal Rural do
Semi-Árido; Aluno da pós-graduação em Mídias na Educação (latu sensu) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação: LEI
Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em
05mar2019.
KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor.
Editora Contexto: São Paulo: 2016.
OLIVEIRA, Regina
Soares de; ALMEIDA, Vanusia Lopes de; FONSECA, Vitória Azevedo. História. Col. A reflexão e a prática
no ensino. Márcio Rogério de Oliveira Cano (Coord.). São Paulo: Blucher, 2012.
SELBACH, Simone (Supervisão Geral). História e Didática. Col. Como Bem Ensinar. Editora Vozes:
Petrópolis, 2010.
Boa noite,
ResponderExcluirParabéns pelo texto bem argumentado, ainda que eu discorde de algumas ideias.
Uma delas é a suposta diferença entre a escola pública e a privada. Não acho que o fato da segunda ser alçada a dados rankings significaria, por si só, que os processos de ensino e aprendizagem estariam acontecendo.
Por outro lado, talvez não seja função do ensino de história, em primeiro plano, formar cidadãos que lutam pela justiça e igualdade social. Claro que isso é importante, mas penso que, acima de tudo, cabe ao professor dar cores vida a sua matéria e torná-la uma máquina potente de pensamento. Para isso, penso eu, talvez seja até mesmo útil ele se desprender dos grandes desejos da Modernidade, entre os quais você cita ao longo do texto.
De qualquer forma, passaste muito bem sua posição. E apesar de considerar o Karnal um sofista, as citações extraídas são muito interessantes.
Bem, eis a minha pergunta: caso não seja função do ensino de história formar cidadãos críticos, autônomos, reflexivos e ativos, o que mais lhe restaria fazer?
Abraço
Bruno Nunes Batista.
Olá Bruno! Primeiramente, obrigado pelas suas colocações! Quanto ao que expõe sobre a questão da disparidade entre as duas escolas (pública e privada), concordo que só os dados de rankings não exprime essa diferença, mesmo porque há, nas escolas públicas uma gama de estudantes e docentes que fazem a diferença. Contudo, me pauto na perspectiva da própria exigência dada à segunda esfera.
ExcluirConsiderando que a atual Base Nacional se ancora na perspectiva de áreas, deveras, não somente cabe ao Ensino de História cumprir essa função. Até mesmo porque esta não é tarefa apenas da História, mas da escola como um todo e, sobretudo da família.
De modo que, ao que colocas no teu questionamento, a História se ressignificou ao longo do tempo não apenas no campo da historiografia, mas no próprio ensino. Neste processo, essa função que compreende as questões de identidade se fundem ao currículo.
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirA pergunta que dá título ao texto despertou uma grande curiosidade e reflexão e a questão final ainda mais, por isso, gostaria de parabenizar o ótimo texto com reflexões bastante pertinentes.
O ensino de história sempre foi desafiador, atento não para seus objetivos e conteúdos curriculares, mas para o ponto de vista dos alunos, que o vêem como uma disciplina cansativa, antiquada e que pouco tem a ver com o contexto atual e sua realidade, mostrando a urgência de serem desenvolvidos novos métodos e abordagens de ensino. O diálogo entre aluno e professor para abordar o conteúdo é primordial e necessário, principalmente ao levar em conta a realidade a qual os alunos estão inseridos, sendo incentivados a fazer um contraponto e a participarem, podendo transformar, desta forma e finalmente, a informação em conhecimento.
Por fim, sem mais delongas, campo da educação sempre foi extremamente debatido por estar ligada a aspectos econômicos, culturais, sociais e políticos; por moldar a sociedade futura. Atualmente podemos ver que o conservadorismo tem crescido, por isso minha dúvida é: acha que o limite para as discussões no ensino de história cresceu? Se afirmativo, como lidar com ele?
Ana Clara Fernandes da Costa
Olá Ana Clara! Obrigado pelo elogio e por ter lido o meu texto! Suas colocações são pertinentes e seu questionamento nos põe a reflexão no que tange as constantes ameaças que não somente o ensino de História, mas a educação enfrenta. Esse "simples" fator nos impõe a pensar no que fazer daqui para frente. Se faz necessária uma união urgente de todos os docentes que, infelizmente, se deixam assolar, sobretudo pela ação política nas escolas. As duras críticas a determinados tipos de discussão nas escolas é, acima de tudo, fruto de uma alienação ideológica que vê "lobo em pele de cordeiro".
ExcluirBoa Tarde a todos!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, gostaria de parabenizar o professor Jefferson Fernandes sobre o texto, está muito bem escrito e pontuado. Gostaria de fazer uma colocação a partir da minha própria experiência pessoal em sala de aula, pois sou bolsista do PIBID. Acho que a pergunta inicial do texto, "O que esperar dos nossos alunos?", desperta muitas dificuldades, principalmente no Ensino de História, visto que, além das condições precárias de nossa educação brasileira, a aprendizagem histórica para o estudante, se não partir da própria experiência cotidiana do aluno, não é muito frutífera, e toca justamente em outro ponto abordado no texto: a cidadania. O meu tema de PIBID é exatamente esse,e trabalhamos em sala noções europeias deste tema, que cá foram implementadas ao longo do tempo. Por isso que gostaria de enfatizar ainda mais a pergunta que você fez no final de seu texto: "O que os alunos devem esperar dos professores?". Creio que o ensino de História será tanto mais eficiente, nos ensinos fundamental e médio, quanto mais àquele se voltar para o cotidiano do aluno e, a partir daí, fazer conexões com o passado, através dos conteúdos da grade. O questionamento que eu lhe faço é o seguinte:
Qual é o tamanho da limitação, em sala de aula e para o ensino de História, proporcionada pela utilização de livros didáticos com base eurocêntrica, bem como de políticas públicas que visam o ensino apenas como uma forma de preparação para processos seletivos, como o vestibular? E uma segunda, se me permite, gostaria de saber se os resultados obtidos através da criatividade do professor (para quebrar um pouco este nosso currículo eurocêntrico) são realmente significativos e valem o esforço, tendo em vista sua experiência particular na educação básica?
Olá Luis Fernando! Inicialmente gostaria de agradecer pela leitura do meu texto e pelas considerações! Seus questionamentos são bem pertinentes no que tange essa relação professor/sala de aula/ aluno. Para responder ao seu primeiro questionamento, temos aí dois grandes "baques" à educação como um todo, não apenas restrito ao ensino de História: a BNCC e a ideologia do atual governo. Se nos pautarmos nesses dois teremos um "choque" enorme no que se refere a estruturação do currículo, pois caminham por lados opostos. Acredito que, primeiramente devemos pensar na própria função do ensino de História e, em segundo, nas finalidades do seu ensino.
ExcluirO professor é a chave do processo! Ele, a partir de suas metodologias e considerações pode modelar o currículo aguçando a criticidade do aluno, contudo, se nos pautarmos na concepção do vestibular, como mencionaste, temos aí uma problemática, pois, a depender da banca elaboradora da prova, o exame tende a seguir o proposto no currículo e livros didáticos.
Jefferson Fernandes de Aquino
Bom dia!
ResponderExcluirAchei bastante pertinente seu texto para se re (pensar) as relações em sala de aula. Partindo de sua experiência, mas tendo em vista que não se existe uma formula mágica, qual seria um dos caminhos percorridos pelo docente na busca de trazer esse aluno mais ao debate em sala? Tendo em vista o constante desinteresse dos alunos em sala de aula Geilza da Silva Santos
Olá Geilza, obrigado pela leitura e considerações! Como mencionei na resposta ao Luis Fernando, o professor é a chave do processo! A metodologia aplicada poderá render resultados diversos. Ressalto que, quando afirmo que o professor é a chave, entende-se que este não é o detentor único do saber, desta maneira, se ele buscar trazer pra si essa premissa e considerar o que o aluno traz consigo, poderá se trazer, também, o interesse e toda o potencial de criticidade dos alunos.
ExcluirJefferson Fernandes de Aquino
Olá! Boa noite à todos!
ResponderExcluirEm especial ao Prof. Jefferson e parabenizo pelo excelente texto, bem escrito, bem pautado e objetivo no norte da questão. O título me chamou atenção, pois quando estamos em sala de aula os questionamentos devem ser diários para sempre estarmos repensando nossa prática em sala de aula e percebo que assim o prof. também o faz. Pensar nossa prática, repensar, reelaborar, replanejar e sempre estar buscando a melhor forma de mediar o conhecimento aos alunos. Percebo em sua fala vários princípios da Concepção Pedagógica Construtivista como por exemplo levar em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, o professor como mediador no processo de ensino e aprendizagem do aluno, situações de aprendizagem que façam os alunos desenvolverem respostas a partir de provocações e por fim gostaria de perguntar se o professor acredita que essa é a melhor concepção pedagógica para aplicar em sala de aula com nossa demanda de estudantes atuais? E se me permite, existe alta relevância no seu ponto de vista a história local para se desenvolver uma consciência história crítica nos seus alunos na educação básica?
Sergio Magalhães Júnior Acadêmico de Licenciatura Plena em História UNESPAR Universidade Estadual do Paraná Campus FAFIUV União da Vitória PR.
Olá Sergio! Obrigado pela leitura e pelas considerações elencadas! A educação é algo mutável e, a cada geração, somos requeridos repensar metodologias. O aluno hoje é ativo, questionador e, não tendo um docente que atenda a essas expectativas, o ensino tende a tornar-se desestimulante ao aluno. O segredo está na metodologia aplicada, desta maneira, acredito que cada corrente pedagógica tem a sua relevância e, se somatizarmos cada uma na prática, podemos alcançar o objetivo final que é o aprendizado!
ExcluirJefferson Fernandes de Aquino