Clebia Ramos de Oliveira


ESTUDOS HISTÓRICOS EM EDUCAÇÃO SOCIAL


Ao refletir sobre os Estudos Históricos em Educação Social, precisa-se contemplar a grande diversidade educacional em que estamos vivenciando, como: a missão, a clientela, dados sobre aprendizagem, vida social, relação com a família, recursos, diretrizes pedagógicas, plano de ação da escola, Plano Nacional de Educação, Diretrizes, Leis educacionais, entre ouros. De uma forma ou de outra, toda atividade humana precisa de um planejamento para atingir seus objetivos.

Buscando um breve embasamento teórico que favoreça a construção de uma identidade na escola, começa-se uma análise da realidade pelo diagnóstico da prática atual da instituição de ensino para definir os passos para serem dados pela comunidade escolar. Reconhecendo primeiramente que é um assunto muito vasto, autores renomados escreveram sobre a educação deste o seu surgimento e continuam a escrever, pois sempre teremos novidades e necessidades de mudanças neste tema.

Pensando na função social da escola, representada para a sociedade pelas instituições nos ideais dialéticos, construtivistas e sócio históricos que construiu a escola contemporânea, compreendemos a importância do papel da educação no desenvolvimento dos seres humanos, baseada no desenvolvimento integral das pessoas e na formação do aprendiz na cidadania e para a cidadania, com essa perspectiva apresenta-se uma pequena e refletiva analise com o tema Estudos Históricos em Educação Social, coerente a nossa realidade.
Com estes levantamentos teóricos sobre o conceito das palavras Estudos Históricos, se reconhece e constitui uma importante atividade, a tarefa básica de conhecer o antigo para avaliar o contemporâneo, fazendo as coisas através das pessoas, com os melhores resultados, assim voltando em aprender a conhecer uma escola, significa intensas mudanças nas formas de planejamento, organização, e a direção de pessoas de valores e de respeito.
Compreende-se que a escola deve contemplar a todos, visto ser uma instituição social de caráter público. A Constituição Brasileira de 1988 em seus artigos 205 e 208 nos traz importantes esclarecimentos a respeito da responsabilidade dos Estados e Municípios perante a educação de crianças e adolescentes, item reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), artigo 54 e também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional(LDB).

“Na verdade, os educadores defrontam-se diariamente com decisões que precisam ser tomadas, orientações a serem dadas, não podendo contentar-se apenas em fazer a crítica da situação. Às escolas são organizações educativas que têm tarefas sociais e éticas peculiares, com um caráter profundamente democrático” (LIBANEO, 2001, p.10).

Acreditando na escola como veículo de transformação de pessoas em futuros cidadãos de bem, sua importância como um profundo estudo teórico da pedagogia no Brasil passando por um reavivamento, principalmente a partir das investigações sobre questões educativas baseadas nas contribuições do estudo histórico e dialético, está diretamente ligada à transparência das ações educacionais e sociais da comunidade onde está inserida.
O papel estratégico da educação é o desenvolvimento pleno do aluno, visando sempre a melhoria do ensino e dos serviços essenciais, tanto educacionais como sociais, uma vez que o direito à educação criou novas demandas com base na construção da cidadania. Por isso precisa-se recuperar o valor social e a função da escola.
Quando vamos fazer um direcionamento teórico, com a prática não podemos esquecermos de citar Jean Piaget. O que sempre a Escola de Educação Infantil e Fundamental preocupa-se com uma educação de mais cuidados, pensando sempre em nossas crianças, como seres que passam por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando acontece a capacidade de desenvolvimento pleno.
Assim não nos preocupamos somente com teorias, conteúdos, disciplinas, normas ou regulamentos. Mas, sobretudo com uma educação desenvolvida ao máximo e disposta a sanar a grandes dificuldades sociais existentes na educação. É essencial também que a escola conheça seus alunos, as oportunidades que lhe são oferecidas fora deste contexto e as que não o são. Suas necessidades e preferências, os conhecimentos e as habilidades que ela já construiu nas suas interações sociais.
Compreende-se que a inserção da criança em um processo educativo de qualidade auxilia na construção de suas estruturas afetivas, sociais e cognitivas. As relações com a educação e com um processo de construção consciente do ser humano se evidenciam, pois, a transmissão do conhecimento implica, necessariamente, na interação entre pessoas.
Sabemos que este processo não acontece de imediato, com o passar dos tempos muitas perguntas surgiram, e vamos construindo assim, nosso conceito, no qual, podemos construir nos projetos educacionais em cima deste conhecimento, durante esse período surgem muitos questionamentos acerca da educação e condições sociais dos nossos discentes. Com esta visão metodológica a escola vai aproximando os conhecimentos que já temos, nossos embasamentos teóricos, com a pratica social de nossos discentes, sendo capaz de elaborar um bom plano de trabalho em conjunto com sua comunidade escolar.

Estudo Filosofico da Educação

Para transformar essa realidade e com a finalidade de promover o desenvolvimento do educando como um todo. O presente tema, Estudos Históricos em Educação Social adota uma filosofia de pensar/repensar e mudar o modo de educar, percebendo que os tempos são outros, pretende-se desenvolver atividades com base no educar, propiciando que o processo de aprendizagem respeite o tempo de vida e as experiências sociais do educando.

Os Estudos Históricos em Educação Social, através de autores e estudiosos renomados, definem e assume perante os indivíduos uma filosofia de educação humanista, com embasamento social, valorizando o ser humano e suas individualidades a fim de desenvolver nos indivíduos, atitudes de valores que transformarão sua vida e o meio social. A proposta filosófica tem como finalidade o desenvolvimento do indivíduo como um todo, através do desabrochar de vários aspectos e transformadas ao ensino tradicional, através de planejamentos adequados a cada faixa etária.

A instituição educacional que compreende que o investimento no ser humano é o que dá sustentabilidade a educação, considerar este ponto da teoria é fundamental e proporciona oportunidades para que o desenvolvimento pleno do cidadão aconteça no dia a dia, estudiosos e educadores defendem a ideia de que o respeito ao outro e o conhecimento do limite de cada um são instrumentos importantes para desenvolver no educando a responsabilidade e, consequentemente, a autonomia.

Com inspiração na pedagogia da psicogenética de Jean Piaget, e nas propostas educacionais de Maria Luísa Campos Aroeira, a escola vem buscando a integralização da criança através do desenvolvimento dos aspectos biológicos, psicológicos e sócio culturais, de onde são originadas todas as atividades dos currículos através dos planejamentos. A instituição educacional considera que toda criança possui inerente uma consciência ambiental de sua interação com o meio em quem vive e cabe ao educador ajudar a desenvolver e aprimorar essa moral primitiva. Nesse sentido, compreendendo que a interação professor-aluno é essencial para o aprendizado e para que ocorra esta sintonia é necessário que o professor considere o conhecimento do aluno já existente e que é fruto do meio em que vive.

Piaget corrobora com o estudo abordando que  “ a troca e a comunicação entre os indivíduos são a consequência mais evidente do aparecimento da linguagem.” (PIAGET, 1977, p.25).

Buscar alternativas de ensino que atendam às necessidades de seus alunos e investe na educação que lhes é oferecido. Por isso, os professores da instituição escolar trabalham com atividades que exploram a capacidade do aluno, sem ignorar os aspectos culturais, o contexto social, político econômico do qual fazem parte da escola, a comunidade e o momento histórico em que estão vivendo.

Destacando que todo o atendimento escolar deve acontecer de maneira lúdica e dinâmica para que a criança possa alcançar em seu processo de ensino e aprendizagem o desenvolvimento a integração e a socialização. Os resultados do nosso objetivo apontam a importância dos profissionais trabalharem com qualidade no contexto da educação, sobre tudo pelo fato de contribuir com o desenvolvimento de nossas crianças de maneira plena.

Procura-se ter um embasamento teórico, sempre voltado para a nossa realidade, assim lemos vários autores com direção a profissionais trabalharem com qualidade no contexto da educação. O adulto por sua vez, tem um papel importante na construção dessa infância, pois é consequentemente responsável por essa formação na qual está inserida, a humanidade futura depende.

Para Aroeira, o conceito de infância se dá de acordo:
“Com a classe social a que nos referimos, porque a criança é um ser social e histórico, não é abstrata não é um modelo teórico de desenvolvimento, para conhecê-la melhor é necessário sempre levar em conta suas condições reais de vida a origem social a cultura, pois é a partir desse contexto que determinamos que ela construa seu conhecimento.” (AROEIRA, 1996, p.22)

Além de observar e estudar muito sobre os conceitos de infância e histórico da educação social teve como meta identificar sua contribuição para o desenvolvimento das nossas crianças e também do nosso corpo docente assim como em seus aspectos físicos, cognitivos e emocionais e como etapa fundamental da educação básica par melhor desenvolvimento educacional, o passado influenciando o presente.

O currículo norteia uma diretriz para a construção do conhecimento escolar e social, desenvolvido através de ações que contribuam para o crescimento cognitivo e intelectual do aluno. Além dos conteúdos da matriz curricular, os temas transversais e fatos da atualidade embasam o currículo que norteia a prática pedagógica e deve está voltado para desenvolver o lúdico, o imaginário, a criatividade e o pensamento científico do educando, ressaltando os valores éticos, morais, sociais, direitos e deveres para o exercício da verdadeira cidadania.

“Na dimensão político-social, a escola possibilita aos alunos espaço para o exercício da participação em sociedade, para proporcionar espaços de deliberação de normas e regras em grupo, condições de decisão para que se percebam como sujeitos históricos e com capacidade de assumir compromissos e responsabilidade social que serão necessárias para a vida em sociedade e para o exercício da cidadania, portanto é uma ação de educação para a formação do cidadão.” (LIBÂNEO, 2001, p.52).

A contribuição dos profissionais da Escola, portanto, é a de desenvolver um projeto de educação comprometida com o desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la. Seu papel será de incentivador, facilitador, mediador das ideias apresentadas pelos alunos, de modo que estas sejam produtivas, levando os alunos a pensarem e a gerarem seus próprios conhecimentos.

Como afirma Saltini, “essa inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento”. Neste caso, a escola deve participar da construção da personalidade, e o professor deve conhecer cada um de seus discentes, tratando-os como seres humanos com limitações e dificuldades o educador serve de continente para a criança. Pode se disser, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas tomam um sentido, um peso e um respeito, enfim, onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião.” (SALTINI, 1997, p. 89)

Percebe-se que a educação mudou demais nas últimas décadas, foram muitos textos estudados e diferentes autores. De alguma forma o tema Estudo Histórico e Educação Social se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao relacionamento com a História e a atualidade da educação vivida, descobre-se cada vez mais que se tem muito a aprender.

Das discussões em torno do assunto Educação, conclui-se que ao longo de sua história ela passa por grandes transformações em sua metodologia e também na forma de transmissão e assimilação de conhecimento é realmente um impacto importante no processo de aprendizagem dos indivíduos.

Inicialmente aprendemos que a Educação Social são temas que devem ser mais investigados e debatidos no meio acadêmico, com estes conhecimentos históricos, aprendemos e conhecemos através do estudo da história da educação como ela é importante para que não cometamos os mesmos erros do passado, para que tenhamos a oportunidade de organizar o presente.

É importante conhecer como o educador está voltado para a formação total dos educandos, para poder compreender e lidar melhor com seus discentes e seus familiares, para assim pode amenizar os problemas de aprendizagem na escola contemporânea. Refletir sobre o assunto é relevante, pois através dele aprende-se que há uma perspectiva de mudança do mundo contemporâneo, uma vez que a educação representa uma possibilidade real de transformação da condição humana e da realidade objetiva, ainda que não seja a única.

Vygotsky(1991) aborda a importância das relações sociais entre os indivíduos e que esta relação é a base para uma educação na qual o homem seja visto na sua totalidade, na sua especificidade cultural e na sua dimensão histórica, pois o mesmo se encontra em processo de construção e reconstrução permanente.

Existem recursos que estão interligados com a atual educação, cujo objetivo é contribuir para uma educação igualitária num futuro ainda incerto, mas próximo aos olhares do ser humano.  Portanto a construção das políticas educacionais e suas repercussões nas reformas de ensino e na esfera atual, faz com que os indivíduos demonstrem diferentes reações dependendo dos momentos que vivenciam, tanto nas escolas como na família. A educação Contemporânea aborda importantes questões no Brasil, a qual sofre consequências do tempo histórico, ligado às interferências políticas, sociais e econômicas.

Contudo a instituição escola é na realidade a "formadora" do indivíduo, autores renomados da educação como: VIDAL, Piaget, Líbano, Vygotsky, Ferreira, Paro, entre outros, afirmam que nossas escolas devem propor a construção de uma educação que tenha essencialmente a visão do homem como um ser simbólico, que constrói coletivamente na relação com o outro, cuja habilidade de pensar está relacionada à de sonhar, imaginar e jogar com a realidade.  A escola ao valorizar as tentativas, estendendo-o também ao ato pedagógico, ajuda as crianças a formarem um bom conceito de mundo, um mundo onde a afetividade é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos respeitados.































Referências

Clebia Ramos de Oliveira é professora da Educação Básica em Goiás, Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás-UEG, Especialista em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO e Mestranda em História pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás-PUC - Goiás
 
AROEIRA, Maria Luísa Campos. Didática de pré-escola: vida da criança: brincar e aprender. SP: FTD, 1996.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

____Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei n. 8.242, de 12 de outubro de 1991. – 3. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001.

___Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9394, promulgada em 20/12/1996. São Paulo: Editora do Brasil, 1997.

PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. 24ed. Rio de Janeiro: Forense  Universitária, 1999.

SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997.

VYGOTSKY, Lev. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.


4 comentários:

  1. Sabrina da Silva Veiga11 de abril de 2019 às 15:14

    Parabéns Clebia pela a escolha da abordagem. Em uma sala de aula é sempre importante entender a realidade dos alunos, o que o cerca. É uma bela forma de aguçar o interesse dos alunos.
    É possível trazer a consciência histórica dos alunos trabalhando com a micro-história?
    Quais as melhores abordagens para isso?

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  2. Clebia Ramos de Oliveira11 de abril de 2019 às 19:53

    Sim é possível trazer essa consciência histórica nos alunos, através de abordagens que relacione os fatos e/ou conceitos históricos apresentados em livros ou contados (senso comum) com a história real, sem mascarar o discurso ou acontecimento. Valorizar a vivência e o contexto social, cultural e econômico dos discentes é de suma importância para que essa conscientização aconteça. Sugira-se que o docente não se penda apenas aos fatos históricos apresentados pelos livros didáticos ou no currículo mínimo, o objetivo é que se amplie o conhecimento prévio que o discente já tem sobre os fatos históricos e se não tem mudar a prática pedagógica, trabalhando metodologias que alcance os alunos para que os mesmos participem ativamente das aulas, sendo mais críticos e criativos, desenvolvendo gradativamente essa consciência histórica.

    Para que isso aconteça podemos trabalhar abordagens como:
    Apresentar e relacionar fatos históricos com os fatos reais vividos pelos alunos ou em seu contexto social;
    Trabalhar metodologias prazerosas como filmes, desenhos, conto de histórias e fatos históricos de acordo com a faixa etária dos discentes;
    Desenvolver oficinas de montagem de painéis, cartazes sobre abordagem histórica estabelecida pelo docente através de reportagens de jornais e revistas.
    Promover debates, roda de conversa e conscientização sobre os fatos históricos ocorridos trabalhando passado, presente e fatos que poderão acontecer no futuro;
    Abordar temas históricos e realizar seminários e/ou momentos de depoimentos de fatos históricos ocorridos com os discentes ou em seu contexto social; entre outras.

    Atenciosamente
    Clebia Ramos de Oliveira

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    2. Sim é possível trazer essa consciência histórica nos alunos, através de abordagens que relacione os fatos e/ou conceitos históricos apresentados em livros ou contados (senso comum) com a história real, sem mascarar o discurso ou acontecimento. Valorizar a vivência e o contexto social, cultural e econômico dos discentes é de suma importância para que essa conscientização aconteça. Sugira-se que o docente não se penda apenas aos fatos históricos apresentados pelos livros didáticos ou no currículo mínimo, o objetivo é que se amplie o conhecimento prévio que o discente já tem sobre os fatos históricos e se não tem mudar a prática pedagógica, trabalhando metodologias que alcance os alunos para que os mesmos participem ativamente das aulas, sendo mais críticos e criativos, desenvolvendo gradativamente essa consciência histórica.Sobre as abordagens para trazer a consciência histórica aos nossos alunos, podemos abordar vários fatos históricos, vai depender do nível escolar dos seu alunos, da realidade da turma, do contexto social em que vocês estão inseridos, você pode abordar fatos históricos reais do passado e/ou contemporâneo, como: A História: do país, da cidade, do estado, do bairro, dos escravos, dos negros, dos indígenas, das mulheres, das guerras, violência na atualidade, das Classes, do poder, da representação social, do gênero, Industrialização, capitalismo, tecnologia. São tantos temas que podemos abordar e fazer com que os alunos sejam críticos e desenvolvam essa consciência histórica.

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