ESTÁGIO
DOCÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Introdução
O presente texto tem como objetivo
compartilhar as interpretações das experiências vivenciadas no estágio docência
da pós-graduação em História (PPGH) na Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), com a finalidade de contribuir nas reflexões do campo da formação profissional
docente no ensino superior e na minha formação como professora e docente. A
explanação é referente ao estágio docência realizado no segundo semestre de
2018 na disciplina de História de Santa Catarina II no curso de História da
UDESC.
O ingresso em um programa de
pós-graduação sugere que o/a discente enfrentará uma jornada de pesquisa e que
o requisito formal para a obtenção do título será um trabalho escrito de
dissertação para mestrado e tese para doutorado [JOAQUIM; VILAS BOAS; CARRIERI,
2013, p.356]. Foi justamente com a intencionalidade de dar início a minha
carreira como pesquisadora, que no projeto de pesquisa do mestrado, me propus a
investigar o cotidiano de trabalho de mulheres rurais em Santa Catarina.
No entanto, após a conclusão da
pós-graduação, além de formarem-se pesquisadores/as, os/as discentes de
mestrado (e doutorado) estarão aptos a praticar à docência em cursos de
graduação – em instituições de ensino superior –, uma vez que a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), no
artigo 66, indica que a “preparação
para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado” [in BRASIL, 1996].
Os/as
administradores/as Nathália de Fátima Joaquim, Ana Alice Vilas Boas e Alexandre
de Pádua Carrieri [2013, p.353] no artigo ‘Estágio docente: formação profissional,
preparação para o ensino ou docência em caráter precário?’ indicam com base nas
reflexões de Tânia Fischer que a priorização pelo desenvolvimento da pesquisa
nos programas de pós-graduação direcionou os currículos das disciplinas e
atividades extracurriculares (laboratórios, eventos, etc) para a formação
dos/as discentes exclusivamente como pesquisadores/as, negligenciando um dos
aspectos mais importantes dessa formação que é a preparação como docentes para
o ensino superior. Nesse sentido, as educadoras Gabriela Machado Ribeiro e
Beatriz Maria Boessio Atrib Zanchet [2015, p.509] destacam que empenhar-se em
investigar a formação docente universitária é relevante por dois motivos: em
primeiro lugar, devido a formação docente se dar unicamente pelos programas de
pós-graduação; e em segundo lugar, pela ínfima preocupação com os conhecimentos
pedagógicos e a elevada valorização dos conhecimentos científicos e da titulação
dos candidatos/as a professores/as nos processos seletivos.
Nessa
perspectiva, no ano de 1999, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) estabeleceu como obrigatório para os/as bolsistas de
mestrado e doutorado a realização do estágio docência, visando à preparação
desses/as discentes como professores/as [RIBEIRO; ZANCHET, 2015, p.509;
JOAQUIM; VILAS BOAS; CARRIERI, 2013, p.354]. Os/as administradores/as Joaquim,
Vilas Boas e Carrieri [2013, p.354] mencionam que “os dirigentes da
Capes acreditavam ser esta uma forma de minimizar o impacto causado no ensino
superior (...)”. No entanto, pouco se discute e investiga sobre as condições da
disciplina de estágio docência nas universidades e a qualificação dos
professores/as que os programas de pós-graduação vêm formando, uma vez que
muitas vezes esta é a única disciplina e/ou atividade que capacita os/as
discentes de pós-graduação à docência.
Após dez anos da implementação do
estágio docência pela CAPES, o PPGH da UDESC o incluiu como obrigatório a
todos/as os/as discentes de mestrado e doutorado, através da Resolução CPG/PPGH
N.12, de setembro de 2016. O artigo primeiro da resolução menciona que:
“O estágio docente é parte integrante
da formação do/a pós-graduando/a, objetivando a preparação para a docência, a
qualificação do ensino de graduação e será obrigatório a todos/as os/as
discentes dos cursos de doutorado e de mestrado” [in PPGH-UDESC, 2016].
A ideia de um relato de experiência
surgiu com as inquietações que emergiram após a finalização das atividades:
Será que após essa experiência já estaria preparada para ministrar aulas na
graduação? Será que compreendi a complexidade da profissão de professor/a no
ensino superior? Como explica a educadora Selma Garrido Pimenta [2005, p.28-29]
“os professores vão constituindo seus saberes como praticum, ou seja, aquele que constantemente reflete na e sobre a
prática”, dessa forma para compreender a complexidade de conhecimentos que a
prática havia me proporcionado, e que ainda viria a proporcionar, faltava a
reflexão sobre a prática.
O que vem antes da sala de
aula: planejamento do estágio docência no PPGH/UDESC.
O estágio docência iniciou-se anteriormente
as aulas teóricas e práticas a serem ministradas, com o cumprimento de
procedimentos acadêmicos, a elaboração do planejamento e cronograma de aulas,
realização de leituras, etc. Acredito que seja de suma importância que cada
discente procure informar-se sobre como o estágio docência funciona em sua
instituição, uma vez que ele é praticado de formas diferentes nos diversos
programas de pós-graduação do país. Os/as administradores/as Joaquim, Vilas
Boas e Carrieri [2013, p.358] demonstram de forma contundente o quanto os
programas de pós-graduação dão ênfases diferentes ao estágio docência, até
mesmo dentro do próprio programa, fazendo com que os/as discentes não tenham as
mesmas oportunidades de formação e aprendizado diante do estágio.
Como procedimentos padrões os/as
discentes de mestrado e doutorado do PPGH/UDESC devem elaborar, em conjunto com
o/a supervisor/a, um plano de estágio (descrevendo as atividades que serão
realizadas) e submetê-lo ao Colegiado PPGH para homologação. A elaboração de um
plano de atividades é um guia prévio para o/a discente e o/a supervisor/a, mas
não impossibilita que o/a discente repense e transforme o cronograma das
atividades propostas, desde que seja informado em relatório ao final do
processo. A aprovação pelo Colegiado apenas se dará após a entrega do parecer
do/a supervisor/a, do relatório de atividade do/a discente, do plano de ensino
da disciplina e da avalição dos/as alunos/as da disciplina de graduação na qual
o estágio foi realizado.
A carga horária de estágio para o
mestrado é de 30 horas/aula, das quais 4 horas/aula a 8 horas/aula devem ser
ministradas como aulas teóricas e/ou práticas, com a presença do/a supervisor/a
em sala de aula. São consideradas como atividades a serem praticadas pelo/a
discente/a no estágio docência: a ministração de aulas teóricas e práticas; a
colaboração na elaboração de materiais, exercícios, avaliações, provas parciais
e conteúdos das aulas; e a aplicação de métodos pedagógicos como estudos
dirigidos, seminários, etc. [in PPGH-UDESC, 2016]. No plano de estágio
direcionei, principalmente, três atividades: a preparação e ministração de
aulas teóricas; o acompanhamento e suporte do supervisor em sala de aula; e a
colaboração com o supervisor nas atividades de avaliação e no material a serem
disponibilizado para os/as alunos/as.
Nesse sentido, iniciei o processo
pesquisando sobre quais eram as minhas incumbências e tarefas no estágio
docência. O primeiro elemento que devo destacar no PPGH/UDESC é que os/as
discentes/as devem escolher a disciplina da graduação cuja ementa mais se
ordena com a linha de pesquisa da qual faz parte - o PPGH possui três linhas de
pesquisa: culturas políticas e sociabilidades, linguagens e identificações e
políticas de memória e narrativas históricas. Acredito que a escolha de uma
disciplina que se alinhava com a pesquisa que realizo proporcionou
direcionamento das leituras teórico-metodológicas e contribuíam tanto no
desenvolvimento da aula teórica quanto da pesquisa, uma vez que durante um
mestrado de dois anos unir os interesses e leituras é uma ótima forma de
complexificar as discussões sem desperdiçar tempo.
O segundo elemento que destaco é que
preferencialmente devemos realizar o estágio sob a supervisão do/a orientador/a
da pesquisa, mas caso não seja possível um/a supervisor/a é escolhido para
supervisionar e auxiliar no processo – no meu caso escolhi um supervisor cuja
disciplina que ministrava se alinhava com a temática do rural contemporâneo
catarinense. O/a supervisor/a tem um papel significativo no acompanhamento do
planejamento e realização das atividades, eles/as têm como principais
incumbências:
“Controlar a frequência do estudante
para realização das atividades propostas; orientar o/a pós-graduando/a
continuamente nas tarefas programadas no plano de atividades; acompanhar e
avaliar o discente; encaminhar relatório do/a discente para o Colegiado do
Programa” [in PPGH-UDESC, 2016].
O supervisor escolhido, que era professor
substituto de História da UDESC na época, me concedeu liberdade e confiança
para opinar e contribuir na construção do plano de ensino da disciplina de
Santa Catarina II, pude sugerir textos, opinar nas atividades a serem
desenvolvidas pelos/as alunos/as e escolher a temática da aula teórica que iria
ministrar. Nesse sentido, realizei reuniões com o supervisor para discutir o
cronograma de aulas e textos da disciplina, e assim fiquei responsável pela
organização das leituras e disponibilização das mesmas para a turma.
Como o previsto na resolução do
PPGH/UDESC, os/as discentes de mestrado devem cumprir de 4 à 8 horas/aula de
aula teórico e prática; escolhi trabalhar com 4 horas/aula, a fim de não prejudicar
e interferir no andamento das aulas da graduação – as quatro horas aula foram
distribuídas em uma aula de três horas e em outra de uma hora aula. Às 26 horas
atividade restantes foram distribuídas entre observação das aulas e auxilio do
supervisor.
A temática das aulas a serem
ministradas foi alinhada com o projeto de pesquisa que desenvolvo, dessa forma
escolhi trabalhar com gênero e história das mulheres. A importância de se introduzir o gênero como
uma categoria de análise dentro do ensino de história é o mesmo da inserção da
história dos povos indígenas, africanos e afrodescentes no currículo. A
história das mulheres, das questões de gênero e sexualidade não podem ser
apenas introduzidas dentro do ensino de história como se fossem uma questão
‘exótica’ que fica a parte da história oficial. O que nos interessa é que as mulheres sejam incluídas no processo
histórico. Como afirma o historiador Losandro Antônio Tedeschi [2006, p.2] “é
preciso convencer que a marginalização da mulher nos estudos históricos não
implica que as mulheres tenham sido excluídas do processo histórico”. Assim
como as outras parcelas excluídas da história as mulheres também fazem parte
desta sociedade e ensinar a história sem essa perspectiva, torna a história,
que estudamos na escola e na universidade, parcial, pois desconsidera a metade
da humanidade no seu contexto – no caso as mulheres.
Entrando em sala de aula: a
experiência no estágio docência na graduação em História.
A
primeira vez que entrei em sala de aula no estágio docência foi para realizar
observação - mas também para contribuir na discussão -, aproveitei o período
para colher anotações sobre a dinâmica da turma e a didática (que como destaca
Pimenta [2005] é o saber ensinar) do professor em sala. Praticamente todos os
acontecimentos em sala de aula foram descritos no diário de campo – até mesmo o
vai e vem dos/as alunos/as. Procurei observar o desenvolvimento e ritmo das
aulas, a frequência da participação dos/as alunos/as nos debates, quais eram os
questionamentos mais frequentes e os assuntos que mais chamavam a atenção
deles/as. Creio que conhecer a dinâmica da turma e seus interesses auxiliou no
planejamento das aulas que iria ministrar mais tarde. Evidencio que a contínua
participação dos/as alunos/as em sala de aula foi consolidando a ideia de
ministrar uma aula expositiva-dialogada.
O planejamento das aulas a serem
ministradas foi um processo de pesquisa e leitura intenso – acredito que essa
experiência seja uma modesta noção da complexidade do trabalho dos/as
professore/as universitários/as. A ministração de uma hora aula vai muito além
da leitura de um texto, pois exige uma preparação minuciosa do conteúdo e das
estratégias pedagógicas a serem aplicadas.
Após sete semanas de observação e
planejamento ministrei a primeira aula como estagiária. De forma geral, a aula
teve como proposta problematizar a representação das mulheres na historiografia
catarinense, bem como debater e apresentar o mundo social, econômico e político
das mulheres na história de Santa Catarina nos séculos XIX e XX. A principal
proposta da aula foi discutir a representatividade das mulheres na
historiografia e os motivos que levaram ao seu apagamento nas histórias
familiares, na documentação e nas pesquisas históricas.
O texto obrigatório da aula ‘Mulheres
de Santa Catarina: vidas de trabalho’ de Cristina Scheibe Wolff e Karen
Cristine Réquia, publicado no livro “História de Santa Catarina: estudos
contemporâneos” (organizado por Ana Brancher) de 1999, foi previamente
escolhido pelo professor supervisor para compor o cronograma de leituras da
disciplina, no entanto, havia a possibilidade de trocá-lo e escolher aquele que
mais julgava adequado para a minha aula, mas escolhi mantê-lo porque poderia trabalhar
de forma simples e concisa a problematização de um material datado que se
propunha ser um apanhado da História das Mulheres de Santa Catarina para o
ensino médio.
A fim de dar base aos/as alunos/as para
problematizar o texto, iniciei a exposição contextualização e discutindo o
conceito de gênero como categoria de análise através dos textos ‘Gênero: uma
categoria útil de análise histórica’ da historiadora estaduniense Joan Scott
[1990] e ‘Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa’ da
historiadora brasileira Joana Maria Pedro [2005], pensando contribuição do
conceito na leitura de um texto e na realização de uma pesquisa história. Bem
como, a discussão do conceito de interseccionalidade através do texto ‘Colonialidad
y género’ da filosofa argentina Maria Lugones [2008], que ajudou a pensar as
diferentes negligencias históricas em torno das categorias de sexo, gênero,
raça, etnia, classe social e origem. As leituras mencionadas não eram
obrigatórias, mas a apresentação dessas ideias iniciais contribuiu para pensar com
os/as alunos/as que sujeitos ficam “de fora” nas análises históricas quando
pensamos na historiografia catarinense.
Na primeira parte da aula
expositivo-dialogada, discutimos e analisamos a participação das mulheres na
História de Santa Catarina nos séculos XIX e XX através do texto base de
Cristina Scheibe Wolff e Karen Christine Réchia. Confrontamos o texto com a
bibliografia disponível sobre as mulheres de Santa Catarina, pensando a data de
publicação, objetivo e as limitações que ele apresentava. Buscamos compreender,
através da discussão, o papel das mulheres nas sociabilidades das comunidades
catarinenses, pensando o papel social, cultural e econômico dos trabalhos
desenvolvidos por elas tanto na cidade quanto no campo. Levamos em consideração
na discussão os aspectos que a colonização demarcou nas posições estruturais de
gênero e o conceito de divisão sexual do trabalho como base para pensarmos as
questões de invisibilidade das mulheres na história de Santa Catarina.
Apesar de muitos/as alunos/as não terem
lido o texto obrigatório, a discussão inicial dos conceitos e o trabalho que já
vinha sendo desenvolvido pelo professor supervisor contribuíram no
desenvolvimento da aula. Na verdade, havia me preparado anteriormente para
apresenta o texto na íntegra e desenvolver a discussão sem a contribuição da
leitura do texto por parte dos/as alunos/as, nesse sentido, não senti grande prejuízo
no andamento da aula.
Na segunda aula expositivo-dialogada,
discutimos as questões de invisibilização sociocultural das mulheres indígenas
na história de Santa Catarina. Através do texto obrigatório percebemos que o
trabalho apenas citava que há populações indígenas em Santa Catarina, porém não
as apresentava ou discorria sobre sua história, consequentemente as colocando
em um patamar de menor importância. Desse modo, a segunda parte da aula foi
dedicada a discutir o papel sociocultural e de trabalho das mulheres indígenas
nos povos Guarani, Xokleng e Kaingang, ocupantes do território catarinense.
O propósito das observações
participativas e das aulas ministradas foi contribuir no desenvolvimento
crítico, na instrução da leitura e problematização de textos acadêmicos e na
reflexão acerca da construção da invisibilidade de certos personagens
históricos – principalmente das mulheres - na historiografia catarinense, bem
como compartilhar com os/as alunos/as as descobertas teóricas e as inquietações
que vinham surgindo no processo de pesquisa.
Considerações finais
Primeiramente, devo ressaltar que
realizar o estágio docência com a supervisão de um professor substituto foi uma
experiência valiosa, uma vez que pude acompanhar uma parcela de suas
dificuldades como professor de cinco disciplinas, a extensa carga horária de
trabalho e sua preocupação e dedicação em proporcionar para as turmas a melhor
experiência em relação às discussões históricas e no relacionamento aluno/a-professor/a.
Além do mais, ele me orientou em todas as atividades que desenvolvi, concedendo
conselhos e destacando a importância de cada uma delas na minha formação.
Um dos aspectos que mais reflexionei
durante a prática foi a tomada de decisão do formato da aula, inicialmente
havia proposto no plano de atividades que iria desenvolver pelo menos uma hora
aula prática, porém ao longo do caminho da preparação da aula e das observações
questionei a minha capacidade de controle da turma, se conseguiria fazer com
que o planejado fosse cumprido e se iria conseguir desenvolver a atividade sem
perder hora aula – afinal, só tinha quatro horas disponíveis. Confesso que a
insegurança me fez optar por uma aula expositiva-dialogada, por me fornecer
mais segurança e também por acreditar que o ensino-aprendizagem se realiza
através do diálogo, sem hierarquias.
Além do mais, pude notar através da
prática que apesar de a disciplina de Santa Catarina II tenha sido construída
com um olhar atento para as questões relacionadas ao gênero, a História das
Mulheres ainda sofre impasses para ser incluída nas ementas das disciplinas,
dessa forma a minha contribuição para a disciplina foi refletir sobre temas
ainda pouco estudados, como no caso das mulheres indígenas, buscamos
proporcionar junto aos/as alunos/as uma experiência de questionamento e
diálogo.
Por fim, realço que a conexão entre
pós-graduação e graduação que o estágio docência proporciona foi proveitosa,
além de conseguir reler alguns textos e fazer novas discussões, pude conhecer
autores/as que não haviam feito parte da minha experiência na graduação em
História na Universidade Federal de Santa Catarina e ainda sair um pouco do
‘isolamento’ no processo de pesquisa na pós-graduação. Evidencio que poder
construir uma aula, focada neste público que é a graduação, permitiu explorar
os conhecimentos teórico-metodológicos acumulados durante o mestrado e
finalmente construir e guiar uma discussão.
Referências Bibliográficas
Stela Schenato é discente de mestrado
no Programa de Pós-Graduação em História na Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). Bolsista FAPESC/CAPES. Devo agradecimentos ao supervisor do
estágio docência Antero Maximiliano Dias dos Reis e a orientadora Marlene de
Fáveri.
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Olá! Interessante relato. E em se tratando de sua ressocialização que, penso ser imprescindível no ato da docência, de como via/viu os alunos (ou de como eles são realmente), foi uma preocupação vossa? se atentou em se aproximar deles, procurando trazê-los a vossa aula, para que se enxergassem nela e percebessem sentido na proposta de construção do conhecimento histórico (pois toda aula não deixa de ser isso)? Agradecido.
ResponderExcluirManoel Adir Kischener
Olá Manoel! Muito obrigada pela questão.
ExcluirPensei ao máximo durante a construção dessas aulas no meu público, principalmente, na forma que as aulas poderiam fazê-los/as refletirem sobre suas histórias de vida.
Se tratando de alunos/as que, majoritariamente, tem origem em Santa Catarina tratar sobre a história das mulheres os fez perceber "quem" em suas famílias ainda permanece sem história...as mães, avós, etc. Então, a aulas tiveram um apelo sentimental e reflexivo, não apenas com olhar crítico direcionado a historiografia catarinense, mas também a eles/as mesmos/as.
Após as aulas do estágio docência tive uma devolutiva, eles/as me escreveram sobre o que acharam das aulas e da temática escolhida, e me surpreendi em saber que a história das mulheres e das relações de gênero ainda são temas tão distantes dos/as graduandos/as.
Espero que tenha contemplado suas dúvidas.
Atenciosamente,
Stela Schenato.
Manoel Adir Kischener
ExcluirMuito agradecido! Sucesso nesta nossa jornada!
Olá
ResponderExcluirParabéns pela realização do seu Estágio na Docência na Graduação e pelo seu relato. Há um ano atrás também realizei meu Estágio na Docência. Naquela época, me acostumei a fazer além do relato factual do dia a dia na Universidade, um relato psicossocial das minhas reações em relação ao ambiente do Estágio. Afinal, nós historiadores também somos parte da História. Bem, houveram algumas situações emocionantes, outras chocantes e outras ainda que me instigaram longas considerações, pois os alunos da universidade também constroem uma configuração social que muitas vezes se torna um tanto rígida e enfrenta algumas dificuldades de compreender a sociedade além dos muros da própria universidade. Bem, fui bem feliz no meu estágio na Docência, e claro, gostei muito do seu relato também. Mas se possível, gostaria de saber também um pouco sobre como você se sentiu nas atividades da Docência, como se relacionou com o ambiente e como reagiu aos seu alunos.
Abraço e parabéns
Isaias Holowate
Boa noite Isaias. Muito obrigada pela sua questão.
ExcluirEntão, que pergunta complexa! Mas ótima para explanar aquelas "coisinhas" que não conseguimos colocar em um texto acadêmico. O primeiro dos pensamentos com o estágio docência foi: "nossa, finalmente terei contato com pessoas reais"; confesso que a experiência do mestrado tá sendo um tanto solitária pra mim. Então, estar em sala de aula com alunos/as tão diversos, complexos e jovens foi libertador.
Com relação as atividades da docência me senti como na graduação novamente, frequentando aulas regularmente, lendo textos, preparando discussões; uma vez que o meu estágio docência não foi muito além disso e de preparar duas aulas, creio que o estágio docência em história ainda seja um tanto quanto "inflexível" e "antiquado" se formos pensar em tantos discussões e propostas incríveis no campo no ensino de história.
E como eu reagi aos meus alunos/as? Então, confesso que sou muito tímida e dar aula em uma sala de aula da graduação me deixou nervosa, não consegui ser dinâmica, andar pela sala, gesticular e fazer piadas descontraídas. Mas, como já estávamos em contato há algum tempo, eles/as me proporcionaram uma sensação de conforto durante as aulas ministradas e trocamos muitas ideias "entre aulas" e fora delas.
Espero que tenha contemplado a sua questão.
Super agradecida pela possibilidade de um desabafo!
Abraços,
Stela Schenato.