ESTÁGIO SUPERVISIONADO: RELATOS DE
EXPERIÊNCIAS NO TRABALHO SOBRE OS “POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS”
Introdução
Durante
os quatro anos da graduação recebemos uma preparação teórica para nos tornamos
professoras, mas para que isto se torne eficaz, é necessário entrelaçar esta
teoria com a prática dentro do ambiente escolar, assim, esta formação poderá
ser muito mais enriquecedora. As salas de aula das escolas de nível fundamental
e médio, muitas vezes se mostram muito mais complexas e desafiadoras do que
aprendemos nos livros, já que o público discente é muito grande e muito
distinto, portanto, é fundamental que a prática e a teoria andem sempre lado a
lado.
O
estágio supervisionado possibilita que nós graduandos, tenhamos uma experiência
com a sala de aula, mas que esta experiência seja feita com orientação. Nos é
proporcionado pensar o ensino como um todo: a educação, o ambiente escolar, a relação
entre alunos e professores, a cultura escolar, a comunidade em que a escola
está inserida e também o profissional que queremos nos tornar futuramente, ter
esse contato e essa possibilidade como aprendiz é de suma importância para nos
prepararmos para os desafios que iremos encontrar futuramente, o estágio deve
ser pensando então, como uma pesquisa, uma vivência mais profunda da graduação.
Neste
viés, o presente trabalho tem como objetivo apresentar e relatar nossas
experiências no Estágio Supervisionado da matéria de Prática de Ensino de
História II do quarto ano da graduação de História da Universidade Estadual do
Norte do Paraná - UENP, realizado no ano de 2018 e que foi desenvolvido no
Ensino Médio em turmas dos Colégio Estadual João Marques da Silveira em
Quatiguá/PR e no Colégio Estadual Luiz Setti em Jacarezinho/PR. Durante o ano
fomos responsáveis por duas regências, a serem ministradas nos colégios em que
fizemos o estágio, tivemos a liberdade de debater com os professores o tema que
seria abordado em uma dessas regências e feito isto, ficou definido que “Povos
Da América - Os povos indígenas do Brasil”
seria o tema a ser trabalhado, e pensando nesta temática e em nossa
experiência que focaremos o presente trabalho.
O
Estágio Supervisionado
Durante
a graduação de licenciatura em História na UENP possuímos no terceiro e no
quarto ano a matéria de Prática de Ensino de História I e II, respectivamente,
que está interligada com o estágio obrigatório do curso. São realizadas aulas
presenciais com discussões teóricas, apresentações de regências para a
professora orientadora, observações em salas de aula, participações em
atividades desenvolvidas pela instituição concedente, aplicações de regências e
participação no evento Seminário Supervisionado de História promovido pela IES,
totalizando 640 horas de atividades.
É
nesta etapa da graduação que temos contato direto com o ambiente escolar, o
Estágio Supervisionado nos traz a oportunidade de intervir de forma
investigativa e reflexiva na escola, com os alunos, professores e toda a
comunidade. Porém, devemos nos lembrar que a parte prática se dá durante todo o
curso sempre atrelada a teoria que tem o papel de
“iluminar
e oferecer instrumentos e esquemas para análise e investigação que permitam
questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e ao mesmo
tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são
explicações sempre provisórias da realidade”. (PIMENTA, p. 43).
Neste
sentido, buscamos pensar todo o curso como teórico e prático, já que há a
necessidade de um para que o outro aconteça. Isto nos possibilitou perceber o
estágio como uma pesquisa capaz de analisar o ambiente escolar, aplicar nossos
conhecimentos e superar situações de fracasso baseadas nas teorias aprendidas,
claro que dentro de nossos limites. Vivenciar o ambiente escolar como
estagiárias nos abre uma realidade totalmente distinta de tudo o que já
experimentamos, no estágio voltamos aos bancos escolares não mais como alunas,
mas não também como professoras, o estágio é como caminhar pela sua futura
profissão, mas um caminhar acompanhado, supervisionado, um caminhar de mãos
dadas.
As
instituições e turmas acompanhadas
As
atividades de estágio da qual relataremos aqui estiveram vigentes no período
letivo do ano de 2018.
O
Colégio Estadual João Marques da Silveira fica situado no centro da cidade de
Quatiguá e é o único colégio que atende estudantes de Ensino Fundamental e
Médio do município, por conta disto, seu público é muito distinto, atendendo
pessoas de todas as classes sociais, credos e etnias. Em relação a estrutura, o
espaço conta com biblioteca, quadra coberta, quadra de areia e piscina, além de
possuir doze salas de aula e outras oito destinadas a coordenação pedagógica,
direção, secretaria e sala dos professores, o prédio se
divide em dois blocos: um mais antigo que anteriormente abrigava a Escola Pedro
Gonçalves Lopes e o outro construído em 2009. Mesmo com um espaço físico
suficiente para as atividades escolares, foi possível perceber que existe uma
defasagem em relação aos recursos tecnológicos tanto para uso dos alunos quanto
para dos professores. Ao longo do ano acompanhamos todas as turmas do ensino
médio matutino, que contavam com três primeiros anos, dois segundos anos e um
terceiro ano. A turma escolhida para nossa regência foi a do 1° “A”, uma turma
em que já havíamos realizado uma regência no ano anterior do estágio, quando
eles eram 9° ano, a turma conta com 27 alunos, com idade entre quinze e
dezesseis anos. De forma geral é uma sala com a qual gostamos muito de
trabalhar, eles são participativos, prestam atenção e costumam dar muitas
contribuições para as aulas, tornando-a muito dinâmica e enriquecedora.
O
Colégio Estadual Luiz Setti de Jacarezinho/PR fica situado em um bairro
periférico e atende a um público bem diverso: desde crianças/adolescentes em
situação de risco, de classe média, deficientes físicos e até mesmo imigrantes.
Na questão estrutural, atende as necessidades da instituição possuindo salas de
aulas suficientes e bem arejadas, quadra de esportes, laboratórios, biblioteca
e demais espaços. Porém, foi possível notar a falta de recursos principalmente
tecnológicos disponíveis para atender a demanda de todos os professores. As
turmas acompanhadas foram: três turmas de 1º ano e uma do 2º ano do Ensino
Médio, ambas do período matutino. Levando em consideração nossa proposta,
focarei apenas em descrever brevemente a última turma, o 2º A onde a regência
foi aplicada. Composta por 26 alunos com média de idade entre dezesseis e
dezessete anos, além de alguns mais velhos (vinte, vinte e três e trinta anos).
Esta turma se diferencia das demais por duas questões: há dois alunos que são
mãe e filho e duas alunas imigrantes de Blangladesh. Durante toda a experiência
do estágio, esta foi a turma que mais se destacou, pois, os alunos são muito
educados e participativos nas aulas, sempre demonstram interesse e questionam
sobre os conteúdos, tudo isto, torna a aula muito produtiva.
Regências:
planejamento e relatos
Nestas
atividades em especial, tivemos a oportunidade de debater com os professores
supervisores da escolha o tema para a regência. Feito isto, ficou definido
“Povos da América - Os povos indígenas do Brasil”. Há várias possibilidades de
se trabalhar com um mesmo conteúdo em sala de aula, podemos torná-lo
significativo ou não para nossos alunos, isto depende, porém de alguns fatores,
como os recursos disponíveis na escola, a rotina do professor – que muitas
vezes está sobrecarregado com muitas aulas e muitos alunos em uma mesma turma,
o tempo hábil, mas também depende de uma boa formação e vontade do docente.
A
noção de que só passou a existir “civilização” no território brasileiro com a
chegada dos colonos a partir de 1500 e que antes disso havia apenas índios nus,
preguiçosos e bárbaros que viviam na floresta, ainda continua muito presente no
imaginário da sociedade brasileira: “É certo que no Brasil de hoje ainda muitos
brasileiros nos veem como índios preguiçosos, improdutivos, empecilhos para o
desenvolvimento. ” (LUCIANO, p. 18). Além disso por muito tempo a concepção
religiosa de que os indígenas não tinham alma, os colocava de uma forma que
fossem vistos como animais e não seres humanos.
“A
sociedade brasileira majoritária, permeada pela visão evolucionista da história
e das culturas, continua considerando os povos indígenas como culturas em
estágios inferiores, cuja única perspectiva é a integração e a assimilação à
cultura global.” (LUCIANO, p. 34).
Levando
em consideração essas afirmações, nossas aulas foram no sentido de repensar e
assim, ressignificar a importância destes povos que também são agentes
históricos e tiveram grande influência em nossa cultura.
Mostrar
a enorme diversidade existente entre os indígenas, desconstruindo essa
homogeneização que houve durante séculos de que todo indígena é simplesmente
índio, sem levar em conta sua tribo, sua língua, seus costumes, sua cultura e
sua religião e fazer um paralelo com a situação destes na atualidade, buscando
desenvolver tolerância e respeito por parte dos alunos foi o norte do nosso
trabalho.
Iniciamos
a aulas com perguntas a fim de entender um pouco o conhecimento prévio dos
alunos, questões como: “Quando começa a História do Brasil? Por que apenas a
partir deste momento?” “Antes do 'descobrimento' havia algo neste território?”
Após estas discussões, focamos na quantidade de povos existentes antes da
chegada dos colonizadores, nas suas formas de organizações: modos de vida,
relações sociais, de trabalho e religiosas. Além das inúmeras diferenças existentes
entre as etnias e também algumas semelhanças entre esses povos.
O
segundo momento da aula é falar sobre essa construção histórica acerca do
índio, das várias línguas, das organizações das sociedades indígenas em tribos,
de como é feita a educação das crianças indígenas e como a questão da educação
é tratada por esses povos, da religiosidade, do papel fundamental do indígena
na construção do que chamamos de Brasil, de suas resistências e lutas para
então concluirmos com o indígena na sociedade atual, desconstruindo a ideia
genérica de índio como um povo homogêneo, vítimas da sociedade e até mesmo
selvagens.
Pensar
criticamente na condição e situações as quais esses povos estão submetidos
atualmente foi o grande foco na última parte das nossas aulas e também das
atividades propostas. Portanto, a PEC 215/2000 – Proposta de Emenda
Constitucional que tem como principal pauta passar a responsabilidade de
demarcação de terras indígenas e quilombolas já aprovadas exclusivamente
Congresso Nacional – em paralelo com a Constituição de 1988 foi essencial
juntamente com notícias e charges que tratam das lutas pela posse de terras
entre indígenas e o homem branco a fim de colocar os alunos a pensarem sobre a
afirmação “há muita terra para pouco índio”.
Na avaliação
final, optamos por atividades diferentes para cada turma, no 2° ano a atividade
proposta foi a produção textual que deveria ser feita com base no que foi
discutido e no 1° ano um comentário deveria ser produzido após a análise de uma
charge e os alunos em grupo teriam que produzir cartazes que trouxessem para a
escola notícias de enfrentamentos entre indígenas e “homens brancos” pela posse
de terras.
A
escolha por diversos modelos de atividades deu-se por entendermos que não
podemos ficar presos apenas a uma forma de avaliação e que o processo de
avaliação assim como todo processo de aprendizado deve ser o mais rico
possível, integrando várias metodologias e diferentes linguagens, como o uso de
imagens, charges, textos, gráficos, etc.
“A utilização de linguagens diferenciadas pode
levar o aluno a um processo de aprendizagem mais interativo, prazeroso, que
tenha significado, que lhe dê condições de se posicionar criticamente frente a
questões e problemas que a sociedade traz”. (GIORDANO, p.3).
As
duas turmas foram bem receptivas e demonstraram bastante interesse pelo tema.
No 1º ano do Colégio João Marques da Silveira, os alunos participaram
ativamente da aula, comentando sobre o que sabiam, sobre como alguns tinham
presentes em suas fisionomias traços indígenas, demonstraram- se muito curiosos
sobre as várias línguas, ritos e culturas dos povos estudados e manifestaram
muito interesse em repensar a história do Brasil e como este se constituiu. As
atividades foram feitas em outras aulas por conta do tempo hábil e o resultado
foi satisfatório. Já no 2º ano do
Colégio Luiz Setti, os alunos fizeram vários questionamentos conforme as
abordagens, demonstraram uma surpresa muito grande quando um gráfico populacional
do censo IBGE 2010 foi mostrado e ficaram ainda mais surpresos quando mostramos
a estimativa populacional anterior a 1500. A grande maioria não imaginava quão
rica era (e ainda é na medida do possível) a cultura dos povos indígenas e como
possuímos muito mais semelhanças do que diferenças com eles. As atividades
ficaram como tarefa para casa e o retorno obtido foi o esperado. De forma geral
as aulas foram muito produtivas e fez com que todos nós repensássemos o índio
como ancestral, agente histórico e cidadão brasileiro.
Conclusão
O
estágio nos proporcionou uma nova visão sobre o ambiente escolar. Aprendemos na
universidade como a prática e a teoria devem sempre caminhar juntas para que a
atividade docente seja a melhor possível, o estágio nos proporcionou
experimentar um pouco desta prática, mas de uma forma em que estávamos
amparadas por nossos orientadores.
Estar
presente na sala dos professores, na área das pedagogas, diretoria, secretaria
e cantina nos fizeram enxergar como o ambiente escolar é composto por várias
mãos que devem sempre estar trabalhando em conjunto para que o ato de ensinar
aconteça não só dentro das paredes das salas de aulas, mas por toda a escola.
Pudemos também acompanhar o trabalho burocrático de preparação de aula,
preenchimento de documentos, organização de livros de chamada e
desenvolvimentos de projetos e como o trabalho do professor vai muito além dos
muros do colégio.
Por
fim, acreditamos que o estágio nos possibilitou uma visão mais humana da
prática docente, entendemos a limitação dos espaços e também dos profissionais
frente a uma educação tão maltratada pelo aparelho do Estado. Compreendemos que
a relação aluno professor deve ser sempre a mais humana possível, pois todos
nós já possuímos uma bagagem e sempre podemos aprender com nossos alunos, assim
como ensina-los.
Referências:
Andressa
Fernanda Pereira é graduada em História pela Universidade Estadual do Norte do
Paraná (UENP).
Lara
Gonçalves Lopes é graduada em História pela Universidade Estadual do Norte do
Paraná (UENP).
FUNDAÇÃO
NACIONAL DO ÍNDIO- Quem são. Disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao.
Acesso em 20/08/2018.
GIORDANO,
Valesca Litz. O USO DA IMAGEM NO ENSINO DE HISTÓRIA. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1402-8.pdf.
Acesso em 28/02/2019
LUCIANO,
Gersem dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos
indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/ Museu Nacional, 2006.
PIMENTA,
Selma Garrido. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.
Como futuras professoras de História na Educação Básica brasileira, qual o maior desafio esperado após a realização do estágio?
ResponderExcluirOlá Lóren, nesta conjuntura em que estamos vivendo, acredito que tudo está se tornando um grande desafio, não é mesmo? As condições dos nossos professores nunca foram as melhores e infelizmente estamos passando por alguns retrocessos.
ExcluirAcredito que primeiramente no âmbito geral, o desafio maior seja propriamente no mercado de trabalho, pois com a Reforma do Ensino Médio em que ao invés de disciplinas separadas, teremos "itinerários formativos" que no caso de História será ministrada em "Ciências Humanas e Sociais Aplicadas", englobando outros conhecimentos - que não é de nossa formação, portanto, já temos aí um problema de defasagem.
Ainda sobre a Reforma do Ensino Médio, há a questão de profissionais com "notório saber" - aqueles que sejam aptos para ministrar aulas da sua área, ou seja, uma pessoa que mostre ter conhecimentos em determinada área, mesmo que não tenha a formação docente, pode assumir o cargo, e nós que nos formamos para esta finalidade ficamos como?
Por fim, na questão das Ciências Humanas e mais especificadamente em História, há atualmente um discurso de ódio contra nós, nos acusando de doutrinadores entre outras coisas que não cabe falar aqui, mas que nos afeta diretamente, fazendo com que percamos ainda mais nosso lugar de fala.
Att Andressa Fernanda Pereira
Olá Andressa. Olá Lara. Achei muito importante vocês terem mencionado no artigo que o estágio é também um momento de pesquisa de campo, oportunidade que nem sempre é percebida e aproveitada pelos graduandos em História. Minha questão: quando fizeram a regência, qual foi o maior desafio e a maior dificuldade enfrentada por vocês? E de que forma o aporte teórico foi importante para superá-los?
ResponderExcluirObrigada
Regina Célia Daefiol
Olá Regina.
ExcluirAo meu ver o maior desafio foi olhar para a sala de aula e para o trabalho dos professores sem julgamentos previos, quando somos estudantes universitários e temos contato com tantas metodologias e maneiras diferentes de se trabalhar história, é difícil não julgar o trabalho do professor que na maioria das vezes fica apenas no livro didático, giz e quadro e por isso é um tanto desafiador sair do papel de juiz e se colocar no papel de aprendiz. A maior dificuldade foi perceber que o ambiente escolar e a cultura escolar muitas das vezes mina essas didáticas diversas, por falta de estrutura, por falta de material ou mesmo por falta de tempo hábil para organizar tudo e aplicar isso em sala.
O aporte teórico foi essencial para lidarmos com as dificuldades e conseguirmos nos organizar e desenvolver alternativas para os problemas.
Att Lara Gonçalves Lopes
Olá, Andressa e Lara!
ResponderExcluirQue circunstância ou experiência vocês destacariam como desafiadora e ao mesmo tempo enriquecedora, enquanto docentes em formação, ocorrida durante o estágio supervisionado?
Simone Bezerril Guedes Cardozo
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ExcluirOlá, Simone
ExcluirAs experiências das regências com toda certeza foram as mais desafiadoras e enriquecedoras, é quando realmente assumimos a turma e temos a oportunidade de aplicamos um trabalho de semanas, então entramos na sala com grandes expectativas.
É um misto de sentimentos e perceber o interesse e o envolvimento dos alunos é gratificante, assim como é um desafio, pois eles nos fazem várias perguntas e nos veem como realmente professoras. Digo por mim, quando confesso que as regências foram um dos momentos que me fez ver que tinha escolhido a profissão certa.
Att Lara Gonçalves Lopes
De fato, Lara, você teve uma experiência enriquecedora! Parabéns pelo trabalho!
ExcluirUm abraço,
Simone Bezerril Guedes Cardozo
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ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! Gostaria de saber se vocês utilizaram o livro didático fornecido pela escola? houve discussões críticas dos alunos sobre o material didático comum? Caso tenho ocorrido, como vocês interpretaram essas discussões?
ResponderExcluirEllen Cristine A.S.Canuto
Olá Ellen, obrigada.
ExcluirEu utilizei o livro didático para consulta, ele possuía apenas uma página sobre o conteúdo, então procurei outras fontes para montar minha aula. Durante as minhas observações alguns alunos perguntaram porque precisavam do livro didático e até falaram para a professora que a aula sem ler o livro era mais divertida, como os questionamentos não foram direcionados a mim, eu apenas observei mesmo, mas percebi que os alunos olham o livro como ilustração e material de copia, isso porque na maioria das vezes ele não é usado como ferramenta para aprendizagem e também não é acrescido de outros materiais ou fontes.
Att Lara Gonçalves Lopes
Olá Ellen, obrigada!
ExcluirEu não utilizei o livro didático, apenas fiz uma consulta a fim de saber se haveria algo considerado relevante por mim e aconteceu o mesmo do que com a Lara: apenas uma página se tratando do assunto.
Como a unidade do material tratava dos Povos da América no geral, era muito superficial o que tinha na parte dos indígenas brasileiros.
Na turma do 2º ano não houve questionamentos, pois o professor que era meu supervisor não utilizava o livro em todas as suas aulas, somente quando achava necessário.
Att Andressa Fernanda Pereira
Bom Dia, parabéns pelo trabalho?
ResponderExcluirDiante das experiencias colocadas por vocês gostaria de saber se houve em algum momento do estágio um choque ao que se refere o que aprendemos na Universidade e o que realmente o ambiente escolar nos pede?
Atenciosamente,
Thaindala Thays Barbosa Costa
Olá Thaindala, obrigada!
ExcluirCom certeza houve sim, no início criamos um ideal de professor que muitas vezes depois paramos pra pensar e percebemos que é quase utópico, mas a partir do momento que começamos a estudar a teoria atrelada à prática (isto se dá durante todo o curso e não apenas no estágio) vemos que algumas coisas não serão possíveis logo de início, é preciso levar muita coisa em consideração pensando no contexto de sala de aula como: O número de alunos, as diferenças entre eles, o tempo que temos etc.
É um choque grande, mas penso ser necessário para firmarmos nossos objetivos dentro das possibilidades que possuímos.
Olá Thaindala, muito obrigada!
ExcluirEm vários momentos houve esse choque, como minha colega Andressa disse, quando nos tornamos estudantes de licenciatura e temos acesso a tantas metodologias, textos, fontes e recursos, nos temos o costume de olhar para os professores da rede básica e nos perguntar porque eles não fazem mais ou de outra maneira e quando temos a experiencia do estágio alguns desses olhares ganham novas lentes. Vivenciar o ambiente escolar com todo aporte teórico que a universidade nos proporciona é muito enriquecedor, pois mesmo com todos os choques nos temos base para buscar as melhores alternativas para cada desafio.
Att Lara Gonçalves Lopes.
Olá, meninas, parabéns pela experiência exitosa!
ResponderExcluirAchei interessante vcs terem observado a persistência entre os aprendentes, de uma mentalidade eurocêntrica, que enxerga os povos indígenas como "atrasados" culturalmente, algo que só a educação tem o poder de enfrentar.
Gostaria de saber se vcs procuraram trazer as vozes dos próprios sujeitos analisados!?
Inclusive indico o site "Índio Educa" é uma ótima ferramenta para trazer estas vozes dos povos indígenas.
Cordialmente,
Lidiana Emidio Justo da Costa
Olá, Lidiana, muito obrigada!
ExcluirA referência base para nossas aulas foi a obra "O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje" escrita por Gersem dos Santos Luciano que é um índio Baniwa considerado uma liderança militante da causa indígena, apesar das fontes complementares, consideramos ser essencial nos basearmos em palavras de quem vive tudo isto para assim, não tomarmos o lugar de fala que não nos pertence.
No mesmo período, realizamos (a Lara e eu), uma visita à Terra Indígena Pinhalzinho em Tomazina/PR - projeto da disciplina de História Regional e Local, onde podemos coletar informações com os índios locais que foram também muito importantes para nosso planejamento.
Obrigada pela indicação.
Att Andressa Fernanda pereira
Sabemos que a dominação indígena ocorreu em forma de enfrentamento entre índio e branco, e claro, quem venceu foi o mais bem armado, ficaram com suas terras e escravizaram os sobreviventes. Diante disso como chamar o dono da terra de invasor hoje, se a terra brasileira é do índio e não dos seus repressores?
ResponderExcluirSUELY COSTA MOURA
Olá Suely!
ExcluirRealmente não podemos cometer este erro, é por isto que tomamos o devido cuidado ao se tratar de um assunto tão delicado.
Na análise de notícias citadas em nosso texto, por exemplo, levamos aos alunos duas matérias de diferentes fontes que tratavam de conflitos entre indígenas e agricultores na cidade de Guaíra/PR, enquanto um site (O Brasil de fato) é escrito por militantes ligados a movimentos sociais, o outro (Notícias Agrícolas) é referência no agronegócio brasileiro.
Esta atividade teve como objetivo analisar com os alunos como cada um - devido a sua posição social e econômica tratam esses povos.
Att. Andressa Fernanda Pereira
Digo, como cada um - devido a sua posição social e econômica se referem a esses povos.
Excluir