O desinteresse pelo estudo
da história é um elemento bastante comentado atualmente por professores da
disciplina. A crescente desvalorização da escola e as precárias condições econômicas
e sociais de um número expressivo de estudantes da escola pública contribuem
significativamente para isso. Contudo, um trabalho pedagógico que desperte a
curiosidade estudantil pode tornar mais interessante o conhecimento sobre o
passado.
Com o objetivo de despertar a curiosidade dos estudantes e tornar as aulas de história mais interessantes, construiu-se
um projeto de ensino a ser aplicado em turmas de primeiro ano do terceiro ciclo,
em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, a partir de 2010. Intitulado
“Múmia na escola”, o projeto procura explicar o processo real de mumificação dos
faraós do Egito antigo e demonstrar os motivos pelos quais permitiam o corpo de
um ser humano ser preservado sem entrar em decomposição. Para isso, confeccionam-se
múmias com peixes em conjunto com os estudantes, representando o que os antigos
egípcios realizavam com os faraós.
O Projeto Múmia na Escola
A falta de motivação por
parte dos estudantes para com os estudos é um problema corriqueiro enfrentado
pelos professores na Educação Básica. Isso ocorre sobretudo quando não há no
interior dos núcleos familiares incentivo à educação escolar. Sobre a pequena valorização
dos estudos por parte de estudantes, Paul Willis em um estudo sobre jovens
oriundos da classe trabalhadora inglesa comenta que
“[...] A gratificação
imediata não é apenas imediata, ela é um estilo de vida e oferece hoje a mesma
coisa que será oferecida daqui a dez anos. Ser um cê-dê-efe agora e obter
qualificações de valor duvidoso significaria renunciar para sempre às
habilidades que permitem e geram gratificações imediatas, de qualquer tipo, em
qualquer tempo.
O sacrifício pode, portanto,
ser exorbitante, mas o objeto do sacrifício pode, também, não ter significado.
Os valores e orientações culturais sugerem que o resultado trazido pelas
qualificações nem sempre é uma pura benção. As qualificações tenderão, de
qualquer forma, a ser baixas e a não afetar a escolha do emprego [...] e não
são vistas, de qualquer forma, como um critério tão importante para a seleção
nos empregos que os ‘rapazes’ tenderão a obter. [...]”. (WILLIS, 1991, p. 160).
Os próprios assuntos abordados
pela disciplina de História contribuem para esse desinteresse, pois na maioria
das vezes eles estão extremamente distantes da realidade dos estudantes. Luis
Fernando Cerri e Gonzalo de Amézola, em pesquisa sobre a consciência histórica
de jovens estudantes brasileiros, argentinos e uruguaios, constataram que a
maioria dos entrevistados preferem assuntos mais próximos de sua época, ao
contrário do que estudam na escola.
Diante desse cenário, uma
das principais preocupações de um professor de história deve ser despertar o interesse
dos estudantes e fugir da educação bancária, tão criticada por Paulo Freire
(1996, p. 25), fazer com que haja motivação em estudar o passado. Uma das
maneiras para motivar os estudantes é deixá-los curiosos a respeito do que irão
trabalhar em sala de aula. Para atingir esse objetivo, foi desenvolvido este projeto
de ensino sobre a construção de uma múmia nas aulas de História.
Portanto, o objetivo deste
projeto é que os jovens atinjam uma aprendizagem significativa. Aprendizagem que
ao contrário da mecânica, não seja esquecida em pouco tempo. Na verdade, quando
esse esquecimento acontece, não ocorreu aprendizado. Uma das condições para que
haja aprendizagem significativa é a vontade de aprender por parte do estudante.
A outra é o conteúdo estudado ser potencialmente significativo (PELIZZARI et all,
2001/2002, p. 38). Ao partir de assuntos ou conceitos que tenham proximidade
com a realidade do estudante, a possibilidade de ter algum significado para ele
é maior. Logo, pode ser motivado com mais facilidade.
Aplicação do Projeto em Sala de Aula
Geralmente, o projeto é
colocado em prática, na segunda semana do ano letivo. Em primeiro lugar, são verificados
os conhecimentos prévios sobre a história e a cultura do Egito antigo, mediante
questionamentos orais e a construção de um mapa conceitual. Em seguida, leitura
de um texto sobre práticas funerárias egípcias e uma exposição oral dialogada com
objetivo de vincular passado e presente, aproximando a realidade dos estudantes
com o assunto tratado. A intenção é dar significado a tarefa, partindo de
conceitos já assimilados por eles.
Nas aulas seguintes, exibe-se
o filme “A múmia”, produção de 1999, dirigida por Stephen Sommers. Ao longo da
sessão, comentários são tecidos a respeito do Egito antigo e da narrativa cinematográfica
utilizada pelo diretor. Com base no filme e no que vinha sendo tratado em aula,
os estudantes respondem a um questionário, avaliado posteriormente.
Como se acredita que o
lúdico é um importante aliado no ensino de História, a próximas duas aulas
abordaram esse aspecto. As turmas são divididas em equipes, cuja tarefa,
presente da edição 196 da “Revista Ciências para Crianças”, é decifrar enigmas
baseados em hieróglifos egípcios e, também, criar uma mensagem a ser decodificada
pelas outras equipes.
Para a mumificação
propriamente dita, na aula seguinte os estudantes são levados a outra sala,
mais adequada ao experimento prático: sala de artes ou laboratório de ciências.
Todos são previamente avisados para levar câmeras fotográficas ou celulares
para fotografarem ou filmarem a aula. Primeiramente, explica-se a função de
cada item do material necessário a mumificação: peixe fresco pequeno (com
escamas), para servir de corpo a ser mumificado; em torno de trezentos gramas
de bicarbonato de sódio (substituindo o carbonato de sódio, utilizado pelos
egípcios); um pote com tampa (sarcófago da múmia); um par de luvas cirúrgicas e
máscara a serem utilizados pelo professor durante a realização do experimento
prático. Os estudantes deveriam o tempo todos fotografar e filmar para
observarem a aparência, o odor e a consistência do peixe.
A seguir é feito um pequeno
corte no ventre do peixe e todos os seus órgãos internos retirados. Um punhado
de bicarbonato de sódio introduzido no interior da incisão, nas guelras, na
boca e no fundo do pote, de maneira a não ficar nenhum espaço sem a substância.
O peixe é colocado dentro do pote tampado e coberto totalmente com o restante
do bicarbonato. Durante toda a realização do experimento prático é enfatizado
que a conservação ocorre em função da desidratação que o bicarbonato, ou o
natrão utilizado pelos egípcios antigos, produz. A ausência de água impede que
microrganismos se desenvolvam, por isso as múmias se conservam por milênios.
No retorno à sala de aula,
os estudantes imediatamente redigem um relatório, detalhando o que acontecera
na aula.
Na semana seguinte, retorna-se
ao local de realização do experimento prático para verificar o estado da múmia,
observar o estado dela, comparando-a com o da semana anterior. Todos os estudantes
percebem a diferença: extremamente ressecada, rígida e com um odor que varia de
acordo com a sensibilidade de cada um, mas que não condiz com um animal em estado
de decomposição. O bicarbonato meio pastoso e amarelado, por conta da absorção
dos líquidos oriundos do peixe. Os olhos chamam a atenção de todos, pois
praticamente desaparecem. São orientados
a fazerem fotografias e filmagens, aqueles que dispõem de aparelhos eletrônicos
para isso. Geralmente, alguns pedem para tocar no peixe.
Na sequência, retira-se todo
o bicarbonato de sódio velho, inclusive o do interior do peixe, substituindo-o por
um novo. A quantidade deve ser a mesma da semana anterior, aproximadamente
trezentos gramas. De volta à sala de aula, mais um relatório sobre o segundo
contato com o peixe.
Passado um mês, nova
observação da múmia: ela estava ainda mais ressecada e mais rígida, mas praticamente
com o mesmo odor da aula anterior. O bicarbonato ligeiramente pastoso e
amarelado. Os olhos mais escondidos. Nesse momento, puderam constatar a múmia
pronta. Novamente, é salientado o motivo pelo qual o peixe não entrou em
decomposição, apesar de estar um mês fora da geladeira. No retorno à sala de
aula, é redigida a última parte do relatório.
Ao final do ano letivo,
retorna-se ao local de realização do experimento prático para a múmia ser
observada pela última vez no ano. Os estudantes podem, então, averiguar mais
uma vez que ela não entrara em decomposição, agora, meses após o início do processo
de criação, consolidando o que aprenderam no primeiro trimestre.
Conclusão
Percebe-se que os estudantes
ficam extremamente curiosos. Após ficarem sabendo que participariam de uma aula
na qual um peixe seria mumificado, questionam diariamente em que momento iria
acontecer a experiência. Questionamentos
similares ocorrem ao longo do ano inteiro, sempre no sentido de observar a
múmia mais uma vez. Durante a manipulação do peixe, as turmas geralmente ficam
focadas no experimento. Praticamente todos os estudantes entregaram todas as
etapas do projeto.
Para finalizar, é possível
afirmar que o projeto de ensino sobre a mumificação consegue que os estudantes obtenham
aprendizagem significativa. Por um lado, o projeto disponibiliza conteúdos e
conceitos significativos, já que ele parte do que os estudantes já conhecem,
sobre os quais foram aprendidos novos conceitos. Por outro, os estudantes demonstram
querer aprender, pois ficam extremamente motivados desde o início do projeto.
Além de tudo o que foi
exposto, o projeto de ensino foi prazeroso para o professor envolvido com a
realização do experimento. Perceber que os estudantes de fato estão aprendendo
é extremamente grafiticante, pois o maior objetivo do professor é a construção
de conhecimento e quando ela acontece, todo o resultado de seu trabalho é
recompensado.
Referências
Artur Duarte Peixoto é
professor de história da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e doutorando
em História, pela UFRGS.
CERRI, Luis
Fernado; AMÉZOLO, Gonzalo. El estúdio empírico de la conciencia histórica en
jóvenes de Brasil, Argentina e Uruguay.
Didáctica de las ciencias experimentales e sociales, Valência, n°. 24, pp. 3/23, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários
à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PELIZZARI,
Adriana; KRIEGL, Maria de Lurdes; BARON, Márcia Pirih; FINCK, Nelcy Teresinha;
DOROCINSKI, Solange. Teoria da aprendizagem significativa segunda Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.
37-42, jul. 2001-jul. 2002.
Revista Ciências
Hoje das Crianças. n. 178, Instituto Ciências Hoje, abril de 2007.
Revista Ciências
Hoje das Crianças. n. 196, Instituto Ciências Hoje, novembro de 2008.
WILLIS, Paul. Aprendendo a ser trabalhador: Escola,
resistência e reprodução social. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
Muito interessante!
ResponderExcluirCom que outros meios você acha que o ensino de história deveria dar mais atenção para recuperar o "gosto dos alunos" pela disciplina??
Att
José Gilberto Targino de Medeiros
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirUm caminho que acredito ser muito frutífero e ainda pouco utilizado, são os jogos, sobretudo os digitais. Ainda existe certo preconceito quando a utilização pedagógica dos jogos digitais, porém a potencialidade desse recurso para o ensino de história é enorme.
ExcluirOutro caminho seria repensar os saberes curriculares. Certas temáticas são mais motivadoras do que outras.
Olá, Boa Noite.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, achei extremamente interessante e inovador essa aula prática sobre um costume comum no Antigo Egito. Só fiquei com uma dúvida em relação a escolha do tema.
No início do trabalho foi apontado o desinteresse dos alunos no ensino de História, por ser algo distante da realidade dos alunos, geralmente uma História que requer que os alunos decorem grandes nomes, datas e como algo preso no passado (E isso se dar em vários temas trabalhados em História). Mas por que o projeto tem como escolha especifica o Antigo Egito ?
Ismael Lacerda Brasileiro.
Olá, Ismael. Obrigado pelas considerações.
ExcluirEssa é uma temática que geralmente desperta a curiosidade dos estudantes mais jovens. A visibilidade em jogos, filmes, reportagens de revistas de história, entre outras, contribuem para tal interesse. Então, procurei explorar essa curiosidade ao desenvolver o projeto, o que vem dando certo.
Oi, parabéns pelo trabalho e principalmente pela disposição (e coragem) de elaborar aulas tão ricas para estimular os estudantes. Possuo duas dúvidas. Houve alguma diferença na receptividade desse projeto por parte do alunato em relação ao gênero? qual?. Além disso, como utilizastes a mumificação na prática, houve alguma participação e/ou aconselhamento por parte de algum professor de Química ou de Biologia? algum professor das ciências naturais chegou a aproveitar-se do seu projeto para ensinar aos alunos algum tema (como, por exemplo, como o sal e outros elementos podem ser utilizados para impedir que feridas infeccionem)? desde já agradeço a atenção, abraços.
ResponderExcluirRaul Fagundes Cocentino
Obrigado pelos elogios, Raul. Não percebi nenhuma diferença na receptividade que possa relacionar ao gênero dos estudantes. Até hoje foram raríssimos os casos de estudantes se mostrarem resistentes ao projeto: lembro de dois em períodos diferentes, um menino e uma menina, que eram irmãos.
ExcluirQuanto à outra questão, já propus em reuniões pedagógicas da escola onde leciono, o desenvolvimento de um projeto interdisciplinar a partir do experimento. A pressão por "vencer o conteúdo" acaba dificultando a adesão de outros professores.
Parabéns professor pelo artigo e pelo projeto Mumia em sala de aula! Eu sempre peço para meus alunos construirem piramides de papelão...até a Esfinge teve aluno que fez com massa....vou roubar sua ideia da múmia...Parabéns mesmo!
ResponderExcluirObrigado pelo elogio Benedito. Apresentar o texto aqui, também teve o objetivo de servir de inspiração para outros professores.
ExcluirA parti deste projeto pedagógico, os alunos que participaram obtiveram um interesse maior pelo assunto abordado? já que a cultura egípcia é muito diversificada.
ResponderExcluir- Marilise Fernanda Neves Pinheiro Lisboa
Olá, Marilise. Percebi um interesse maior pelo assunto: durante as aulas o foco é maior, surgem mais dúvidas, há maior engajamento nas atividades, demonstram realizá-las com gosto. Inclusive alguns alunos já vieram me mostrar livros que haviam comprado sobre o Egito.
ExcluirParabéns pelo projeto, muito interessante a forma que você encontrou de despertar essa curiosidade em seus alunos. Certamente será algo que vai marcar esses alunos de alguma forma, e que acenderá em alguns o desejo pelo saber histórico. A maneira que você utilizou de trabalhar o assunto são coisas que precisam ser trabalhados a todo instante nas escolas, pois você foi do livro ao filme, do filme as atividades, e depois de tudo trabalhado foram pra prática, excelente exercício que com certeza prendeu a atenção desses alunos. Diante desse projeto, como foi a recepção da direção da escola ao decidir trabalhar esse projeto com os alunos? Você teve alguma dificuldade em relação ao corpo docente em não querer realizar esta atividade?
ResponderExcluirMelissa Jéssica Beleza Souza
Olá, Melissa. Obrigado pelas considerações.
ExcluirJá desenvolvi esse projeto em quatro escolas. Geralmente a reação dos colegas professores também é de curiosidade. Dificuldades só tive em uma escola, na qual lecionava apenas uma tarde para uma turma, portanto não tinha um convívio mais próximo com os colegas. Além disso, era uma escola com espaço físico muito pequeno, sem local adequado para fazer o experimento, o que acabou me obrigando a guardar a múmia em um depósito ao lado do refeitório. Na semana seguinte ao início do experimento descobri que ela havia sido jogada fora pela supervisora pedagógica.
Qual os outros modos de chamar a atenção dos alunos para tomarem gosto pela matéria ? David de Brito Alvarenga
ResponderExcluirOlá, David. Acredito que um dos caminhos seria a respeito da metodologia. A metodologia utilizada em sala de aula pode ser um fator importante na motivação dos estudantes: variar as abordagens, não usando o mesmo modelo de aula todos os dias; tornar os estudantes protagonistas da própria aprendizagem; utilizando recursos digitais e tecnológicos; cuidado ao selecionar os saberes curriculares, procurando incluir algumas demandas trazidas pelos estudantes.
ExcluirOlá, interessante relato.
ResponderExcluirQuais foram as dificuldades encontradas para a compreensão dos(as) alunos(as) sobre a complexidade cultural e social desta sociedade?
Grato!
Aquilles Trindade
Olá.
ExcluirDurante a realização do projeto os estudantes não apresentam maiores dificuldades de compreensão. É o projeto de ensino que desenvolvi com melhor construção de conhecimento.
Prezado Professor Artur Duarte Peixoto, ao ler sobre um trabalho dessa magnitude e importância, sendo feito numa rede de ensino público, minhas esperanças se renovam frente a tantos problemas que enfrentamos diariamente com o sucateamento do ensino no Brasil.
ResponderExcluirO trabalho de mumificação do peixe, dentre outras diversas possibilidades, traz o aluno para o campo da prática e da experiência, campos tão pouco explorados na sala de aula, que além de cumprir o seu papel principal de capturar a atenção do aluno, o deixa totalmente absorvido pela aula, tendo como resultado uma melhor assimilação da disciplina.
No entanto, o que me preocupa com a aplicação dessa experiência, é a perpetuação de uma visão distorcida do Egito Antigo, corroborando com o chamado “Orientalismo”, principalmente com a aplicação de filmes como “A Múmia” (1999). Edward Said (2003, p.33-34) apresenta o Orientalismo quando diz: “O Orientalismo, portanto, não é uma visionária fantasia europeia sobre o Oriente, mas um corpo elaborado de teoria e prática em que, por muitas gerações, tem–se feito um considerável investimento material. O investimento continuado criou o Orientalismo como um sistema de conhecimento sobre o Oriente, uma rede aceita para filtrar o Oriente no pensamento ocidental, assim como o mesmo investimento multiplicou – na verdade, tornou verdadeiramente produtivas – as afirmações que transitam do Orientalismo para a cultura geral”.
Partindo da visão do Oriente como criação do Ocidente, dotado de misticismos, preconceitos e absolutismos, como podemos abordar assuntos como Mumificação, ou a língua Hieroglífica (como sendo meu interesse em aplicação em sala de aula), sem estarmos reproduzindo esse ideal orientalista para os alunos?
Muito obrigado pelo trabalho apresentado.
At.te
Caio Filipe dos Santos Negreiros
Olá, Caio. Obrigado pelos comentários.
ExcluirEm primeiro lugar, é importante trabalharmos a história do Egito como pertencente à história africana, e não do oriente. O Egito está localizado na África. Há algumas décadas atrás, era comum o Egito ser incluído entre as nações do oriente próximo. Equívoco corriqueiro em livros didáticos de história. Nos livros atuais, isso parece ter deixado de ocorrer, ou pelo menos, diminuiu a incidência.
Decorrente disso, é comum a representação dos egípcios como um povo branco, o que não condiz com o caráter fenotípico da maioria da população egípcia.
O Egito é uma nação africana e isso deve ser trabalhado em aula. Mostrar o esplendor dos egípcios, em conjunto com o de outros povos africanos, como o do Mali, Songai, Núbia, entre outros, é uma estratégia de uma educação antirracista: mostrar o lado positivo do continente africano, e não a miséria, a fome, a doença.
Primeiramente parabenizo pelo trabalho desenvolvido.
ResponderExcluirEu tenho uma questão: Sobre a relação dos conhecimentos dos alunos - os conhecimentos cotidianos e toda a carga de experiências que trazem de suas vivências diárias, fora e dentro do espaço escolar - como você, como professor, percebe as relações dessas práticas cotidianas com as atividades do projeto? Ou que tipo de relações você mais identifica que são estabelecidas por parte dos alunos entre seus conhecimentos e práticas cotidianas com as atividades do projeto?
Rafael Souza Ferreira
Olá, Rafael. Obrigado pelo comentário.
ExcluirDuas relações são mais comuns: de um lado, os estudantes fazem relação das crenças e práticas religiosas dos egípcios com as deles mesmos. Outra é a respeito de alimentação, se após a mumificação poderiam se alimentar do peixe, ou seja, se existe a possibilidade de preservar uma carne animal fora da geladeira para depois comê-la, o que não é possível após a mumificação.
Parabéns por esse trabalho inspirador, Artur! Durante o desenvolvimento destas aulas houve alguma interdisciplinaridade envolvendo a disciplina de Ciências, Química ou Biologia? Pois este experimento é um recurso interdisciplinar muito rico.
ResponderExcluirMurilo Tavares Modesto.
Olá, Murilo. Obrigado pelo comentário.
ExcluirInfelizmente nunca houve interdisciplinaridade a partir desse projeto. Já sugeri a alguns colegas professores que fizéssemos um planejamento em conjunto, porém por inúmeros motivos ela nunca ocorreu.
Realmente um desafio trabalhar história antiga com os pequenos. Trabalhar com o lúdico é uma grande estratégia. Você percebeu reflexos em outras conteúdos? Vc acha que eles se sentiram motivados para aprender os demais conteúdos do ano?
ResponderExcluirOlá, Larte.
ExcluirHouve impacto em outros conteúdos. Após o desenvolvimento desse projeto, percebi em muitas turmas um incremento na motivação dos estudantes para aprender outros conteúdos.
Realmente um desafio trabalhar história antiga com os pequenos. Trabalhar com o lúdico é uma grande estratégia. Você percebeu reflexos em outras conteúdos? Vc acha que eles se sentiram motivados para aprender os demais conteúdos do ano?
ResponderExcluirLaerte Pedroso de Paula Júnuior
Olá, Larte.
ExcluirHouve impacto em outros conteúdos. Após o desenvolvimento desse projeto, percebi em muitas turmas um incremento na motivação dos estudantes para aprender outros conteúdos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÓtimo trabalho Artur!
ResponderExcluirCom essa experiência, é notado um certo aumento no interesse por parte dos alunos logo a partir da exposição da proposta de tarefa? Saber que iriam fazer algo 'diferente', despertou um interesse imediato?
Obrigada!
Nayara Brito Pereira
Olá, Nayara. Obrigado pelo comentário.
ExcluirAo apresentar o resumo do projeto para eles, incluindo a mumificação, eles ficam bastante curiosos, questionam como será a múmia. Percebo que esse fazer algo "diferente" desperta a curiosidade, o que acaba sendo um aliado importante.