A CAIXA DE HISTÓRIA DA AMÉRICA: AULAS EXPERIMENTAIS COMO
ESTRUTURANTES DO SABER ACADÊMICO
A presente proposta de ensino de
História pode ser aplicada com públicos de ampla faixa etária. Ela partiu do desafio
desencadeado pela reestruturação curricular do Curso de História da Unespar,
campus de União da Vitória, a vigorar em 2019. De forma experimental, na
disciplina de História da América, articulamos as práticas dos componentes
curriculares à curricularização da extensão universitária. Ou seja, buscamos
desenvolver um método de ensino dinâmico e versátil dentro da universidade
pensando a acessibilidade de cada local, propondo materiais simples e de
própria confecção de professores e alunos. Certamente as mudanças previstas em
lei trarão novos desafios, mas também novas oportunidades para o ensino de
História. Principalmente neste momento em que o desempenho dos alunos
brasileiros no Ensino Fundamental e Médio é infelizmente, em termos
internacionais, inexpressiva.
O tema que nos propusemos a
trabalhar é proveniente de uma parte dos conteúdos da disciplina de História da
América, a Guerra Peninsular (1808-1814). No entanto, vinculamos este episódio
da Península Ibérica tanto à metodologia empregada da Caixa de História quanto
às especificidades da história local, isto é a Guerra do Contestado (1912-1916).
Isto se deve à necessidade de articular um tema distante no tempo e no espaço à
realidade local e regional. O eixo articulador se concentrou nos símbolos
nacionais, os quais permitiram estabelecer analogias, traçar comparativos entre
as guerras a fim de auxiliar a compreensão do contexto da formação dos Estados
Nacionais e também de episódios marcantes da História Brasileira no início do
século XX no Brasil.
Primeiramente, deve-se ressaltar
que o Projeto Caixa de História surgiu em 2004, a partir do Programa Conhecer e
Criar, criado por um grupo de professores da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Helenice Rocha, Luís Reznik (atual Coordenador Nacional do
ProfHistória), Márcia Gonçalves, Marcelo Magalhães e Rui Aniceto Fernandes.
Eles participavam do grupo de pesquisa Oficinas de História, que tinha por objetivo
criar materiais didáticos que pudessem ser utilizados por professores da Educação
Básica na área de história. O foco em
atividades voltadas apenas para a história local, suscitou trabalharmos também
com a história local, englobando, é claro, de forma parcial a Guerra do
Contestado. Segundo estes professores, a escala de abordagem seria uma forma de
o estudante se aproximar do trabalho ou do ofício do historiador. Neste sentido
o estímulo se voltou para a leitura, análise de fontes e o desenvolvimento de
pesquisa que possibilitasse desenvolver, pelo menos, algumas habilidades gerais
nos educandos, tais como a leitura e a escrita. Sem dúvida, a expertise está no
trabalho interdisciplinar, que agrega valor e sentido às atividades docentes
(ROCHA, 2018).
É interessante apontar que a
elaboração de um guia a fim de facilitar as atividades do professor, orientando
possíveis usos da Caixa de História, permite não só a colaboração, mas também a
liberdade para poder ampliar as atividades. Segundo os criadores do projeto “A
caixa de história é constituída por atividades impressas organizadas em torno
de tipos documentais que funcionam como janelas
para tempos passados” (ROCHA, 2012).
Este trabalho, que tratou dos
vínculos entre a Guerra do Contestado e a Guerra Peninsular, traz essencialmente
as disputas entre potências e áreas dominadas por Napoleão Bonaparte, além de
elementos da história do Contestado. Em ambos os casos as beligerâncias envolveram
populações distintas em circunstâncias extremas, as quais estavam ligadas à
ideia de liberdade, igualdade e fraternidade, do sentimento nacionalista, e de outro,
da opressão do estado, das elites, das empresas multinacionais sobre a
população sertaneja.
Este processo é nitidamente
verificado na letra dos hinos, nas cores e aspectos dos símbolos que
representam as nações, e nos locais que trazem a história das vitórias e
derrotas, as quais são simbolizadas nos monumentos e nas artes visuais. Tal
vinculação ficou mais evidente e deu mais valor à nossa formação, uma vez que
permitiu vislumbrar vínculos entre fatos distintos, além da cautela em
associá-los. Por exemplo, vê-se o trecho a seguir do hino do 5º Batalhão de
Caçadores:” Firme, leal, sentinela/ Alerta a Pátria nos tem.../ Nossa vida para
ela:/ Vivemos p’ra morrer bem!” (GONÇALVES, 1808).
O local escolhido para ministrar uma
audiência com os alunos foi a Praça do Contestado, que esta localizada entre os
limites de Porto União-SC e União da Vitória (PR). Trata-se de um ponto
turístico que, se bem explorado pode trazer novas possibilidades de
interpretação da realidade cotidiana para os alunos. Entendemos que nestas novas
leituras podem ser exploradas temáticas que ampliam nosso conhecimento acerca
da cultura e da história local, além de acontecimentos trágicos de nossa
história. O referido local é composto de
uma fonte de água e da história local da Guerra do Contestado ilustrada nos
pequenos muros que contornam partes da praça e uma estátua do monge João Maria.
Figura histórica que está impregnada no imaginário religioso local e regional.
Há também, bandeiras imponentes de ambos os estados do Paraná e Santa Catarina.
Alguns marcos turísticos que referenciam a ferrovia, o trabalho e os costumes
locais. Segundo Eloy Tonon “O movimento do Contestado foi um movimento social,
dotado de características próprias. Delimitado a uma região de 48 mil km²,
disputada política e judicialmente entre os estados do Paraná e Santa Catarina.
Envolveu a população sertaneja que vivia no interior catarinense e parte do
território paranaense, ainda, as forças de segurança estaduais, o exército
republicano e os vaqueanos.” (TONON, 2010).
No outro eixo temático, pensamos em
Portugal. Por este motivo, trazemos nas imagens expressivas do artista Goya, as
quais ilustram intensas etapas de resistência e crueldade nos embates corpo a
corpo na Guerra Peninsular junto com os monumentos que incorporaram a
sensibilidade e o patriotismo em praças portuguesas. (GOYA, 1863). Nas
simbologias da Guerra Peninsular, outro elemento que também se destaca e tem um
significado marcante é o do leão sobre uma águia, que aparece em muitos
monumentos portugueses. O leão representa o símbolo da bandeira inglesa, o qual
apoiara Portugal contra a França, e a águia seria a França derrotada. Nesta
perspectiva, mostra-se que ambos esses espaços ou lugares de memória (NORA, 1993),
tanto Portugal quanto a região do Contestado expressam simbologias importantes,
e que por suas características atribuem um rosto ao local, bem como seus
vínculos com o país e com a Europa.
Ressaltamos em meio ao relato de
experiência na produção deste material, que a metodologia é em si a própria
Caixa de História, que deve trazer várias opções de estudar os temas do
currículo escolar por segmentos e possibilidades diferenciadas. Seja a própria
história da moda através das roupas utilizadas na guerra, pinturas, peças
teatrais. O investimento desse projeto são as ideias constituídas ao longo da
experiência escolar ou ainda uma organização voltada à produção dessa
ferramenta. Ela é fisicamente uma caixa de possibilidades de ministrar aulas,
opções que beneficiam o professor e o aluno, no sentido de ampliar, facilitar e
complementar o conhecimento de ambos. Essa produção foi proposta e articulada
na universidade ao final do ao letivo não sendo realizada a aula com alunos do
ensino regular por falta de tempo hábil, porém apresentada em todo o seu
contexto teórico com acadêmicos e com professor da disciplina de História da
América, bem como a discussão de como novas perspectivas locais estimulam a
participação a partir do conhecimento prévio do aluno sobre a sua história
cultural familiar. A produção desta ferramenta deve servir para outras
disciplinas, a fim de que possa trazer uma dinâmica diferenciada no ensino, e
tornando posteriormente uma caixa de conhecimento proveniente de experiências.
Figura 1 e 2: Praça do Contestado-
Limite entre as cidades de União da Vitória (PR) e Porto União (SC). Acervo
fotográfico de Michel Kobelinski.
Figura 3 e 4: Monumento aos Heróis
da Guerra Peninsular- Praça de Entrecampos, Lisboa.
Figura 5: Monumento ao triunfo das
forças Anglo-Lusas (Leão) sobre Gaulês (Águia) inaugurado em 1952.
Figura 6: Pintura de Francisco de
Goya, “por uma navalha”
Figura 7: Pintura de Francisco de
Goya, “eu sou selvagem”
Entendemos que se faz necessário
pensarmos o passado e suas raízes mais profundas com a construção de uma identidade
nacional, uma vez que elas, assim como os monumentos, não só impõem um tipo de
dominação, mas também o seu contrário, isto é, formas de interpretação e
contestação. Deste modo, ao pensarmos no conceito de consciência histórica (RÜSEN,
2006), o interpretamos de forma plural, isto é, em versões ou consciências de
uma história. Uma das formas que torna isto possível é justamente cercar e
valorizar o cotidiano, cujas marcas históricas estão presentes, mas nem sempre
as percebemos se não aguçarmos nosso olhar.
Como forma
de melhorar o processo aprendizagem dos alunos e também de incentivá-los a
pesquisar e entender como funciona o papel do historiador, ler, analisar
fontes, entender a importância da história para a sua vida pessoal e
intelectual, foi elaborada a estratégia da Caixa de História. Ela é um ótimo instrumento para se trabalhar a história e seus
variados temas de uma forma diferenciada e pedagógica, ela aproxima o
aluno da pesquisa histórica, deve fazer com que ele se interesse em utilizar fontes,
imagens, comparar símbolos e diferenciá-los, nesse caso abrangendo tanto para a
história de uma forma geral, como também para compreender um pouco mais sobre a
história local. Deste modo, pretendemos ajudar o
aluno à de uma forma dinâmica compreender qual a importância que os símbolos
possuem sobre as pessoas de uma comunidade, e de forma mais abrangente uma
nação. É importante para os alunos refletir sobre como essas simbologias em um grupo
social acarretam na formação de uma marca própria para diferenciá-lo dos
demais, mostrando parte do que significa sua cultura, seus costumes, refletindo
sua história. Uma forma de atividade sugerida é a confecção de cartazes
representando diversos símbolos nacionais e regionais, como também fabricação
de bandeira ou até mesmo um brasão próprio, ou seja, para que eles criem seus
próprios símbolos de acordo com a sua imaginação, colocando em prática o que
aprenderiam apenas na teoria. Poderiam, por exemplo, criar um grito de guerra
que deveria mostrar sua marca, algo de destaque que sua nação imaginada teria,
explicando o porquê da escolha de tais símbolos.
Os monumentos portugueses sobre as
batalhas peninsulares, por exemplo, revelam homens, mulheres e crianças em meio
aos horrores da Guerra. Representam deste modo famílias que morreram em nome da
defesa de seu território, seus familiares e sua pátria. Essa grande família
simboliza um povo que deve ser unificado, de modo que a eficácia desse
simbolismo, ao alcance do observador, propõe uma identificação com determinado
contexto histórico. Portanto, é possível trabalharmos de alguma maneira o insight
entre a obra e o ser, uma vez que se percebe um deslumbramento sobre o passado,
e nestes casos, sobre algumas atrocidades no que podemos chamar de livro negro
da história. Consideramos importante a forma com que os monumentos expressam a
vivência e trazem a tona nos alunos questões de humanidade e sensibilidade
histórica. Do mesmo modo, como trabalhar uma aula dinâmica desperta interesse.
Os alunos podem optar e escolher que tipo de aula eles vão ter através das
várias maneiras de estudar o mesmo tema com as propostas de atividades da Caixa
de História.
Veja-se, por exemplo, o hino, a
bandeira e os símbolos patrióticos, os locais que ilustram e representam a
história das Cidades Gêmeas e da região Contestado. Tais referências trazem
consigo propostas pedagógicas para a compreensão da história e dos papéis
sociais. Quanto à Espanha e Portugal e sua relação com o Sul do Brasil, apesar
destes locais estarem distantes no tempo e no espaço, permitem que
interpretemos uma parte de sua densidade na construção de narrativas
históricas. Aspectos como estes são
percebidos quando sintetizamos e fundimos o conhecimento com a experiência da
vida prática, a obra já elaborada do passado com a construção do presente.
Sendo assim, nem todos percebem tais elementos constituintes da identidade e
ideologia impregnada no cotidiano (CERTEAU, 1998), visto que o conhecimento se
torna possível aos que o buscam obstinadamente.
Deste modo, entendemos que os temas
aqui exemplificados e que se constituíram em um produto (catálogo caixa de
história) são fundamentais para o desenvolvimento de aulas experimentais a
partir de um conhecimento estruturado e selecionado pelos professores:
Los manuales escolares recurren a
convencionalismos didácticos para facilitar la comprensión del desarrollo
histórico por parte de los alumnos. La Historia se presenta segmentada en
unidades temáticas. Esta parcelación del tiempo histórico va acompañada de una
selección de acontecimientos, de conceptos, de personajes y de fechas que
ayudan a estructurar la unidad.” (CORTÉS, 2013).
Segundo José R. G. Cortés, quando se
fala sobre a visão do tempo histórico e a seleção
de eventos, conceitos, personagens e datas que ajudam a estruturar a unidade da
compreensão, colocamos a possibilidade da aula de campo para auxiliar na
percepção do aluno como indivíduo atuante e participante na construção da
história. Tudo isto nos leva a discutir o nosso cotidiano e o de nossos antepassados,
bem como a estabelecer um vínculo com a história social e sua utilidade.
Elementos de persuasão atrelados à
construção de uma nacionalidade estão escancarados socialmente porque expostos
continuamente. Assim, devemos interpretá-los, lê-los nas entre linhas e buscar
nas teorias as próprias percepções e convicções pautadas nos documentos. Nesta
proposta de atividade, o aluno deve produzir sua própria reflexão/interpretação
a partir de elementos históricos palpáveis, a fim de concretizar a sua visão de
mundo, tanto com experiências, gostos, curiosidades e expectativas através da
arte e da criatividade. As provocações docentes devem servir de estímulo para a
reflexão em torno dos complexos problemas que envolvem a construção da
identidade nacional. A utilização das praças e monumentos, marcos locais de
confrontos e fatos históricos deve estimular o aluno, tirando-o da monotonia da
sala de aula para a vivência do seu meio, de forma a reconhecê-lo como
consequência da herança material e imaterial.
Outra questão relevante é a
violência e suas consequências físicas e emocionais, as quais passam de geração
a geração, eternizando-se na mente das pessoas e também através dos monumentos.
Tais questões nos levam a pensar em
futuros trabalhos que relacionem história local, monumentos e história oral. É
claro que temos que levar em conta as perdas e as influências que as memórias
sofrem e nas narrativas históricas.
A importância da Caixa de História em
sala de aula é vital, uma vez que procura trazer o mais próximo possível do
aluno a história do meio em que ele vive. Assim fica mais fácil compreender com
facilidade outras facetas de histórias que saltam dos livros para a realidade
do aluno. É um meio de trazer para a sala de aula diversas opções para se
trabalhar com o tema de acordo com a limitação de acesso da turma aos meios
físicos e às mídias. Para o professor serve como apoio e incentivo no cotidiano
escolar, despertando competências e inovando em termos metodológicos.
Ao pensarmos em formação
profissional consideramos extremamente válida a metodologia Caixa de História,
a qual serve como instrumento para aprimorar os sentidos e facilitar uma
percepção de leitura do local. Acreditamos que a limitação do texto aqui
apresentado sugere ao leitor que ele mesmo produza, a partir das provocações
que desenvolvemos, diferentes possibilidades de aulas sobre um mesmo tema e
deixe eventualmente seus alunos livres para escolher como trabalhar ou mesmo
adequar essa ideia para atividades interdisciplinares. Foi desenvolvido um catálogo
e um guia ao professor para a atividade que poderá ser verificado no site do
Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira. Por fim, destaque-se a importância da
curricularização da extensão universitária em consonância com a prática dos
componentes curriculares. Sem sombra de dúvidas, atreladas à caixa de história,
damos mais sentido ao nosso curso de licenciatura em história, além de
estimular a capacidade de inovar na educação, procurando sanar um pouco dos
enormes desafios educacionais que temos à frente.
REFERÊNCIAS
Débora
do Rocio Pacheco da Silva e Libiane Karina Orth são acadêmicas do curso de
Licenciatura em História da Universidade do Estado do Paraná-UNESPAR Campus de
União da Vitória e fazem parte da primeira turma a desenvolver o projeto de
Caixa de História da América sobre a supervisão do professor Dr. Michel
Kobelinski desta instituição.
BLOG
MUSEU MUNICIPAL DEOLINDO MENDES. Ações
Educativas. Disponível em: http://museudmp.blogspot.com/2018/08/acoes-educativas.html
acesso em 30 de janeiro de 2019.
CERTEAU,
Michel de. A Invenção do Cotidiano:
Artes de Fazer. Editora Vozes, 3ª Ed. Petrópolis, 1998.
CORTÉS,
José Ramon Gonzalés. Una Perspectiva Didática de la Guerra de la Independencia
y de la Pepa: de los libros de texto a las aulas. Revista de Estudos
Extremeños, 2013, Tomo LXIX nº 1.
GOYA, Don Francisco. Los Desastres de la Guerra. In Biblioteca
Digital Hispânica. Academia de Nobles Artes de San Fernando – Madrid Taller
de Laurenciano Potenciano) 1ª ed. 1863.
NORA,
Pierre. Entre Memória e História: A Problemática dos Lugares. In
Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós – Graduados de
História, São Paulo, p.7 à 28, 1993.
ROCHA,
Helena. Caixa de História Local: Criação e Recriação na Prática Docente. XVI ENDIPE. Encontro Nacional de Didática e
Prática de Ensino – Unicamp – Campinas, 2012. Livro 3 – p. 000624.
ROCHA,
Helenice; REZNIK, Luis; GONÇALVES, Márcia; ANICETO, Rui; MAGALHÃES, Marcelo. Projeto Caixa de História. Rio de
Janeiro, 2011. Disponível em http://projetocaixadehistoria.blogspot.com/2011/ Acesso 14 de dezembro, 2018.
RÜSEN,
Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso
alemão. In Práxis Educativa. V. 1, n. 2, 2006. Disponível em:
www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/issue/view/29
TONON, Eloy. Os
monges do Contestado: Permanências, predições e rituais no imaginário.
Palmas: Kaygangue, 2010.
Adorei seu texto! Que outras fontes você indica para o ensino fundamental?
ResponderExcluirAnna Luiza Pereira
Obrigada Anna.
ExcluirAs fontes utilizadas neste trabalho foram símbolos nacionais de duas revoltas distintas e distantes em tempo e espaço se encaixando de forma muito didática. De modo que os movimentos sociais, os princípios de modelos políticos, os rompimentos de mentalidades através de textos em jornais ao longo do tempo tornam-se aliados nessa dinâmica de se pensar o passado através de experiências e exemplos mais próximos, estes vividos pelos pais e avós dos alunos que proporcionam através da memória uma interessante história oral que também pode ser aproveitada na sala de aula, como construção do conhecimento na participação dos discentes.
Agradeço o interesse, att.
Parabéns pela temática, gostaria de saber como vocês interpretam a importância das fontes como pinturas visto que o acesso das mídias esta cada vez mais facilitado?, vocês enfrentam como um desafio a parte teórica e que as imagens trazem um contexto mais amplo se bem alocado nas aulas?Ou acreditam que as imagens tem por si só em aulas expositivas posições mais firmes do que o material teórico?
ResponderExcluirDesde já Grata!
Sirlene Maria Hutchok
Nos dias atuais com a tecnologia bem mais presente no cotidiano, pode se dizer que ela é uma facilitadora em sala de aula, tudo está bem mais fácil de ser acessado, há muita coisa disponível nas plataformas da internet e se tratando de imagens e pinturas qualquer pessoa pode ver obter e usar, salvo algumas (deve-se estar atento ao uso de imagem) o que se encontra online. O professor precisa se adaptar com essas tecnologias e sendo assim, trouxemos essa experiência que além de abordar o contexto Guerra Peninsular e Guerra do Contestado é uma atividade interpretativa que pode ser feita em sala de aula, se utilizando das imagens referentes a ambas as guerras, suas simbologias, através de pinturas da época, fotos de estátuas etc, porém é sim um desafio, pois sim, as imagens trazem sim um contexto mais amplo, nunca podemos supor por certo o que o autor da imagem/pintura quis dizer, esses autores tiveram suas próprias preocupações e suas próprias mensagens difíceis de serem compreendidas 100%, mais isso aproxima o aluno do contexto, de se imaginar o período, identificar através dessas pinturas e fotos o seu significado natural, como visto por Erwin Panofsky, seu significado natural, convencional e intrínseco, ou seja, para que o aluno consiga identificar nesses instrumentos didáticos os objetos importantes de serem analisados, tenham uma noção da cultura abordada, e também de como poderiam ser as atitudes daquele grupo, período, e em até como funcionava as crenças da época (Ex: a grande devoção sobre o(s) Monge(s) João Maria)
ExcluirDébora do Rocio Pacheco da Silva
Muito interessante o artigo, gostaria de saber omo aproximar os dois conflitos, a Guerra Peninsular e a Guerra do Contestado, existem semelhanças entre esses dois conflitos?
ResponderExcluirObrigada! Att: Ligia Daniele Parra
Lígia Parra,obrigada pela pergunta.
ResponderExcluirPara trabalhar a Guerra peninsular em primeiro plano escolhemos o fato histórico local que tem mais elementos nacionais para comparar a formação da identidade a partir de conflitos e da construção da memória.
Neste sentido, a Guerra do Contestado que ocorreu na região sul do Paraná e Norte de Santa Catarina produziu hinos, bandeiras, marcos e símbolos bem como líderes se tornaram heróis e cidadãos foram mortos para mais tarde serem exaltados em monumentos e na historiografia. Isso também ocorreu na guerra peninsular, perdas e danos físicos, estruturais, culturais e emocionais que se assemelham a tantas outras batalhas pelo mundo.
O interessante é através destes debates, mostrar os resultados dos fatos no presente, no reconhecimento deles como responsáveis por como nós nos entendemos em sociedade. Ou seja, uma leitura de simbologias e ideais construídos para significar unidade, pertença e nacionalismo.
Att.