A
SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA A LUZ DA OBRA ‘BECOS DA MEMÓRIA’ DA LITERATA
CONCEIÇÃO EVARISTO
O presente trabalho visa trazer novas
luzes sobre a questão da desigualdade racial institucionalizada no Brasil,
verificando fatores que podem melhor exemplificar o grau de desiquilíbrio no
processo de formação do indivíduo enquanto cidadão, a partir de balizas
étnicas/raciais. Tal análise primordial teve como objetivo fundamental a
construção de uma aula que fora desenvolvida para alunos do 7º ano do ensino
fundamental do Colégio de Aplicação da UFMA (COLUN), escola pública localizada
no bairro do Sá Viana, em São Luís (Maranhão), com o intuito de demonstrar a
importância da Semana da Consciência Negra, data que simboliza um dos
importantes pilares do laborioso processo de desconstrução de um racismo
consolidado e sustentado pelo Estado brasileiro desde os primórdios de sua estruturação.
Esse projeto foi desenvolvido com a orientação da Prof. Dr. Milena Galdez do
curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual do Maranhão.
Fig. 1 – Estrutura externa do Colégio de Aplicação da UFMA
(COLUN)
A forma de alcançar os alunos do ensino
básico, na intenção de atraí-los para uma compreensão profunda e, ao mesmo
tempo, concreta e didática, foi desenvolvida a partir da utilização da obra ‘Becos da Memória’ (2006), a qual
demorou 26 anos para ser publicada, escrita pela autora Maria da Conceição
Evaristo Brito; escritora, poetisa, romancista, ensaísta, militante do
movimento negro, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, Minas
Gerais (MG). Mulher negra, de origem humilde que passou sua infância na favela
do Pintura Saia, comunidade carente da zona sul de Belo Horizonte, com sua mãe
e seus 9 irmãos, tendo que conciliar os estudos com o trabalho de doméstica,
terminando somente o ensino básico aos 25 anos, quando muda-se para o Rio de
Janeiro almejando melhores oportunidades de trabalho e estudos.
O livro utilizado, assim como ‘Ponciá Vivêncio’ (2003), é um dos
inúmeros produzidos pela autora responsável por alavancar o reconhecimento de Evaristo
para os becos de todo o Brasil, alcançando, inclusive, patamares
internacionais. Não se
trata apenas de uma mulher, nem somente de uma negra, nem de uma pessoa que
passou por labutas comuns nas favelas de todo o país, o que a diferencia é
exatamente ela possuir todas essas características e ainda sim conseguir fugir
à regra e se constituir como importante intelectual da literatura brasileira,
tornando-se, deste modo, um exemplo para milhões de outras mães, mulheres,
filhas e crianças, faveladas ou não, negras, fazendo-as a crer que podem seguir
um caminho diferente do contexto social caótico em que estão inseridas, visando
a grandiosidade existente além dos muros da favela, que tanto as separam da realidade
das classes altas, para que cesse o ciclo vicioso do mau e bom selvagem, sendo,
no entanto, sempre selvagem.
Contudo,
é de fundamental importância enfatizar, assim como Conceição Evaristo destaca
em ‘Becos da Memória’ (2006), a favela não é composta apenas por misérias,
sendo detentora de uma enorme diversidade cultural, como os citados no livro –
festivais de bola; festa junina; “tiradeiras de terço”, que em sua maioria não
sabiam ler, mas ainda sim sabiam as rezas e muitas vezes as faziam em latim.
Por esse motivo, e por suas raízes estarem fincadas nesses lugares, muitos não
possuem a vontade de ir embora da favela, como fica claro no livro, os
moradores almejavam apenas melhorias na qualidade vida de todos e dignidade e
reconhecimento de seus trabalhos.
‘Becos
da Memória’ (2006) é uma obra que, segundo a autora, representa o real, fruto
de suas memórias, e ao mesmo tempo o ficcional. Ou seja, é o resultado do que
foi vivido, sentido, amado e sofrido pela autora. Os sentimentos e sensações de
um cotidiano, que por mais heterogênea que seja a realidade das favelas
brasileiras, simboliza o amontoado de sentimentos que unem as mais variadas
experiências. No fim das contas, tal obra é uma peça chave no processo de auto
afirmação daqueles que não se viam em narrativas de homens brancos e ricos.
O
livro possui, nesse sentido, fundamentos que possibilitam aos alunos do ensino
básico, em especial da rede pública, alcançar uma compreensão real daquilo que
vive, que por muitas vezes parece ser tratado como algo que não está inserido
em seu cotidiano. Isso foi exemplificado na exposição de nossa aula com um
trecho do livro em que Maria-Nova – uma das personagens principais da narrativa
- compara a senzala com a favela em que vive, fazendo do presente um reflexo
ainda vivo do passado. Ela procura na sua sala de aula mais alguém que
compartilhasse da mesma visão social. No entanto, acaba percebendo que a única
outra negra presente naquele ambiente, ainda muito privilegiado para os
moradores da favela, trata do assunto como se fosse alheio a si mesma.
Esse
fenômeno também foi observado com alguns
alunos do Colégio de Aplicação da UFMA (COLUN). Muitos não reconhecendo-se como
negros, sendo que era visível em suas características, seja pela cor da pele
(aquilo que muitos tentam solidificar como moreno “escurinho”, ou, meio
“esbranquiçado”), cabelo, etc. Perguntamos a eles se conseguiam enxergar em
suas características físicas traços de outras culturas, a resposta sempre era
bastante cautelosa, reprimida e acabava no silêncio profundo. Desse modo, por
meio da literatura é possível quebrar tabus que impossibilitam o estudante a se
auto afirmar naquilo que estuda.
Segundo André Faro e Marcos Pereira
(2011), em um estudo que analisa a relação entre o preconceito cometido a
pessoas negras, e o índice de problemas de saúde física e psicológica entre
negros e brancos, percebeu-se que há um padrão estatístico que demonstra a
discrepante diferença entre grupos étnico/raciais que sofrem comumente
preconceitos, entre aqueles que vivenciam o completo oposto.
“[...] estudos apontam que os negros,
em geral, possuem maior histórico de adoecimento grave e/ou crônico ao longo da
vida (Chor & Lima, 2005; Eccleston, 2008; Whitfield et al., 2003 ), como
também apresentam mais elevados riscos em doenças específicas como a hipertensão,
diabetes, tabagismo, alcoolismo, amputações, cegueira e doença renal crônica”.
(Batista, 2002; Geiger, 2006). (FARO e PEREIRA, 2011, p. 273).
Sobre a questão psicológica, os autores
mencionam que;
“[...] os negros registram maiores
índices de depressão e reduzidos índices de bem-estar psicológico e autoestima,
além de maior exposição ao estresse crônico e maior prevalência de transtornos
adaptativos comuns”. (Bianchi et
al., 2002; Clark et al., 1999; Eccleston, 2008; Franklin-Jackson & Carter,
2007; Jones, 2007; Pieterse & Carter, 2007; Whaley, 1998). (FARO,
2011, p. 273).
No entanto, um ponto que deve ser bem
enfatizado é que não há uma homogeneização no que se refere aos transtornos de
estresse, visto que, as variações individuais são resultados de mediações indenitárias.
Ou seja, a percepção do indivíduo negro enquanto sujeito ativo dentro de um
determinado contexto social, na promoção de sua autoafirmação cultural,
consolida o melhoramento de sua saúde física e mental.
O papel da instituição escolar, dessa
forma, tem suma importância para a construção de moldes que façam o indivíduo
alcançar patamares de autoafirmação. Uma das grandes dificuldades encontradas
para tal caminho é, talvez, um dos pilares básicos para tal estrutura. Segundo Aldaíza
Spozati (2000), uma das lacunas emblemáticas constatadas, no que tange à
questão racial no ensino público, é o índice de desistência e repetência de
alunos que vivem em situações precárias e com um baixíssimo índice de qualidade
de vida. Na maioria dos casos, os jovens negros são os mais afetados.
A estrutura da própria escola é uma
outra questão a ser ressaltada. As realidades dos colégios públicos da cidade
de São Luís, por exemplo, em sua maioria são de preocupar. Salas sem nenhum
tipo de estrutura, as extraclasses - como pátios e ginásios esportivos – quando
existem acabam por serem totalmente abandonados. Essas são algumas das características
comuns no cotidiano de alunos e professores da rede pública de todo o país.
Estes últimos são a segunda metade da elaboração de uma afirmativa que
possibilite ao estudante a se autoprojetar naquilo que estuda. Nesse sentido,
um importante pilar que norteia os passos a serem traçados pelo corpo docente,
no que se refere à disciplina de História, é a utilização dos Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCN’s), desenvolvido em 1998.
Nos PCN’s da disciplina de História, o
tema desigualdade é bastante problematizado, sendo um dos objetivos gerais de
História a valorização “(...) do direito de cidadania dos indivíduos, dos
grupos e dos povos como condição de efetivo fortalecimento da democracia,
mantendo-se o respeito às diferenças e a luta contra as desigualdades. ” (PCN,
p. 43). No que se refere às propostas do quarto ciclo, vale ressaltar o tópico
“Cidadania e Cultura no Mundo Contemporâneo", que explicita a importância
de enfatizar nas salas de aula “os direitos das mulheres, dos jovens, das
crianças, das etnias e das minorias culturais, a pobreza e a desigualdade
social e econômica no mundo. ” (PCN, p. 73).
A partir de tais questões buscamos com
o livro ‘Becos da Memória’ (2006) de
Conceição Evaristo, introduzir uma reflexão sobre a semana da Consciência Negra, com o intuito de fazer alunos do
ensino básico compreenderem a importância de tal data, pois o dia 20 de
Novembro ficou marcado como símbolo de significação e reafirmação das lutas
daqueles que foram brutalmente escravizados no Brasil. O dia faz menção à morte
de Zumbi dos Palmares, último líder do Quilombo dos Palmares, morto em 1695 da
referida data, pelo capitão Furtado de Mendonça. Porém, além de Zumbi, é
essencial destacar outras personalidades, como Luís Gama que foi primordial
durante a época da escravidão brasileira e contribuiu para alforria de vários
escravos.
Foi somente no governo do então
presidente Luís Inácio Lula da Silva, 115 anos após a assinatura da simbólica,
porém não efetiva, Lei Aurea, que a Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003,
determinava a inclusão da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. Nesse mesmo
documento, ficou estabelecido que as escolas iriam comemorar a consciência negra. No entanto, foi
somente no governo de Dilma Rousseff e através da Lei nº 12.519 de 10 de
novembro de 2011, que essa data foi oficializada. Contudo, mesmo com as leis
vigentes, a realidade nas escolas brasileiras, principalmente nas públicas,
continua sendo diferente do que determinado, faltando, muitas vezes, aos alunos
uma explanação de profunda sobre tal tema.
A função do professor de história,
nesse sentido, é possibilitar aos alunos uma prática que lhes possibilite
enxergar o mundo com outros olhos. Percebendo que há personalidades negras que
podem servir como referência intelectual, como pilar que exemplifica a luta, a
dificuldade de se conquistar determinados patamares em um país tragicamente
hierarquizados, mas que, sim, há possibilidades, sendo a elevação da
autoestima, um dos primeiros passos para tal jornada.
Embasamento teórico e Metodologia
Inicialmente foi trabalhado com a
professora/orientadora Dr. Márcia Milena Galdez a utilização das fontes em sala
de aula, tendo como base os artigos ‘O que pode no ensino de História: sobre o
uso de fontes em sala de aula’ (2008) de Nilton Perreira e ‘Fontes históricas
na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento escolar’ (2008) de
Flavia Caimi. Após o debate sobre tal assunto, houve uma conversa com alguns professores
do Ensino Fundamental de algumas escolas públicas do Maranhão e uma atividade
envolvendo fontes históricas para uma maior compreensão acerca do assunto.
No segundo momento, foram analisados os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de História, focando na cidadania,
relações de gênero e identidades étnico raciais e os PCNs de História para o
Ensino Fundamental. Abordando ainda os motivos para o estudo da História
atualmente, com a obra ‘Apontamentos
para pensar o ensino de História hoje: reformas curriculares, Ensino Médio e
formação do professor’ (2006) de Marcelo Magalhães.
Na terceira etapa do projeto, fomos em
busca de personalidades negras locais que representassem o empoderamento negro
a partir de seus feitos. Com isso, entrevistamos o grafiteiro Bruno Nikson
(BNK), um dos 40 melhores grafiteiros do país, morador do bairro Ipase de
Baixo, da cidade de São Luís (MA), localidade periférica da grande ilha.
Por fim, foi analisada a obra ‘Becos da
Memória’ (2006) de Conceição Evaristo, baseando-se em leituras complementares a
respeito da biografia da autora e da problemática da desigualdade social e
racial no Brasil.
Resultados
Iniciamos nosso projeto em sala
destacando o significado e a importância da Semana da Consciência Negra,
abordando personalidades pouco conhecidas pelo senso comum, mas, com um grande
destaque no período escravocrata brasileiro, a exemplo de Luís Gama, e
questionamos os alunos do Colégio de Aplicação da UFMA (COLUN), acerca de seus
conhecimentos prévios sobre o assunto e sobre a necessidade de tal debate nos
dias atuais. Nesse primeiro momento a interação dos estudantes ainda era introvertida,
somente duas alunas demonstraram interesse pelo assunto (uma branca e outra
negra), sendo ambas as que mais demonstraram afinidade e desenvoltura sobre tal
tema ao longo de toda a exposição.
Após essa introdução, preocupamo-nos em
versar sobre a biografia da literata Conceição Evaristo, desde sua infância
difícil até a sua ascensão na carreira, o que a concretiza como uma exceção à
regra em relação à realidade em que viveu, dando ênfase ao seu posicionamento
militante, como mulher, negra, vinda da favela, observando a singularidade de
sua história profissional e de vida. Além disso, expomos suas obras, fazendo um
pequeno apanhado sobre elas, focando, claro, no que seria trabalhada; ‘Becos da Memória’ (2006), salientando o
tempo que passou de sua criação até sua publicação. Percebemos que um total de
quatro crianças demonstraram feições que representaram curiosidade e
perplexidade. Outras duas foram tomadas pelo sorriso e pela nítida admiração,
ambas já supracitada no primeiro parágrafo.
Passada essa etapa, começamos a fazer
uma introdução do nosso tema, Desigualdade Social e Racial, que foi debatido a
partir de fragmentos escolhidos da obra já citada, trabalhando subtemas como:
racismo, meritocracia, violência, a proximidade física e o abismo social entre
bairros nobres e favelas, desapropriação de terras, problemas educacionais na
rede pública de ensino e o trabalho infantil. Sempre utilizando histórias
conhecidas, questões que estão presentes no cotidiano dos alunos para haver uma
aproximação entre o tema proposto e os alunos, visando uma maior interação e
participação desses, abrindo espaço para que falassem de suas percepções e
vivências. Ainda, para incentivar e fazer uma maior interação com os alunos,
utilizamos como recurso, slides que possuíam os fragmentos do texto, que foram
lidos pelos próprios estudantes, e imagens que também foram muito comentadas. Destaca-se
a imagem 17 do anexo “B”, onde os alunos mostraram mais espanto e perplexidade,
alguns enfatizando em tom de revolta – “Isso é um muro? Racistas”.
Fig. 2 - Imagem que ilustra a hierarquização social
Outro momento fundamental foi a
entrevista feita pela equipe com o grafiteiro Bruno Níkson (BNK). Trazendo ao
debate a questão da cultura de rua, sua riqueza e suas dificuldades, e o empoderamento
necessário para não ocorrer uma marginalização de tal arte.
Fig. 3 – Arte feita pelo grafiteiro
Bruno Nikson
Fonte:
Elaborado por Bruni Nikson, 2017. Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1509443505830025&set=t.100002931712583&type=3&theater
Por fim, foi pedido aos alunos para que
citassem exemplos de pessoas negras marcantes em suas vidas e discorressem
sobre os pensamentos levantados tomando como base o que a eles foi exposto. Tal
proposta obteve um resultado satisfatório, com a participação de alguns alunos
e do professor responsável pela classe, Prof. Dr. Inácio Araújo. Nesse momento,
apesar de fugirem do foco da indagação, exclamaram o absurdo que era a retirada
de pessoas de suas terras natais (em referência a um dos casos expostos por
Conceição em sua obra); mencionaram a discrepância entre as oportunidade de
pessoas ricas e pobres no que tange ao ingresso às universidades; uma das
alunas mencionou um caso de discriminação com um de seus amigos no bairro do Sá
Viana, a estudante relata que policiais começaram a perseguir um rapaz que,
segundo ela “todos sabiam que ele usava suas coisas lá, mas nunca mexeu com
ninguém. E se fosse um branco, morador de um bairro mais rico? ”.
O Colégio de Aplicação da UFMA (COLUN),
é bem estruturado, conta com materiais de apoio, como: datashow, caixa de som,
microfone. Tecendo uma comparação entre ele e outras escolas de rede pública,
fica evidente sua qualidade em nível estrutural, tendo ar condicionado nas
salas, cadeiras em boas condições, identificação na entrada, visando uma maior
segurança. Contudo, chama atenção também na sala que trabalhamos, a 7ªA possuía
pichações nas paredes, algumas delas fazendo alusão ao presidente eleito Jair
Bolsonaro e a nomes de comandos de crimes da grande ilha.
Fig. 4 – Estrutura interna do Colégio de Aplicação da
UFMA (COLUN)
Fonte: Elaborado por Mirela Cunha e Victor Costa, 2019.
É essencial ressaltar, também, a
receptividade dos alunos, a participação de alguns deles e a pouca interrupção
por conversas paralelas, em uma sala de aula com 23 estudantes, que destes
apenas 5 são negros. Um dado importante de ser mencionado, visto que se trata
de uma instituição cujo acesso é seletivo.
Considerações finais
Portanto, conseguimos perceber uma
escola muito bem estruturada, cuja acesso seletivo já pressupõe o motivo de
apenas 5 dos 23 alunos ali presentes serem negros. Estudantes calmos e
medianamente participativos com a temática. No entanto, nas poucas falas,
percebeu-se um grau de criticidade bastante desenvolta para alunos do ensino
fundamental. Percebemos a leveza nos olhares daquelas crianças, e como aquele
tema pôde frutificar em meio a um momento político tão sombrio que vivemos nos
dias atuais.
No que se refere às nossas expectativas,
sem dúvida, fora algo muito além do esperado. Uma experiência incrível e
bastante sólida para os degraus de nossa carreira enquanto futuros professores
de história. A mensagem passada, a partir
dos escritos de Conceição Evaristo, com toda certeza obteve alcance muito
satisfatório. O realismo imposto em suas palavras conseguiu aproximar os alunos
daquilo que possivelmente vivenciaram ou vivenciam no seu cotidiano. O dia da consciência
negra, dessa forma, serviu como uma importante porta de acesso, para se pensar
os percalços dos caminhos percorridos por homens e mulheres negras em meio a
uma sociedade ainda tão hierarquicamente racial.
Referências
Orientadora: Márcia Milena Galdez
Ferreira é professora
Adjunta II da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), vinculada ao Programa
de Pós Graduação em História, Ensino e Narrativas, ao Curso de graduação em
História e ao Departamento de História e Geografia desta IES. Tem experiencia
na área de História e Antropologia, atuando principalmente nas seguintes áreas:
História e linguagens, História e Memória, História Agrária e das migrações,
História das Religiosidades, Ensino de História.
Mirela
Ibiapino Marques Cunha é estudante da graduação do curso de Licenciatura em
História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Victor
Gabriel de Jesus Santos David Costa é estudante da graduação do curso de
Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), e
membro do Núcleo de Pesquisa em História Contemporânea (NUPEHIC).
BRASIL. Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs). Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
_______. Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs). História. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAIMI, Flávia. Fontes históricas na
sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar?.
Revista Anos 90, n. 28, 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/7963.
CORDEIRO, Aliciene; BUENDGENS, Jully. Preconceitos
na escola: sentidos e significados atribuídos pelos adolescentes no ensino
médio. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e
Educacional, n. 1, p. 45-54, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/05.pdf.
EVARISTO,
Conceição. Becos da memória. 2ª edição. Florianópolis: Editora Mulheres, 2006.
FARO, André; PEREIRA, Marcos. Raça, racismo e saúde: a desigualdade social
da distribuição do estresse. Estudos da Psicologia, p. 271-278, 2011.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v16n3/09.pdf.
SOARES, José Francisco; Alves, Maria
Tereza. Desigualdades raciais no sistema brasileiro de educação básica. Educação e
Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 147-165, jan./ jun. 2003.
SPOZATI, Aldaíza. Exclusão Social e Fracasso Escolar. Revista Em Aberto, n.71, p.
21-32, 2000. Disponível em: http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/2099/2068.
MULLET, Nilton; SEFFNER, Fernando. O
que pode o ensino de História? Sobre o uso de fontes na sala de aula. Revista
Anos 90, n. 28, 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/7961
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